3 Dias: O Sol

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 Donghyuck se encontrava na praça perto de sua casa apenas observando o movimento do local, que estava mais cheio do que de costume. Aquela praça dava-o boas lembranças, pois grande parte de sua infância se passou ali, naquele espaço de poucas árvores, brinquedos quebrados e com alguns esquilos. Ele se lembrava de uma vez em que tentou pegar um esquilo quando tinha sete anos. Na época, ficou fascinado pelo animalzinho de pelo marrom que estava saltando nos brinquedos. Se aproximou lentamente e pulou na direção do pequeno ser, porém ao invés de pegá-lo, recebeu uma mordida. Correu de volta para a sua mãe e começou a chorar. Na época, Donghyuck odiava relembrar o acontecimento, mas agora ele ria bastante nostálgico.

Fazia um tempo desde a última vez que ele foi nessa praça. Para falar a verdade, ele estava quase a esquecendo, apenas relembrou porque estava olhando suas fotos antigas. Decidiu que a visitaria mais uma vez, para sentir a gostosa e confortável atmosfera que dominava o local. Quando chegou, não conteve o sorriso por estar em um ambiente tão familiar. Deu a volta na praça em passos lentos, para sentir melhor a sensação que aquilo lhe proporcionava. Tocou nos brinquedos que o divertiu tanto e percebeu como eles eram pequenos, ou se tornaram pequenos porque não acompanharam seu crescimento.

— Eu era bem pequenininho — Murmurou para si mesmo, a aparência fofa, alegre e delicada de si mesmo criança surgiu em sua mente — Aproveitei bastante vocês.

Sentou-se em um dos bancos velhos e pixados dali e ficou a maior parte do tempo parado, apenas ouvindo o som da brisa e olhando tudo o que acontecia, quase como uma estátua. A beleza dos arredores o fez desejar ter ido mais vezes ali. Gostaria de levar Mark para gastarem tempo comentando sobre o lugar, tirando fotos da paisagem e até mesmo tentando usar alguns dos brinquedos que, de alguma forma, ainda estavam erguidos. Mas este estava ocupado naquele dia, então não havia mais chances, pois o tempo não daria mais oportunidades.

Imaginando os dois ali, ele se levantou e saiu da praça, antes lançando um olhar de despedida para o local, o agradecendo pelas boas lembranças.

Enquanto caminhava, sentiu seu celular vibrar algumas vezes no bolso de sua calça. Não demorou para pegá-lo e já responder as mensagens que chegavam. Viu que Renjun criara um grupo com Jaemin e Jeno e o próprio Donghyuck, os chamando para almoçar em alguma hamburgueria perto do Central Park, avisando que levaria dois de seus amigos — Jisung e Chenle. O Lee não hesitou em aceitar o convite e pediu para Jaemin o levar, já mudando o percurso para a casa do melhor amigo. Em poucos minutos estava do lado do carro, esperando o dono do HB20 prata aparecer. Ao ver a cabeleira rosada na porta, sorriu e foi abraçá-lo com força.

— Tudo isso é saudades? 

— Claro, sou carinhoso, Jaemin. Até parece que não me conhece.

— Conheço mais do que me conheço — Entraram no carro e Jaemin deu partida, indo em direção ao local combinado — Sabe, faltam 3 dias.

— Sim, está  batendo na porta já. 

— É. Hoje vai ser nosso último dia juntos. Vou viajar para Boston amanhã.

O coração de Donghyuck se apertou. Ele não estava preparado para deixar Jaemin para trás. De todas as pessoas, Jaemin era a mais difícil de deixar, até mais do que Mark ou seus pais. 

— Então vamos aproveitar bastante hoje — Não conseguiu disfarçar o nó na garganta que se formou no mesmo instante da fala do outro — Só boas memórias. 

Jaemin sorriu, mesmo com as lágrimas querendo inundar seus olhos.

— Só boas memórias.

Chegaram em frente à hamburgueria, encontrando Renjun e Jeno os esperando. Mal se cumprimentaram, Renjun já se animou em um nível que os três acharam hilário, pois ele era alguém tranquilo. Logo Chenle e Jisung chegaram juntos — Donghyuck descobriu naquele momento que eles eram um casal e se perguntou como que não percebera antes — e eles puderam pedir seus lanches. Os pedidos não demoraram para sair, com exceção do de Jaemin, o que o fez reclamar a cada minuto, pois como ele dizia, estava morto de fome e aquilo era um teste de sobrevivência onde ele não conseguiria passar, fazendo todos rirem com o drama.

Goodbye, My Love × MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora