Goodbye, My Love × Markhyuck

O Dia Anterior

— Meus parabéns pelo prêmio, senhor. Sua família deve estar muito orgulhosa disso, não é, Donghyuck? — Um senhor que deveria ter sessenta anos cumprimentava a família de Lee Donghyuck e parabenizava o pai do rapaz pelo prêmio ganhado através do bom trabalho de sua empresa.

Donghyuck já havia sido parado diversas vezes por causa desse assunto, o qual nem era sobre ele. O filho não aguentava mais conversar com pessoas mais velhas sobre o maldito prêmio, porém não podia ser mal-educado com os convidados, visto que além de ser o anfitrião, também não era de sua personalidade

— Estamos mesmo — Ele respondeu, com um sorriso no rosto — Se não se importam, preciso atender meu celular.

Os demais assentiram e Donghyuck foi em direção ao bar enquanto pegava o celular e fingia estar em uma ligação quando na verdade estava ouvindo as mensagens de voz que seu amigo havia mandado há uma hora. Terminando de ouvir e de responder, ele chamou um bartender e pediu mais uma taça de vinho tinto, a terceira da noite. Seu pedido veio rápido e ele se sentou em um dos bancos, observando o salão de festas cheio de desconhecidos. Reparou como todos estavam muito bem arrumados e conversavam baixinho, e reparou também que muitos não estavam com verdadeira vontade de estar ali. Um dos protagonistas da festa — Donghyuck — era um deles. Nenhum de seus amigos puderam ir, então não tinha muita graça estar ali sendo um dos únicos com menos de trinta anos.

Ouviu a porta se abrir e olhou na direção da entrada para ver quem havia chegado. Uma mistura de felicidade e nervosismo o preencheu: a família de Lee Minhyung, mais conhecido como Mark, havia passado por aquela porta. Donghyuck terminou sua taça no mesmo instante, levantou-se e foi até eles os receber.

— Olá, sejam bem-vindos! — Os cumprimentou de forma simpática, lançando um rápido olhar ao mais novo da família, Mark Lee.

— Muito obrigada, meu querido. Como está? — A mãe de Mark perguntou. Ela gostava muito de Donghyuck, assim como ele gostava muito dela.

— Muito bem, e a senhora?

— Também. Você está muito bonito, como sempre! Aonde estão seus pais?

Donghyuck agradeceu e apontou para onde eles estavam. Os mais velhos foram até onde fora apontado e Mark ficou para trás, olhando para o ambiente ao redor de si, calado. Donghyuck o olhou ansioso, estralando os dedos. Queria dizer algo que não soasse idiota para o garoto.

— Você... quer algo? — Foi o que o anfitrião conseguiu falar, chamando a atenção do outro.

— Eu estou com sede — Respondeu, acompanhado de um sorrisinho, porém sem olhar diretamente para Donghyuck.

— Então vamos beber.

Ambos seguiram para o bar, Donghyuck pediu novamente o vinho tinto e Mark pediu um Champagne.

Os dois esperavam seus pedidos sem jeito, quebrando o silêncio constrangedor com alguns comentários bestas e risadinhas. Donghyuck era tomado por um intenso nervosismo, pois nutria uma paixão secreta por Mark há quase três anos, porém ele era bastante tímido se tratando de amor, o que o impedia de se declarar. Ninguém sabia de sua atração, o que dificultava ainda mais a situação, já que ele não tinha incentivo.

Enquanto isso, Mark também se encontrava nervoso, explorando de forma agitada o ambiente e batendo os dedos na mesa do bar de forma rítmica. Ele não parava de pensar sobre um garoto que era dono de seu coração.

O próprio Donghyuck.

Ambos estavam apaixonados um pelo outro, mas eram impedidos por si mesmos de ficarem juntos.

Sentaram lado a lado em frente ao bar quando o pedido chegou. A perna de Mark tocou a de Donghyuck, o que já o fez suas bochechas esquentarem bem forte e seu coração disparar. O mais novo era louco por Mark de uma forma que era impossível explicar como era o sentimento.

— Como você está? — Mark perguntou, tentando não manter o silêncio estranho entre eles.

— Estou bem, só cansado de ficar aqui — Respondeu Donghyuck, olhando para sua taça cheia.

— Eles ficam te chamando toda hora, não é?

— Sim! É um saco ouvir as mesmas palavras toda hora. Certeza que metade desses velhos estão com inveja.

— E estão mesmo! Está vendo o cara de verde? Ouvi dizer que ele ficou todo surtado quando soube que perdeu.

—Não acredito. É o que mais está bajulando a gente!

— Que cara de pau! Ele é muito falso.

— Nossa, já vou avisar sobre isso — "Lindo e fofoqueiro do jeito que eu gosto" — E você está bem?

— Ah... acho que sim.

— Por que "acho que sim?" — Donghyuck perguntou, olhando para o mais velho. Não pode evitar os elogios mentais ao outro. Ele estava mais bonito do que o normal, com o cabelo tingido de loiro e arrumado formalmente.

— Tem algo me incomodando, mas eu posso lidar com isso — Mark não olhava para Donghyuck, com medo de seus jeitos e expressões pudessem entregar o seu sentimento secreto.

— Ah... Boa sorte com isso.

— Obrigado.

E mais uma vez mergulharam em um silêncio eterno. Não chegava a ser constrangedor, Donghyuck até se contentava com isso. Ele estava perto de Mark, então o momento estava valendo.

— Você gosta de assistir algo? — Para a surpresa de Donghyuck, Mark puxou assunto novamente. Animou-se, pensando que pelo menos o mais velho gostava dele como amigo.

— Ah, ando assistindo algumas séries. Acabei Modern Family hoje.

— Gostou? — O mais novo assentiu — Também gostei, bem engraçada. Eu estava pensando em começar American Horror Story, está bem falada ultimamente.

— Eu também quero — na verdade era a primeira vez que Donghyuck ouvia sobre ela — A gente pode começar a ver juntos.

— Pode ser. Passa seu número para eu te chamar.

Donghyuck não escondeu seu sorriso e ditou os números enquanto assistia Mark escrevê-los em seu celular.

"A voz dele é a mais bonita de todas. "

— Ali está ele! — Donghyuck ouviu seu pai — Hyuck, venha aqui.

Ele deixou a taça em cima do balcão e fez uma careta para Mark, que riu e desejou boa sorte, e deixou seu assento, indo até onde seu pai estava. Desse momento até o resto do evento, Donghyuck teve que ficar na cola de seu pai, ouvindo muitas coisas que não o interessavam. Estava frustrado por não poder ficar sentado com Mark, ainda mais no momento em que a conversa fluía bem.

No fim da festa, vendo quem ainda estava no salão, percebeu que Mark e sua família não estavam mais lá. Ele ficou ainda mais desanimado. Mark tinha ido embora e não se despediu dele.