A enorme porta de madeira se abre em minha frente, um senhor aparece e sorri para Magno.
- Scott meu menino. - Magno dá um abraço demorado nele, nunca vi ele expressar tanta emoção assim.
- Menino não Seu Carlos. - Me olha com canto de olho. - Essa é a Camila, minha namorada. - Ele olhava para Carlos com um olhar de esperança, como se ele, se preocupasse com a opinião dele.
Carlos me olha nos olhos, sustento o olhar e dou um breve sorriso para ele.
- Seja bem vinda senhorita Camila, podem entrar.- Abre espaço na porta.- Estão lhe esperando.- Sorri.
Magno pega em minha mão e me guia pela casa, o que não daria esse nome. Ela é tão grande e linda, com uma sala aberta grande, um sofá branco, a mesa do centro ela de vidro redonda, havia uma escada com degraus me madeira branca.
Comecei a ouvir vozes, cada vez que íamos nos aproximando, Magno apertava minha mão, olhei para ele. Parecia nervoso!
Parei ele, dando um leve puxão.
- Fica tranquilo, vai dar tudo certo.- Tento dar o meu melhor sorriso.
Ele apenas sorri agradecido e volta a pegar minha mão me puxando para aonde está as vozes.
Uma mesa enorme começa a aparecer em minha frente, as vozes vão ficando cada vez mais baixas e o pior acontece, o silêncio. Vejo Isabela e ela sorri para mim.
Ela está sentada do lado de uma mulher muito linda, e logo ao teu lado um homem com uma cara de poucos amigos. E um pequeno menino na frente da mulher, deve ter uns 7 anos.
- Já não era sem tempo. - Uma voz grossa quebra o silêncio deixando o ambiente tenso, Magno aperta minha mão. - Só estávamos esperando você, mas como sempre querendo fazer graça se atrasando para aparecer.
O homem com cara de poucos amigos, diz. Deve ter uns sessenta anos, imagino ser o pai de Magno.
- E você sempre com um discurso pronto. - Magno está com um olhar desafiador.
- Parem vocês dois, sempre a mesma coisa. - Diz e se levanta vindo em nossa direção. - Estava com saudades querido, faz tempo que não lhe vejo.- Abraça Magno, o que faz com que nossas mãos se separam.
- Nos falamos todos os dias pelo celular mãe. - Revira os olhos.
- Sabe que não é a mesma coisa. - Reparo nela, cabelos hidratados escuros, olhos azuis, muito linda, mas parece triste. - Eles se soltam do abraço e ele volta a pegar minha mão.- E você deve ser a tão esperada Camila.- Me abraça.- Prazer conhecê-la querida.- Sorri.
- Prazer Senhora Magno. - Sorri envergonhada.
- Não, não! Senhora não, pelo amor de Deus, me chame de Iris.
Balanço a cabeça confirmando. - Tudo bem. - Dou um sorriso amarelo.
Começamos a comer, Isabela superanimada. Contando algumas histórias de Magno na infância, eu senti que ele estava começando a relaxar, dava algumas risadas e comentava algo em cima da história de Isabela. O menino que descobri que se chama Rodrigo, conta as várias aventuras na escola. O Pai de Magno se chama Renato, mas não disse muita coisa no jantar.
- Vai falar da tua namoradinha também? - Isabela sorri olhando para ele, que está envergonhado agora.
- Namoradinha? - Scott pergunta surpresa. - Meu campeão tá namorando? - Dou risada do semblante que Magno faz para o menino.
- Não é verdade irm... - Renato diz em cima dele.
- Scott era um menino bem arteiro. - Comentou Ele. - Tive que gastar muito dinheiro para consertar as merdas que ele fazia. - A voz grossa do Pai de Magno ecoa pelo ambiente, deixando todos calados. - Vamos começar a contar para a tua digníssima convidada, sobre as vezes que eu tive que esconder as tuas merdas. - Ele olha para Magno desafiador. - Quem quer começar?
