5 Dias: O Dia Seguinte

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A ressaca e a dor por todo o corpo atingiram Donghyuck em cheio quando acordou.

Havia se esquecido de que beber tinhas suas consequências e que ela se apresentava em uma dor de cabeça bem chata. Agradeceu que as cortinas grossas barravam a luz de entrar no quarto e lentamente foi acostumando seus olhos ao ambiente. Ainda grogue, não lembrava das coisas feitas no dia anterior, e não forçou sua memória pois sabia que aos poucos elas viriam — algumas, pelo menos.

Viu duas garrafas de vodca com um pouco menos da metade na cabeceira ao lado da cama e lembrou que passou a noite bebendo com alguém. Só então notou que estava sem roupa e também o peso de um braço em si e olhou para ele, o achando muito familiar. Analisou a forma da mão e a cor da pele, pensando que parecia ser de Mark, mas não levou essa ideia para frente. "Ele não deitaria numa cama comigo. "

Sentiu-se carente e triste com essa ideia e involuntariamente entrelaçou os dedos com os do estranho, elogiando sua maciez mentalmente. Algumas cenas começaram a passar por sua cabeça, envolvendo danças e conversas com diversas pessoas, fazendo-o soltar uma risada baixa lembrando de como foi divertido. Depois, Mark voltou a aparecer, desde o momento que se encontraram até a hora em que ele deitou em cima de si após mais uma rodada de sexo. Confuso, começou a se perguntar se estava ainda bêbado ou se aquilo havia acontecido de alguma forma. Olhou novamente para a mão que segurava e ela o convencia da identidade de seu dono e o incentivava a olhar para trás. E quando sentiu seu pescoço ser beijado várias vezes, ele tomou coragem e se moveu, ficando de frente para seu companheiro de noite, encontrando Mark Lee com cara de sono e com um pequeno sorriso.

— Está tudo bem? — A voz rouca caminhou pelos ouvidos de Donghyuck, o surpreendendo ainda mais.

— Sim — Tentou disfarçar sua surpresa — E com você?

— Também. Se tiver com dor de cabeça eu trouxe uma cartela de analgésico.

— Você é sempre bem preparado, admiro muito. E eu gostaria de um.

Mark logo se levantou e procurou suas calças no chão. Donghyuck ficou sentado na cama, perguntando se o outro sabia que estava totalmente nu para agir com tamanha naturalidade na sua frente. Aproveitou para admirar mais seu corpo marcado com chupões e mordidas da noite anterior e se perdeu nas lembranças de sua transa. Ele não acreditava que realmente tinha feito aquilo.

Quando a cartela foi achada, os dois foram ao banheiro tomá-la com ajuda da água da torneira — atitude totalmente questionável, mas nenhum deles pareciam se importar — e aproveitaram para esvaziar suas bexigas, voltando para a cama em seguida. Ficaram alguns minutos trocando carícias em silêncio, esperando a dor de cabeça diminuir, e quando se sentiram melhor, Donghyuck começou a falar.

— Desculpa por ter te marcado tanto, vai ser difícil de esconder.

— Relaxa, a gente dá um jeito. Você deve estar pior. Tem a marca da minha mão na sua bunda.

— Com certeza está bonita — Eles riram e voltaram a ficar em silêncio, dessa vez se encarando com a expressão de um bobo apaixonado.

— Hyuck, eu não sei se deveria perguntar sobre isso, mas está difícil de não pensar sobre. Ontem você me disse algo.

— O que? — Quase entrou em pânico pensando na possibilidade de ter se declarado para Mark, o semblante subitamente sério estava o assustando demais.

— Você disse que era nossa única noite, porque você ia morrer. Sei que a gente estava bêbado e besteiras são ditas, mas eu acho que você falou sério.

Todos os sistemas do corpo de Donghyuck congelaram no instante que ouviu aquelas palavras serem proferidas. Não conseguiu assimilar que havia falado sobre sua possível morte com ele. Não conseguiu assimilar que Mark lembrou disso e tinha se preocupado ao ponto de perguntar. Não sabia mais o que fazer. Poderia evitar aquele assunto, mas algo dentro de si se despertou e o fez lembrar do quão confortável estava se sentindo com ele, então foi aos poucos derrubando seu nervosismo e finalmente se pronunciou.

Goodbye, My Love × MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora