O centro do reino de Erylia estava a nossa frente, um imenso monumento de formato semelhante a de uma pirâmide mas com torres em seu entorno, era resguardado por sentinelas armadas de forma modesta. Um aceno de mãos, fora necessário para que os dois guardas abrissem caminho para nossa passagem. Clariss demonstrava empolgação, embora seus sentimentos de euforia tivessem se acalmado desde que começamos a caminhas em direção ao grande palácio. Castelo. Era difícil definir o que era aquilo, pirâmide sempre fora o mais recomendado, embora também não fosse totalmente correto. Dois passos além da porta foram suficientes para vislumbrar toda a grandiosidade que pairava dentro do monumento, que, embora por fora fosse branco como a neve, por dentro era repleto de cores e luzes. Castiçais iluminavam cada centímetro que não era coberto pela luz que adentrava as enormes vidraças laterais, cada uma contendo um mosaico colorido que representava um marco histórico para os Driady, ou até mesmo seus antecessores com destaque a uma imensa ave de tons alaranjados, mesclados ao amarelo e vermelho. Inúmeras lendas circundavam aquele recinto. Um tapete dourado se alongava a uma porta de madeira que fora esculpida de modo que um grande triangulo, assim como o castelo, marcasse o centro, o odor emadeirado emanava do local. Olhei brevemente para Clariss que engoliu em seco, de imediato aparentava entender o que estava adiante aquela porta.
Ela se abriu, e uma nova sala de proporções imensas surgira. Desta vez, a clareza do ambiente havia sido substituída por um mar verde de vegetações e imensas raízes que surgiam de todos os locais. Tudo, voltava-se ao centro da sala onde uma plataforma se formava, alta o suficiente para que qualquer um que subisse sobre ela se visse superior a qualquer outro que estivesse abaixo. Um trono estava la, trono de madeira tão consistente quanto a porta que anteriormente havíamos atravessado, repleto de adornos e luxo, de uma beleza que faria qualquer obra humana ser brinquedo de criança. O trono do rei. E lá estava ele, em sua completa magnitude.
— Vejo meu filho, que chegou bem de sua missão! — Exclamou em bom tom para todos os presentes ouvissem, que no atual momento, eram compostos por Clariss, meia dúzia de guardas e eu. — E trouxe uma amiga, suponho. — Clariss se encolheu diante a mudança de voz que o soberano impôs enquanto exalava a última palavra.
Ajoelhei-me fazendo uma leve reverência. Clariss sem qualquer hesitação imitou meus movimentos.
— Minha missão foi um sucesso, pai.
Pai. Pai. Pai. Clariss olhou-me com o canto dos olhos como se não tivesse escutado com clareza o que acabara de ser dito. O rei sorriu e levantou-se de seu trono, caminhando em nossa direção. Cada passo sufocava o ambiente, os passos do nobre eram lentos e graciosos, mas firmes, como se um guerreiro incorporasse o corpo de um Deus. Seus longos fios de ouro estendiam-se por sua armadura igualmente dourada, balançando sobre parte de seu rosto o que criava uma dança de feições. Ambos nos levantamos no momento em que sua alteza havia chegado a base da plataforma, olhando-nos frente a frente. Dois metros de reinado estavam diante nós, fitando-nos com aqueles olhos. Olhos de uma víbora. — Clariss estremeceu — Azuis como os meus, porém, assim como o de todos os demais Driady a íris de seus olhos eram achatadas e mais cumpridas, como se fossem olhos de serpentes venenosas. Olhos capazes de colocar seus inimigos ao chão. Estando mais próximo, era possível ver suas orelhas pontiagudas, com destaque a sua orelha direita que aparentava ser mais cumprida e possuía um adorno em sua ponta, algo semelhante a um brinco. Uma joia.
— Vejo que durante as duas semanas que permaneci afastado, seus gostos por riqueza continuaram iguais. — O rei sorriu em minha direção, e logo se voltou a Clariss. Pensativo, aspirando cada momento.
— Soube que durante sua estadia na capital Evans esteve um pouco ocupado com nossos amigos, Ferel. — Seus olhos, narinas, orelhas, tudo permanecia em direção a Clariss que por nenhum segundo ousou piscar ou desviar sua atenção. A jovem parecia uma estátua, completamente inerte, exceto pela tremedeira que não importava o quanto tentasse, não conseguia controlar.

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Idol Five
FantasiIdol Five baseia-se em uma trama criada a partir de um pensamento que surgira enquanto assistia o anime Isekai Shokudou, durante a época em que estava lendo a obra de Saraah J. Maas, trono de vidro. Desde então decidi por inciar essa história que se...