A GUERRA FOI DECLARADA

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No final da tarde de domingo, depois de Aria deixar o hospital — o estado de Hanna não havia se alterado —, ela subiu os degraus desiguais da varanda da casa do bairro Old Hollis, onde Ezra morava. O apartamento dele no porão ficava a apenas duas quadras de distância da casa que Byron agora dividia com Meredith, mas Aria ainda não estava pronta para ir até lá. Ela não esperava que Ezra estivesse em casa, mas tinha escrito uma carta para ele, dizendo-lhe onde iria morar e que esperava que eles pudessem conversar. Enquanto lutava para enfiar o bilhete pelo buraco da caixa de correio de Ezra, ouviu um rangido atrás dela.

  

— Aria — Ezra emergiu no saguão, vestindo um jeans desbotado e uma camiseta Gap cor de tomate —, o que está fazendo?

  

— Eu estava... — a voz de Aria estava tensa de emoção. Ela segurou o bilhete, que havia amassado um pouco durante a tentativa de empurrá-lo para dentro da caixa de correio. — Eu estava deixando isto para você. Diz apenas para me ligar.

  

Ela fez a tentativa de dar um passo em direção a Ezra, com medo de tocá-lo. Ele cheirava exatamente como na noite passada, quando Aria havia estado lá pela última vez: um pouco a uísque, um pouco a hidratante.

  

— Não pensei que você estaria aqui — balbuciou Aria. — Você está bem?

  

— Bem, não precisei passar a noite na cadeia, o que foi bom. — Ezra riu, e então franziu a testa. — Mas... fui despedido. Seu namorado contou tudo à direção da escola: e ele tinha fotos nossas para provar. Eles preferiram deixar por isso mesmo, então a menos que você dê queixa, isso não vai constar na minha ficha. — Ele enganchou seu polegar em torne do passador de cinto: — Preciso ir até lá amanhã e recolher as minhas coisas. Acho que vocês terão um novo professor para o resto do ano.

  

Aria apertou as mãos contra o rosto:

  

— Sinto muito, muito mesmo.

  

Ela agarrou a mão de Ezra. A princípio, ele resistiu ao toque, mas suspirou lentamente e se entregou. Ele a puxou para perto de si e a beijou com força, e Aria o beijou de volta como se nunca tivesse beijado antes. Ezra deslizou os braços sob o fecho do sutiã dela. Aria agarrou a camiseta dele, arrancando-a. Eles não se importaram por estar na calçada, nem com o grupo de universitários maconheiros encarando-os da varanda da casa vizinha. Aria beijou o pescoço nu de Ezra e ele envolveu sua cintura.

  

Mas quando ouviram o berro da sirene do carro de polícia, eles se desgrudaram, assustados.

  

Aria abaixou-se atrás da parede trançada da varanda. Ezra agachou ao lado dela, com o rosto afogueado. Lentamente, a viatura passou em frente à casa de Ezra. O policial falava ao celular sem prestar atenção alguma a eles.

  

Quando Aria voltou-se para Ezra, o clima sensual havia acabado.

  

— Entre — disse ele, colocando a camiseta de volta e indo em direção ao seu apartamento. Aria o seguiu, contornando a porta da frente, que ainda pendia para fora das dobradiças desde que os policiais a haviam derrubado no dia anterior. O apartamento cheirava como de costume: a poeira e macarrão instantâneo.

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