Dias Sem Sentido

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Desde que me entendo por gente nunca fui uma pessoa feliz, o senso individual da busca por um "porém" sempre me perseguiu, aquele espírito jovem de festas e curtição nunca foi meu forte nem tão pouco me atraiu, tudo que eu sempre quis foi, bem, nem eu sei.
Ao levantar da cama numa manhã gelada de terça feira, o despertador sem piedade alguma gritava ao meu ouvido, o sol nem tinha dado seu ar da graça e eu já me via de pé, era mas um dia qualquer, de uma rotina qualquer, de um cara qualquer indo para o colégio a 90km da sua casa. Ao subir no ônibus sentei como já de costume na minha cadeira predileta(que por sinal já era quase que reservada) onde ninguém sentava do meu lado, pra falar a verdade eu já estava acostumado a não ter companhia, com o fone nos ouvidos e em um meio transe entre o sono e o despertar senti um toque no meu ombro direito, quando abri meus olhos(meio assustado) me de parei com um sorriso perfeito, de uma boca suave que se encaixava perfeitamente na maçã do rosto da dona, era quase uma jura de amor entre os seus olhos castanhos e seu sorriso encantador. A moça me abordou:
- oi, desculpe acordar...
- ô, oi...
Esclamei eu, meio assustado, meio envergonhado. Foi quando rindo ela perguntou:
- você está ouvindo "The Beatles"?
- sim, estou sim moça!
- eu amo muito essa banda, posso ouvir contigo?
- claro que pode!
Então aquela moça linda que hora me impressionara com tanta beleza deitou em meu ombro para compartilhar comigo aquelas poesias em forma de música, senti um arrepio tremendo no meu corpo, aquele contato era tão bom, tão apaziguador que nem o sono conseguiu vence-lo, passei todo o caminho olhando pro rosto dela enquanto ela se debruçava sobre meu ombro, eu não entendia o que sentira naquele momento, mas era bom, muito bom.

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