Desabafos

Falta-me o oxigénio

Sinto a tua falta como quem necessita de oxigénio ou os peixes precisam de água.
Choro porque sei que são lágrimas em vão, sei que não vais voltar, sei que não me queres, sei que já não precisas de mim, sei que já não faço falta. Fazes falta, sem ti sou apenas uma peça de puzzle sem as outras 99 para completar, de que sirvo eu assim?
Eras o meu chão, sem ti tentei levantar vôo, encontrar outra maneira de sobreviver neste mundo mas descobri que voar não é para mim, descobri que não sei quem sou, que este 'eu' que todos vêem é alguém que finge ser quem não é e, eu não quero voltar a ser esse 'eu'.
Quero-te e estou sedenta por ti, entrego-te aqui todas as juras do mundo de como sinto a tua falta e preciso de ti, dizem que quem jura mais mente mas eu não tenho necessidade de mentir sobre isto. Nós já fomos verdade e o facto de termos acabado faz me pensar que isto não passa de uma mentira. Uma enorme, dolorosa, maldosa e impiedosa mentira.
Quem sou eu? Uma rapariga que prefere ter 1733638 amigos e desvalorizar os verdadeiros? Alguém que prefere ser bonita, desejada e invejada aos olhos de todos invés dos meus próprios e somente dos teus? Alguém que perdeu o rumo e por isso segue o dos outros? Alguém que apenas por ter sido 'mal tratada' a vida toda desde que me consigo lembrar, mal trata também os que a querem ver bem e que a dão amor e carinho? Quem é esse 'eu'? Alguém tão superficial quanto vidro sobre o mar, alguém tão orgulhoso que odeia dar a parte fraca e mostrar que precisa ou também erra?
Não sou eu.
Eu gosto de amar, gosto de fazer os outros sorrir, gosto de ser o motivo de tais sorrisos e felicidade, não gosto de magoar, gosto de sentir saudades e que sintam a minha falta também, pois isso significa que sou importante e a pessoa também o é. Gosto tanto de tantas coisas e tu estás em número 1 e no fim dessa lista, gosto tanto dos teus olhos, do teu cabelo, das tuas mãos, da tua boca rosada, DOS TEUS OLHOS e dos olhares profundos que custumavamos dar um ao outro, da tua gargalhada, da tua timidez, de todas as tuas qualidades e de todos os teus defeitos (eu aprendi a gostar deles porque fazem parte de ti). Tenho saudades de estar contigo e desejar ver-te o menos tardar possível, sonhar contigo, acordar a pensar em ti, ver-te e estar contigo. Um ciclo que adoraria repetir e repetir até ao fim da minha vida e afins.
Precisar de ti tornou-se numa droga, um vicio que não vou conseguir alimentar mas continua a crescer mesmo assim. Pensar em ti virou rotina, precisar de ti é como uma droga e amar-te continua a ser o meu maior pecado.