Sorriso

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   Naquele mesmo momento, sem contar cerimônia corri em busca do do endereço que aquela carta revelara, estava tão atordoado com o momento que sequer lembrei que não tinha dinheiro para pagar o ônibus até lá, mas quem se importava? Um vigor contagiante me cobriu e eu fui até lá a pé, longos oito quilômetros de caminhada e a cada passo criava milhões de espectativas sobre o que aquele momento poderia me proporcionar, "Será que ela vai ficar assustada?", "Será que ela vai gostar de me ver?", "E se ela nem me der atenção?", "O que eu tô fazendo, tô ficando paranóico por uma garota que só disse praticamente oi?", a cada passo meus pensamentos ficavam cada vez mais pessimistas a medida que eu me aproximava do endereço. Após muito andar finalmente havia chegado, era uma casinha verde simples com um telhado já maltratado com a ação do tempo e os portões enferrujados, porém com um pequeno jardim muito bem cuidado no seu interior, me dirigi até o portão e tentei observar pela pequena fenda que o espaçamento da janela aberta proporcionava para observar se havia alguém na casa, tentei chamar mas minhas cordas vocais mais uma vez não me respondiam, já estava suando frio a medida que minhas mãos congelavam e minhas pernas tremiam, foi quando tomei coragem e bati palmas na esperança de que alguém me atenderia, confesso que ao mesmo tempo que estava com uma saudade imensa daquela moça não queria que ela me atendesse, simplesmente por medo de me pronunciar. Não demorou muito e ouvi um grito que parecia vir dos fundos da casa, "JÁ VAI", poucos segundos depois uma senhora com as roupas parcialmente molhadas com o que parecia ser sabão e com os pés descalços veio me atender:
- Pois não?
- Olá, é aqui que mora Elizabeth?
- É sim, quem é você? (falou ela com um tom arrogante).
- Meu nome é Lucas, eu conheci ela no ônibus e ela deixou uma coisa comigo, queria conversar com ela e entregar as coisas dela!
- Ela está no hospital nesse momento você pode deixar as coisas comigo que eu a entrego!
- Não moça, eu prefiro entrega-las pessoalmente, desculpe! Sabe quando ela volta?
- Não, ela não tem data prevista para voltar!
- Mas o que ela tem moça? É algo sério?
- não queira saber, eu tenho que ir.
   Nesse mesmo momento ela virou-se e trancou a porta sem a mínima cerimônia, eu logo me preocupei e comecei a articular situações na cabeça, "porque Elizabeth estava no hospital?", "Porque aquela senhora foi tão arrogante comigo?", "Porque ela não quis dizer qual motivo de Elizabeth estar naquele lugar?". respostas, era o que eu mais queria naquele momento.
   Chegando em casa naquele mesmo dia fiquei pensando sobre aquela situação, foi então que decidi procurar  informações sobre os hospitais da cidade na internet, ao menos o resultado era animador, só haviam três hospitais públicos na cidade, eram eles: "hospital geral do estado", "unidade de pronto atendimento" e "hospital do câncer". Foi então que eu decidi que no dia seguinte iria visitar cada um deles procurando Elizabeth, pela primeira vez em dias, um sorriso contagiava meu rosto.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2017 ⏰

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