Ele estica a mão machucada e eu começo a ver se tem algum caco de vidro. Não sei como ele conseguiu tomar banho todo machucado.
- Ardeu muito no banho? - Quebrou o silêncio.
- Um pouco. - Olha para um canto do quarto. - Mas nada que fosse me matar. - Concordo com a cabeça.
- Vai me dizer o motivo para você socar o vidro desse jeito? - Começo a enrolar a gaze sobre os machucados.
Como ele tomou banho, não preciso higienizar.
- Por que você acha que eu soquei? - Ele vira para me olhar.
- Bom, para você ter sangue até metade do braço, não foi porque bateu sem querer. - Não consigo decifrar o seu olhar, porque quando eu ia olhar mais profundamente, ele desvia e volta a olhar para algum canto do quarto.
- Talvez eu tenha visto algo que me deixou furioso. - Seus olhos me cercam.
Desvio o olhar e fecho a gaze com esparadrapo. - Terminei aqui. - Não quero olhar para ele, não sei o que estou sentindo, mas parece como se eu tivesse feito algo de errado. - Melhor você ir se trocar.
- Tudo bem. – Ele se levanta e vai até o closet. - Já volto.
Começo a arrumar a caixinha de primeiros socorros. - Você vai precisar tomar algum remédio para dor. - Levanto o remédio Flanax, quando vejo ele saindo do closet. - Esse é muito bom para dor, mas precisa comer alguma coisa antes.
Sinto seu olhar sobre mim, mas pela primeira vez, não quero encará-lo. Tomo coragem e levanto o olhar. - Você tem alguma coisa aqui para comer.
Ele está vestindo uma calça moletom, com uma camisa despojada e o cabelo todo bagunçado. Que deixa ele muito atraente.
- Provavelmente, a moça que me ajuda com as refeições geralmente deixa tudo em ordem. - Levanta da cama e estica a mão que não está machucada para mim. - Vamos comigo ver.
Duas partes de mim brigam.
Uma por querer ir embora e mandar ele pedir isso para a loira.
E a outra querendo muito pegar na mão dele e ir para onde ele quiser.
Porque vamos ser realistas, eu sei que ele é babaca, mas eu sinto uma atração muito forte por ele, não consigo evitar. Estendo a minha mão e deixo ele me guiar.
Descemos as escadas e vamos em direção a cozinha. Tem um balcão com detalhes de madeira, da cozinha dá pra ver a uma parte da sacada da sala, uma mesa de jantar com mármore branco.
Ele se senta no balcão, e fica me olhando. - O que foi Magno? - Olho para ele confusa.
- Não consigo fazer nada com essa mão. - Balança ela. - E estou com fome, como você disse. - Tira o remédio do bolso. - Não posso tomar sem me alimentar.
Reviro os olhos. - Quando você pegou esse remédio que eu não vi? - Dou risada. - Eu vou fazer, mas você pode me dar um dinheiro a mais. Bato no bolsa da minha camisa. - Meu bolso agradece.
Começo explorando a cozinha, para saber onde cada alimento, tempero, panelas e pratos estão.
- Eu gosto de bovinos, frangos e peixe. - Pisca com um sorriso no rosto. - Me surpreenda.
- Eu gosto de tudo isso também. - Retiro do armário o que vou de fato fazer. - Mas vamos comer macarrão alho e óleo. - Dou um sorriso largo.
- Ah, não Camila. - Revira os olhos.
- Shiu. - Faço o gesto com as mãos. - A chefe está cozinhando.
- Prontinho. - Coloco o prato em sua frente. - Bon appetit.
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Amar ou Odiar meu Chefe
RomanceCamila Boner, desesperada a proucurar logo um emprego para sua irmã que está com começo de câncer. Scott Dever, um dos mais ricos do país, é dono de uma empresa de diamantes, um homem amargurado pelo passado obscuro que teve.