Podia-se sentir o cheiro da violência ali. Tão doce que chegava a sufocar. Tão amargo que, ao ser provado, traria lágrimas aos seus olhos. O cheiro da violência permeava as chamas do incêndio e a correnteza daquele rio.
A Rússia era um país violento...
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"É em sua escuridão que se pode notar: você é terrivelmente bonita, insuportavelmente humana."
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E então, houve luz. O brilho alaranjado da manhã surgiu logo após as cinco, e Nika, vestindo roupas limpas, abriu as cortinas do quarto de Atka. Fez seu melhor para ignorar as assustadoras pinturas que a general pendurara nas paredes, originais de Henry Fuseli. As cores pareciam cantar para que a garota dormisse.
Espíritos, fantasias góticas e sexo pingavam da imagem no quadro que ficava sobre sua cama. As mulheres retratadas naquela cena eram estilhaços pálidos e dourados. Anjos sem asas.
Por alguns momentos inquietantes, Veronika observou o corpo preguiçoso de Atka, demorando-se nos detalhes. Pôde ver as escoriações mais recentes em seus braços e as cicatrizes mais antigas que demarcavam sua pele como um mapa. À luz da manhã, a serpente em suas costas se destacava, faminta.
Outra tatuagem fora escrita em linha reta em sua nuca. Algumas letras pareciam mais novas que outras, como se a tinta houvesse sido aplicada ao longo dos anos. Norling. Parecia um nome, Nika apenas não sabia a quem pertencia.
Atka não abriu os olhos, apenas inclinou o rosto em direção às janelas. Permitiu que a luz do sol beijasse as maçãs de seu rosto, a curva de seu pescoço, o busto descoberto.
Nika já havia preparado seu banho também.
Por mais que a garota recusasse os serviços de Nika todos os dias, ela nunca ouvia. Atka a resgatara das ruas dois anos antes – por motivos totalmente egoístas – e dera a ela um emprego honesto, um teto que a protegesse. Agora havia uma dívida de sangue pairando sobre as duas.
"Estávamos no jornal da manhã," Veronika comentou, abrindo um largo sorriso. Deixou seu corpo cair no sofá de couro em um dos opostos do quarto, balançando os pés. A saia cinzenta de seu uniforme cobria os tornozelos finos e atrapalhava o movimento, então ela puxou o tecido para cima.