Hoje meus gêmeos completariam seis meses de vida. Minha mãe e eu preparamos tudo, o tema seria Pororo. Embora não entendessem, meus filhos estavam animados com a correria dentro de casa, com os balões coloridos que meu pai enchia, com os chapéus pontiagudos espalhados pelo sofá da sala, com os glacês coloridos que minha mãe utilizava na cozinha para fazer o bolo. Não seria nenhuma festa extravagante, apenas uma festa simplória no quintal dos fundos da minha casa para não passar em branco a metade de seus primeiros anos de vida. Seria tudo bem colorido, bem como meus bebês gostam.
Pela quinta vez no dia, eu fazia um vídeo curto dos meus filhos brincando e postava no Instagram. Queria gravar cada momento daquele dia especial, para eternizá-lo. Eu filmava Seongjun, que estava a cada dia mais parecido comigo, mordendo a orelha de um ursinho de plástico, enquanto seu irmão dormia tranquilamente estirado no edredom que eu tinha forrado sobre o tapete da sala. Ah, eu era um pai tão bobo e mimava tanto os meus bebês. Eu era completamente e absolutamente apaixonado por eles. Todo sofrimento que passei e todas as humilhações valeram muito a pena no final das contas.
Mas eu não pensava mais nesse tipo de coisa. Não que eu tenha simplesmente apagado da mente meus dias ruins durante a gestação dos bebês. Não mesmo, jamais esquecerei. Porém, eu tentava seguir em frente sem olhar para trás. Meus filhos e eu havíamos sido abandonados por Baekhyun, ele de fato nunca mais nos procurou. Para não dizer nunca, houve uma vez em que um assistente do pai dele me procurou oferecendo uma pensão tão gorda que me senti tentado a aceitar. No entanto, eu vi aquilo como uma estratégia para ele ter algum direito sobre os filhos. Apesar de tudo, eu tinha medo de que Baekhyun ou seus pais apareceriam do nada querendo a guarda dos gêmeos. Pensar nesse tipo de coisa me deixava muito nervoso, portanto eu preferia ignorar.
Eu tinha convidado Jongin e Kyungsoo para a festinha. Sim, eu ainda mantinha contato com eles. Não só tinham se tornado meus amigos como também haviam se tornado padrinhos dos meus filhos. TaeOh, o primogênito deles, sempre se alegrava quando vinha visitar os meus filhos. Eles eram o casal que eu sempre quis ser. Eu os admirava muito.
Embora eu ainda mantivesse contato com Kyungsoo, Jongin e Sehun, eu não tinha notícia alguma sobre Baekhyun. Eu pedi para que não me falassem sobre ele. Apenas sabia que ele tinha ido morar um tempo fora do país, mas não sabia em qual lugar e nem me interessava saber. Quanto mais distante, melhor.
Às quatro horas da tarde Kyungsoo e Jongin chegaram para me ajudar com os preparativos (parte da festinha havia sido planejada por Kyungsoo e ele se incumbiu de trazer os refrigerantes) e a tomar conta dos gêmeos.
Como eu havia me tornado um pai meloso, me derreti com TaeOh. Ele era tão fofo e esperto. Parecia muito com Jongin, mas era carinhoso e amoroso como Kyungsoo. Com seus 1 ano de vida, ele abraçava meus filhos, alisava suas cabecinhas com seu jeitinho descoordenado e adorava dar beijinhos neles. Não deixei de filmar e postar no Instagram a festa que TaeOh fez ao reencontrá-los.
Jongin ficou com as crianças na sala enquanto Kyungsoo e eu fomos ajudar minha mãe com as comidas. Kyung até queria pagar tudo, mas minha mãe queria preparar com suas próprias mãos. Restava a nós somente ajudá-la.
Kyungsoo e eu embrulhávamos os bombons quando me peguei o observando. Ele dedicava-se a fazer um embrulho perfeito com um papel celofane rosa. E de fato saia perfeito. Eu admirava muito nele a sua dedicação. Em tudo o que fazia, Kyungsoo era dedicado, e por isso tudo saia perfeito. Ele cuidava muito bem do filho e do marido, dedicava-se aos dois inteiramente. Eu achava tão, mas tão admirável o seu jeitinho. Ele também se dedicava a mim e aos meus filhos. Sempre nos ajudava doando roupinhas de TaeOh, ou dando roupas novas e às vezes até compras ele fazia para os meus filhos. Os amava como se fossem seus. Sua dedicação, seu zelo para com meus filhos mexia muito comigo. Ele era o esposo que eu sempre sonhei. E por admirá-lo tanto que passei a notar também a sua beleza física. Seus olhos expressivos, suas mãos delicadas, seus lábios bem desenhados. No fundo do meu coração eu trancafiava uma paixão platônica por Do Kyungsoo. Foi sem querer, inesperado, algo que notei da noite para o dia. Ele era simplesmente tudo que eu sonhava e eu não tinha como evitar me apaixonar por ele. Como eu poderia resistir aos seus sorrisos meigos e discretos? Como eu poderia não amar alguém que ama os meus filhos?

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Shame
Fiksi PenggemarA vida de Park Chanyeol não vai nada bem. Ele se vê preso em uma casa distante, longe da cidade, com uma pessoa que o maltrata e o odeia a cada minuto do dia. Chanyeol não sabe exatamente por que Baekhyun o odeia tanto, mas ele sabe um dos motivos:...