Vício - II

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   To sentindo falta dos favoritos e comentários :(

Recomendo lerem escutando Send Them Off! - Bastille

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  Close these green eyes and watch over as I sleep through my darkest of dreams...
 

   "Leo me contou que vocês comemoraram juntos ontem" comentou, abrindo ainda mais a porta para que o jogador entrasse, e fechando-a em seguida. O menor estava do lado de fora, sendo  entretido pelo assistente do psicólogo.  "Ele parece um pouco melhor. Pelo menos nenhum desenho demonstra estar triste, e os comentário que fez foram todos relacionados a você. Mas ainda aconselho que continue nas consultas", completou.

  Louis não gostava da ideia de continuar visitando o lugar, mas assentiu em silêncio, obedecendo o comando. Tudo para fazer seu filho feliz. "Eu vou ter que conversar com você sempre depois de tudo? Porque eu tenho um compromisso importante..." começou, mas o olhar de Harry o fez se calar. Estava sério e mostrava desagrado.

  "Este é seu filho, e não meu. É seu dever saber o que ele sente e o meu trabalho é te auxiliar nisso. Então eu quero total atenção sempre que Leo se consultar comigo. Se você quiser sair, ainda vai ter que me pagar. Mas o título de pai irresponsável vai iluminar o seu nome, não o meu".

  Suas palavras eram afiadas e cortavam cada pedaço de orgulho que ainda se mantinha intacto no jogador. Harry Styles era um dos únicos homens capazes de falar não para o jogador. E isso o fazia interessante.

  "Certo. Tem mais alguma coisa que devo saber?" cruzou os braços, tentando mostrar que ainda estava no controle. "Ele também sente falta do tio Niall" continuou. "Aparentemente eles tinham combinado de sair juntos, mas-"

  "Nós brigamos" interrompeu. "Ele saiu de casa e agora está me evitando. Nós marcamos de nos ver hoje na nossa casa, e foi por isso que pedi pra você ser breve" explicou com sarcasmo, como se falasse com uma criança com problemas em enterder as coisas.

  "Você poderia agir como um adulto, Louis?" o psicólogo retrucou, ferindo o ego do jogador: "Eu estou fazendo isso!"

  Com uma sobrancelha arqueada, Harry o calou. Quando percebeu que podia prosseguir, decidiu contar a 'surpresa' que preparara: "Eu não consegui esquecer aquela conversa que tivemos, então pedi para Ed reservar esse horário para que pudéssemos conversar. Como sei que deve ser difícil para você falar, quero que desenhe enquanto segue minhas ordens. Mas antes me responda... Está tudo bem para você fazer isso?"

  "E-eu..." fechou os olhos. Seria bom conversar com alguém, mas Harry era um psicólogo. Era sujo, mentiroso e não merecia seu tempo. Entrou em uma guerra interna.

  "Não vou fazer nada que te deixe mal, Louis" interrompeu seus pensamentos, com sua voz suave e calma. Tomlinson assentiu, abrindo novamente os olhos e recebendo a caneta e o bloco de anotações. "Quero que comece desenhando o que sente enquanto me responde algumas perguntas, ok?"

  "Uhum", murmurou baixo.

  "Se concentre apenas na minha voz agora. Não tente imaginar além do que sua mente permite. Seja rápido e em qualquer sinal de nervosismo, aperte a ponta da caneta na folha" ordenou, se levantando e colocando-se atrás do jogador, em uma cadeira que ele posicionara para que pudesse falar próximo de seu ouvido. "Agora... quero que me responda" se aproximou, dando para sentir sua respiração no pescoço do outro. "Qual era a promessa?"

    O corpo de Louis ficou rígido. Ofegou por alguns segundos, aumentando a velocidade em seus rabiscos e começando a falar: "Ele me fez prometer que não contaria. Me disse que ninguém podia saber do que aconteceu. E-eu não posso falar disso. Não posso, não posso" e a ponta se afundou no papel, aumentando a saturação da cor.

  "Quem é Ele, Louis?" insistiu, mas o moreno apenas balançou a cabeça em negação. "Como se envolveu com as drogas?" mudou de assunto.

  "Zayn" foi direto, praticamente sussurrando. "Ele me disse que eu ia gostar" deu de ombros, continuando o desenho onde uma mão começava a tomar forma.

  "Você disse Brigas na vez em que esteve aqui. Sobre quem estava falando?" sussurrou, fazendo o outro fechar os olhos e tentar se lembrar das coisas que tentara a tanto custo se livrar.

  "Jessie. Eleanor. Zayn." respondeu pausadamente.

  "Quem é Jessie, Louis?"

  "Jessie é a mãe do Leo" murmurou, abrindo novamente os olhos e voltando ao rascunho. "E Eleanor?"

  "A mulher que acabou com minha família. A mulher que me fez trair a mãe do meu filho" forçou novamente a caneta por estar irritado. Ele odiava o fato da professora ser tão necessária e ao mesmo tempo inútil.

  "Mas quem estava com ela era você. Quem devia manter a relação, por pior que estivesse sendo, era você, não?!" falou como se fosse óbvio e o jogador jogou a caneta na parede, se exaltando.

  "Você não viu o que eu vi! Não passou pelo que eu passei!" gritou, com os olhos marejados, porém segurando o choro.

  "Então me deixe ver com seus olhos! Me deixe sentir por você! Eu quero isso, mas você precisa permitir!" Respondeu também em voz alta. O jogador continuava de costas para ele. 

  "Não Harry, você não quer. Eu sei o que pretende, você é como eles. É sujo, mentiroso. Eu tenho nojo de você" grunhiu, se levantando e jogando o bloco em cima da mesa.

  Styles estava surpreso. Não esperava aquilo, e muito menos vindo de Louis. Ele não era daquele jeito que o jogador descrevera. Era injusto o que o moreno estava fazendo, príncipalmente consigo mesmo.

  "Você fala isso, mas sempre aceita conversar comigo. Volta nessa sala e se abre. Você diz isso, Tomlinson, mas foi pra cá que veio quando não soube com quem contar" começou, também se levantando e ficando de frente ao ex-capitão. "Então você pode continuar dizendo isso e terminar sua história, ou pode sair por essa porta e arranjar uma nova pessoa pra quem contar. Alguém realmente sujo. Alguém que mereça estar do seu lado" terminou a frase, fixando seus olhares. A diferença de altura fazia com que o moreno lhe olhasse com um ar superior, mas que não intimidara Harry. "Vai me dizer quem é Ele?"

  As orbes azuis do jogador negavam que diria, e sua respiração estava novamente desregulada. A distância entre os dois era quase nula.

  "Eu não posso" repetiu sua resposta anterior, abaixando o olhar e se afastando.

  "E sobre as brigas? Pode me contar?" insistiu, apoiando a mão no ombro do mais baixo, que negou.

  "Não agora".

  "Me responda uma última coisa: Como se sente?"

  "Eu não sei. Confuso".

  "Está liberado, Louis. Pode ir" o psicólogo suspirou, saindo de sua frente e andando até a porta para abri-la.

  [...]

  "Mais um desenho?" o ruivo perguntou ao entrar na sala e ver o bloco em cima da mesa. Harry assentiu. "É diferente" comentou enquanto observava a folha rabiscada. Duas mãos em um cumprimento, como se firmassem um acordo.

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