Capítulo 4: Índice

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Han decidiu que ele devia primeiro adquirir um poder, mesmo que fosse o mais inútil do universo, e o único obstáculo no seu caminho era a taxa de G$ 10.000. Como a maioria das pessoas, o primeiro lugar em que Han pensou para conseguir esse valor era o comércio Galático. Vendendo especialidades da Terra na Dark Net ele poderia ganhar o bastante para adquirir um cristal, mesmo que esteja mais para uma pedra do que cristal.

Então Han começou a se concentrar em seu grande sonho de lucrar horrores. Ele logo percebeu, no entanto, que o ambiente comercial galáctico não era tão fácil como tinha pensado em princípio. Olhando para os quatro cantos da galáxia, a Terra tinha um dos ambientes naturais mais bonitos, que era também o modelo ideal para se viver. No entanto, se comparada aos outros planetas, os seus recursos, produtos e capacidades de produção estavam muito abaixo da média. Até aquele momento ainda havia um enorme déficit nas transações com outros planetas, maiores e mais desenvolvidos. Até mesmo o Governo Unificado estava tentando arduamente aumentar a exportação de matéria básica, reduzindo o déficit na balança comercial. Atualmente, entre as poucas áreas que geravam superávit para o Governo Unificado estavam o turismo, o artesanato e algumas outras ainda mais insignificantes. Além disso, a Dark Net Galática era o lugar onde armas, drogas e outras mercadorias proibidas eram negociadas. Se alguém começasse a vender artesanato as pessoas iriam rachar o bico.

Depois de pensar nas possibilidades por cerca de dois dias, Han estava exausto e capotou no sofá. Ele ligou a TV e começou a assistir o noticiário para dar um descanso para o seu cérebro. Por ter passado uma semana inteira mergulhado na Dark Net, ele não ficou sabendo de várias coisas que aconteceram na Terra nos últimos dias, e a maioria era relativo aos espers. Usando a proporção de um para cada cem mil, entre os 15 bilhões de pessoas na Terra haveriam cerca de 150 mil espers, que eram a principal força de proteção do planeta. No entanto, devido à falta de um poder superior que controlasse os espers, eles também eram a principal fonte de caos local.

Era simples, digamos que houvesse um esper piromante, que poderia explodir uma parede de concreto com apenas um movimento de sua mão. Você acha que ele iria apenas viver humildemente, como um cidadão normal, e aceitar um salário insignificante? Ou seria mais provável que ele roubasse um banco e se tornasse um milionário do dia para a noite? É óbvio que devido aos superpoderes que possuíam, os espers normalmente não se preocupavam em cumprir as leis da sociedade. Espancar uma mulher bonita até deixa-la inconsciente, trazê-la para sua casa, e depois de alguns dias a descartar como se fosse lixo, ou mesmo se juntar a outros para roubar bancos, eram situações muito comuns.

Havia tropas do Governo Unificado posicionadas nas cidades, e assim a segurança era aceitável nas principais áreas, mas em compensação o subúrbio era o paraíso para os criminosos. O grande número deles já era suficiente para tanto o Governo Unificado quanto o Centro de Controle de Superpoderes quebrarem a cabeça diariamente.

Era consequência lógica que os únicos que conseguiriam bater de frente com os espers eram outros de sua espécie e, por isso, o Governo Unificado investiu pesado para contratar o maior número de indivíduos com superpoderes para que mantivessem a ordem e paz. Mas a pior coisa era que alguns espers usavam estes cargos de mantenedores da lei como fachada: eles usavam seus uniformes durante o dia, mas durante a noite estavam trabalhando na surdina, agindo como líderes ou membros de grandes facções criminosas.

Desta feita, tais dias onde haviam pessoas superpoderosas eram realmente caóticos. A taxa de criminalidade era alta, e a Terra enfrentaria em breve diante a possibilidade de ser rebaixada à colônia de algum outro planeta. Os conflitos internos e as ameaças externas eram os responsáveis por inúmeras noites em claro dos governantes.

Galatic Dark Net (Dark Net Galática)Onde histórias criam vida. Descubra agora