- Megan -
"Nossa, Aaron, você é insuportável, já disse?" Reclamo a descer o último degrau da escada já perdendo a paciência com a campainha tocando.
"Mais do que uma vez." Ele grita lá de cima. "Mas eu te amo à mesma."
Reviro os olhos, pegando a maçaneta da porta e a abrindo. Logo meus olhos se arregalam e a minha boca fica seca ao ver quem era do lado de lá.
"Não vai falar nada?" Ele pergunta.
Abano a cabeça, saindo de uma vez do meu pequeno transe. "Foi convidado?"
"Não."
"Tá, então pode ir embora." Eu vou pra fechar a porta, mas ele trava com o pé me impedindo.
"Quê isso, Meggie?" O Cole fala lento devido ao corte no seu lábio, que tava sangrando por sinal. "Pra onde foram as boas maneiras?"
Riu. "Diz o garoto que aparece à minha porta todo machucado. Por acaso foi atropelado por algum camião lá fora?"
Ele descai com a cabeça pra baixo com um sorriso bobo nos lábios e a sobe encarando-me. "Vai me deixar entrar?"
"Porque deveria?" Me faço difícil. Ainda não me esqueci quem ele escolheu na casa de banho, na hora que eu precisava dele.
"Porque você é minha melhor amiga, lembra?" Os olhos dele ficam conectados com os meus por segundos e eu não resisto.
Afasto pra o deixar passar. "Vai me contar o que aconteceu contigo?"
"É que..." Ele enrola enquanto eu fecho a porta e viro pra ele, levantando uma sobrancelha na espera. "Hoje o treino foi duro."
O treino, claro. "Te bateram demasiado?"
"Pior que fui eu que bati." Ele diz, abrindo um sorriso. "O tipo ficou lá estendido no chão."
Pra quem tá perguntando, o Cole treina boxe ou pelo menos foi isso que ele me disse. Por isso ver-lo com nódoas negras e cortes na cara não é novidade pra mim.
"Vou buscar curativos, fica à vontade." Falo e vejo-o assentir, atirando-se pro sofá.
Hoje os meus pais foram trabalhar e não estão por casa. É sábado e eu estava com preguiça de sair por isso decidi ficar por cá mesmo.
Encontrei a caixa com a cruz vermelha debaixo do lavatório e a peguei caminhando de novo pra sala. O Cole estava lá, na mesma posição que o deixei mas agora de olhos fechados.
"E aí, mocinho, isto aqui vai doer não é pra dormir não." Pouso aquilo em cima da mesa e começo a tirar algodão e álcool.
"Odeio esta parte, sabe?" Ele diz, preguiçoso.
"Não se mete-se em encrenca." Eu encolho os ombros girando pra ele. Vou pra sentar do seu lado, no entanto sinto o meu pulso ser agarrado e puxado pra me colocar no seu colo, uma perna pra cada lado da cintura dele.
"Assim fica mais fácil." Ele apenas murmura como se não fosse nada.
Eu ignoro o meu coração a bater a mil dentro de mim e entorno álcool pro algodão. "Tudo bem, desde que deixe as mãos bem longe de mim, entendeu?"
Ele assente com a cabeça caída pra trás no sofá, por isso eu tenho de me inclinar pra poder chegar ao corte bem em baixo do seu olho. Pelo visto, nenhum deles é profundo o que é bom, mas seria melhor se não houvesse machucados em lado nenhum.
Eu passo a desenfetar o seu lábio inferior com cuidado. O Cole aperta os olhos remexendo-se por baixo de mim com a dor.
"Tá ardendo?" Eu pergunto, limpando o sangue.
"Não, não é na- Ai, caralho." Ele solta e eu riu pela tentativa dele de se fazer de durão.
Continuo o progresso passando pra uma zona mais grave do seu lábio quase todo arrebentado. As mãos do Cole vêm parar ao meu rabo e ele o aperta com força por cima do tecido dos calções curtos que eu uso.
"Eu falei pra deixar as mãos longe de mim..." Murmuro sem encarar os seus olhos mesmo sabendo que ele analisava o meu rosto ao detalhe.
"Não específicou direito." Ele brinca. "Sabe, é que eu sou meio lerdo."
"Pena que é mesmo." Eu gargalho terminando de passar pomada pelos cortes.
Eu ia levantar do seu colo, mas as mãos do Cole seguraram na minha anca não me deixando ir. Eu finalmente fito os seus olhos verdes, mais claros do que qualquer dia que eu os tenha visto.
"Que tá fazendo?" A minha voz sai mais nervosa do que eu queria.
Ele indireita as costas, aproximando-se. "Não me diga que só eu aqui tô sentindo o climão?"
"Qual climão, Cole?" Eu tento desviar. "Só você que-"
Já era tarde pra continuar falando quando eu sinto os seus lábios virem aos meus. A sensação é boa, não ela é maravilhosa. É como se o meu corpo tivesse esperado 16 anos por isto, coisa que eu não sabia se algum dia iria ter.
Os meus dedos encontram os seus cabelos escuros e macios e os dele o meu rabo de novo. A sua língua passa na minha boca, tentando explorar o mais que pode enquanto eu rebolo um pouco nele logo sentindo o duro por baixo de mim.
"Você nem facilita, barbie." Ele arfa, recuperando fôlego.
Eu sorrio puxando ele pra mim e o beijando, com mais vontade ainda.
"AH QUE CENA MAIS LINDA. SERÁ QUE EU TÔ ATRAPALHANDO O CASALZINHO AÍ?"
Eu te odeio, Aaron, é sério.
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Se eu tô feliz? Amor, tá chovendo arco íris depois desse beijasso.xx Buhh
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Virtual | Cole Sprouse
Fanfictionmegan e cole são melhores amigos que não se conhecem tão bem como pensam. ▶ 1° Temporada de Virtual