9 - O CASO DA MISTERIOSA CRIANÇA-PAI

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Não haveria aulas, pois era final de ano

Minha mãe em lua-de mel, parecia engano

Embora meu instinto quisesse partir

Pelo bairro fiquei e encarar tudo decidi


Era mais fácil falar, mas eu tentei

As ruas percorri e pouco notei

Imersa estava até que algo me interviu

Uma bola e uma criança sorriu


Eu peguei a bola que estava próxima a mim

Entreguei e a criança me fitou a sorrir

Por mais de um minuto assim ficou

Ao questioná-la ela me confidenciou


Para falar ao ouvido me chamou

Eu agachei e a escutei dizer:

"Meu pai telefonou!"

Silenciou e logo se pôs a correr


Era uma menina com um vermelho boné

Com bola de futebol e camisa do Pelé

Pensei que estivesse delirando

Ela parecia comigo e a infância tentando


Após o divórcio dos meus pais me culpei

Com idade daquela criança planejei

Pensava que meus pais queriam um menino

Então, aprender futebol iria como o Ronaldinho


Não deu certo, nem precisava dizer

Recebia atenção ainda, podia crer

Mas cada vez menos frequentes eram

Após o divórcio bem menos me deram


Não sabia quem era a criança-pai

A procurei e não a encontrei mais

Decidi então, antes do prazo, retornar

Naquele lugar eu não queria mais ficar


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