EMILY É APENAS UMA GAROTA DOCE E INOCENTE DO MEIO-OESTE

47 3 1
                                    

—Vamos logo! —Abby apressava Emily, puxando-a pelo terreno da fazenda. O sol estava se pondo no horizonte plano de Iowa e todos os tipos de besouros e mosquitos do Meio-Oeste pareciam estar prontos para entrar em ação. Aparentemente Emily, Abby e os dois primos de Emily, Matt e John, também estavam prontos para entrar em ação.

  

Os quatro pararam no acostamento. John e Matt haviam trocado suas camisetas brancas simples e suas calças de trabalho por jeans folgados e camisetas com slogans de cervejarias.

Abby ajeitou seu tomara que caia e checou como estava seu batom em seu espelho compacto.

  

Emily, usando a calça jeans e a mesma camiseta que vestia quando chegou, se sentia sem graça e malvestida — que aliás, era como ela se sentia em Rosewood também.

Emily deu uma olhada por cima do ombro para a casa da fazenda. Todas as luzes estavam apagadas, mas os cães ainda corriam feito uns loucos pelo terreno da propriedade, e a cabra desobediente ainda estava amarrada à porteira do celeiro, o sininho em volta do pescoço badalando. Era de se admirar que Helene e Allen não colocassem sininhos também no pescoço de seus filhos.

  

— Será que isso é mesmo uma boa ideia? — pensou Emily em voz alta.

  

—Vai ficar tudo bem — respondeu Abby, as argolas em suas orelhas balançando. — Mamãe e papai vão para a cama às oito em ponto. São uns reloginhos. É isso que acontece quando você acorda às quatro da manhã.

  

— Faz meses que fazemos isso e nunca fomos pegos — garantiu Matt.

  

De repente, uma picape prateada apareceu no horizonte, levantando poeira em seu caminho. A picape se aproximou devagar dos quatro e então, parou. Da cabine, vinha um hip-hop que Emily não conseguia identificar e um cheiro forte de cigarros mentolados. Um sósia de cabelos escuros de Noel Kahn acenou para seus primos e sorriu para Emily.

  

— Entãããããããão... essa é sua prima, hein?

  

— Isso mesmo — disse Abby. — Ela é da Pensilvânia. Emily, esse é Dyson.

  

— Pode entrar. — Dyson deu um tapinha no banco. Abby e Emily entraram na cabine, e John e Matt foram para a carroceria. Quando a picape voltou a andar, Emily deu uma última olhada para a casa de fazenda sumindo a distância, e foi tomada por uma sensação ruim.

  

— Então, o que a trouxe para a glamorosa Addams? — perguntou Dyson, trocando de marcha com o câmbio barulhento.

  

Emily deu uma olhadinha para Abby.

  

— Meus pais me mandaram para cá.

  

— Eles puseram você para fora de casa?

  

— Isso aí — intrometeu-se Abby. — Eu ouvi dizer que você estava dando um trabalhão. — Ela então olhou para Dyson. — Emily vive perigosamente.

  

Emily deixou escapar uma risada. A única coisa rebelde que ela já fizera na frente de Abby fora roubar um biscoito Oreo a mais para a sobremesa. Ela se perguntou se seus primos sabiam da verdadeira razão pela qual seus pais a haviam mandado para lá. Era provável que "lésbica" fosse uma palavra que acabasse obrigando você a pagar multa e colocar umas moedinhas no Pote dos Palavrões.

Inacreditáveis - Pretty Little Liars Onde histórias criam vida. Descubra agora