Sinto uma mão me apertar forte a minha, as mãos dele estão suadas.
- Ninguém? - Olha para todos. - Então eu começo.
- Para Renato. - Íris segura o braço dele e implora com os olhos, parece que ela tem medo dele.
Todos ficam quietos esperando ele dizer alguma coisa, o que não acontece, depois do olhar assustador que a Íris deu para ele, parece que ele quer dizer, mas não quer magoá-la.
- Eu não vou dizer nada! - Se levanta. - Ela vai descobrir por si só, o péssimo homem que Scott é! - Sai da cozinha deixando um silêncio constrangedor.
***
Paramos em frente de casa, não nos falamos o caminho inteiro, Magno está com o maxilar travado, parece bravo. Depois do pai dele sai todo bravo, Íris tentou consertar o clima mandando a sobremesa, quem amou foi o
Rodrigo. Tadinho, parece que já está acostumado.- Foi legal hoje, né? - Digo, quebrando o silêncio. - Foi a primeira vez que te vi sorrindo. - Dou um leve risinho.
- Tirando a parte do babaca do meu pai. - Me olha. - Foi legal sim!Ficamos um tempo nos encarando, procurando uma brecha para poder se despedir. Ele começa a se aproximar aos poucos, consigo sentir sua respiração se misturar com a minha. Desvio o meu olhar do dele e me afasto, arranho minha garganta.
- Está tarde. - Olho para baixo com vergonha de olhar para ele.- Melhor eu entrar.- Consigo ver um pequeno sorriso em teu rosto.
- Está sim. - Destranca a porta. - Boa noite.
Abro a porta e saio, me arrependendo mortalmente de ter me afastado.
***
Saímos de uma reunião, Magno e eu não nos falamos o dia inteiro. As únicas coisas que ele comentou comigo, foi com palavras secas e diretas. O de sempre, mas parece que ele está mais ignorante que o normal.
- Camila. - Me assusto com ele me chamando. - Esta surda? - Me encara sério.
- Desculpa, me distrai.
- Você não está aqui para se distrai, e sim para trabalhar! - Chega perto de mim. - Não ache que só porque entrou na casa de meus pais e conheceu minha família que vamos mudar nosso relacionamento. - Seu rosto fica perto do meu. - Continuamos chefe, e empregada.
Solto minha respiração aos poucos e sustento o meu olhar com o dele.
- Não estou confundindo nada, só acabei me distraindo com pensamentos. Mas pode ficar tranquilo que sei qual é o meu lugar. - Meus lábios se esticam em um pequeno sorriso sarcástico.
Sinto suas mãos indo em minha cintura e a apertando, seguro muito para não arfar e entregar o jogo. Me desvencilho dele.
- Acho que quem não sabe qual deve ser o lugar aqui, é você. - Passo por ele e começo a sair da sala, meu telefone toca e eu faço menção de sair da sala.
- Não sai, porque eu vou precisar de você. - Aponta para o celular.- Pode atender se for importante.- Senta na cadeira e liga o computador.
Vejo que Jess está me ligando, atendo.
- Oi, aconteceu alguma coisa? - Sinto a respiração dele exaltada
- Estamos no hospital, Mel não está bem. Me desculpa por ligar no meu do serviço, mas se eu não avisasse você me mataria.
- Não, fez certo! Eu vou ir, me espere.
Desligo o telefone e me viro para Magno.
- Desculpa, eu sei que você falou que ia precisar de mim, mas... Melissa está no hospital. - Ele levanta os olhos em minha direção.
- Tudo bem, pode ir.
Agradeço várias vezes e saio da sala.
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Amar ou Odiar meu Chefe
RomanceCamila Boner, desesperada a proucurar logo um emprego para sua irmã que está com começo de câncer. Scott Dever, um dos mais ricos do país, é dono de uma empresa de diamantes, um homem amargurado pelo passado obscuro que teve.