SER ZEN É MELHOR QUE SER FORTE

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Aria Montgomery acordou no meio de um ronco. Era domingo de manhã, e ela estava encolhida em uma cadeira de vinil azul, na sala de espera do Rosewood Memorial Hospital. Todo mundo — os pais de Hanna Marin, o Oficial Wilden, a melhor amiga de Hanna, Mona Vanderwaal, e Lucas Beattie, um garoto da sala dela em Rosewood Day, que parecia ter acabado de chegar — estava olhando para ela.

  

— Perdi alguma coisa? — grunhiu Aria. Parecia que sua cabeça estava cheia de marshmallows Peeps. Quando ela checou o relógio com a logomarca do remédio antidepressivo Zoloft na parede sobre a porta da sala de espera, viu que eram apenas oito e meia. Ela tinha cochilado por cerca de quinze minutos.

  

Lucas sentou-se ao lado dela e apanhou uma cópia da revista Suprimentos Médicos Hoje. De acordo com a capa, a edição destacava todos os modelos recentes de bolsas de colostomia. Quem coloca uma revista de suprimentos médicos em uma sala de espera de hospital?

  

— Eu acabei de chegar — respondeu ele.— Soube do acidente pelo noticiário da manhã.Você já viu a Hanna?

  

Aria sacudiu a cabeça.

  

— Eles não deixaram ninguém entrar ainda.

  

Os dois caíram em um silêncio profundo. Aria observou os outros. A sra. Marin estava vestindo um suéter de cashmere amarrotado e uma calça jeans de caimento perfeito. Ela estava berrando no seu pequeno Motorola, embora as enfermeiras tivessem avisado que era proibido usar celulares ali. Wilden, o policial, sentou-se junto dela, sua jaqueta do departamento de polícia de Rosewood desabotoada até a metade do peito, deixando uma camiseta branca gasta à mostra. O pai de Hanna estava jogado na cadeira mais próxima das enormes portas duplas que levavam à unidade de terapia intensiva, balançando o pé esquerdo. Vestindo um conjunto de moletom rosa claro da Juicy e chinelos, Mona Vanderwaal parecia estranhamente desleixada, o rosto inchado de tanto chorar. Quando Mona viu Lucas, lançou um olhar irritado para ele, como se quisesse dizer Este lugar é só para os amigos mais próximos e para a família. O que é que você está fazendo aqui? Aria não podia culpar ninguém pela irritação de Mona. Ela estava ali desde as três horas da manhã, logo depois que a ambulância saiu do estacionamento da Escola Primária Rosewood Day levando Hanna para o hospital. Mona e os outros tinham chegado em diferentes momentos ao longo da manhã, quando a notícia começara a circular. A última coisa que os médicos tinham dito fora que Hanna havia sido transferida para a unidade de terapia intensiva. Mas isso tinha sido três horas antes.

  

Aria relembrou os detalhes horrorosos da noite anterior. Hanna havia telefonado para dizer que sabia a identidade de A, o mensageiro diabólico que andava chantageando Hanna, Aria, Emily e Spencer durante o último mês. Hanna não quis revelar nenhum detalhe por telefone, e pediu a Aria e Emily que a encontrassem nos balanços do Rosewood Day, o antigo lugar especial delas. Emily e Aria tinham chegado justamente a tempo de ver uma van preta surgir do nada, atirar Hanna longe e desaparecer. Enquanto os paramédicos corriam para o local do acidente, colocavam um colar cervical no pescoço dela e a deitavam cuidadosamente na maca da ambulância, Aria tinha ficado entorpecida. Quando ela se beliscou com força, nem doeu.

  

Hanna ainda estava viva... mas por um triz.

  

Ela tinha ferimentos internos, um braço quebrado, e hematomas por todo o corpo. O

acidente havia causado um trauma na cabeça, e agora ela estava em coma.

Inacreditáveis - Pretty Little Liars Onde histórias criam vida. Descubra agora