Capítulo 5

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A enorme porta de madeira se abre em minha frente, um senhor aparece e sorri para Magno.

- Scott meu menino. - Magno dá um abraço demorado nele, nunca vi ele expressar tanta emoção assim.

- Menino não Seu Carlos. - Me olha com canto de olho. - Essa é a Camila, minha namorada. - Ele olhava para Carlos com um olhar de esperança, como se ele, se preocupasse com a opinião dele.

Carlos me olha nos olhos, sustento o olhar e dou um breve sorriso para ele.

- Seja bem vinda senhorita Camila, podem entrar.- Abre espaço na porta.- Estão lhe esperando.- Sorri.

Magno pega em minha mão e me guia pela casa, o que não daria esse nome. Ela é tão grande e linda, com uma sala aberta grande, um sofá branco, a mesa do centro ela de vidro redonda, havia uma escada com degraus me madeira branca.

Comecei a ouvir vozes, cada vez que íamos nos aproximando, Magno apertava minha mão, olhei para ele. Parecia nervoso!

Parei ele, dando um leve puxão.

- Fica tranquilo, vai dar tudo certo.- Tento dar o meu melhor sorriso.

Ele apenas sorri agradecido e volta a pegar minha mão me puxando para aonde está as vozes.

Uma mesa enorme começa a aparecer em minha frente, as vozes vão ficando cada vez mais baixas e o pior acontece, o silêncio. Vejo Isabela e ela sorri para mim.

Ela está sentada do lado de uma mulher muito linda, e logo ao teu lado um homem com uma cara de poucos amigos. E um pequeno menino na frente da mulher, deve ter uns 7 anos.

- Já não era sem tempo. - Uma voz grossa quebra o silêncio deixando o ambiente tenso, Magno aperta minha mão. - Só estávamos esperando você, mas como sempre querendo fazer graça se atrasando para aparecer.

O homem com cara de poucos amigos, diz. Deve ter uns sessenta anos, imagino ser o pai de Magno.

- E você sempre com um discurso pronto. - Magno está com um olhar desafiador.

- Parem vocês dois, sempre a mesma coisa. - Diz e se levanta vindo em nossa direção. - Estava com saudades querido, faz tempo que não lhe vejo.- Abraça Magno, o que faz com que nossas mãos se separam.

- Nos falamos todos os dias pelo celular mãe. - Revira os olhos.

- Sabe que não é a mesma coisa. - Reparo nela, cabelos hidratados escuros, olhos azuis, muito linda, mas parece triste. - Eles se soltam do abraço e ele volta a pegar minha mão.- E você deve ser a tão esperada Camila.- Me abraça.- Prazer conhecê-la querida.- Sorri.

- Prazer Senhora Magno. - Sorri envergonhada.

- Não, não! Senhora não, pelo amor de Deus, me chame de Iris.

Balanço a cabeça confirmando. - Tudo bem. - Dou um sorriso amarelo.

Começamos a comer, Isabela superanimada. Contando algumas histórias de Magno na infância, eu senti que ele estava começando a relaxar, dava algumas risadas e comentava algo em cima da história de Isabela. O menino que descobri que se chama Rodrigo, conta as várias aventuras na escola. O Pai de Magno se chama Renato, mas não disse muita coisa no jantar.

- Vai falar da tua namoradinha também? - Isabela sorri olhando para ele, que está envergonhado agora.

- Namoradinha? - Scott pergunta surpresa. - Meu campeão tá namorando? - Dou risada do semblante que Magno faz para o menino.

- Não é verdade irm... - Renato diz em cima dele.

- Scott era um menino bem arteiro. - Comentou Ele. - Tive que gastar muito dinheiro para consertar as merdas que ele fazia. - A voz grossa do Pai de Magno ecoa pelo ambiente, deixando todos calados. - Vamos começar a contar para a tua digníssima convidada, sobre as vezes que eu tive que esconder as tuas merdas. - Ele olha para Magno desafiador. - Quem quer começar?

Sinto uma mão me apertar forte a minha, as mãos dele estão suadas.

- Ninguém? - Olha para todos. - Então eu começo.

- Para Renato. - Íris segura o braço dele e implora com os olhos, parece que ela tem medo dele.

Todos ficam quietos esperando ele dizer alguma coisa, o que não acontece, depois do olhar assustador que a Íris deu para ele, parece que ele quer dizer, mas não quer magoá-la.

- Eu não vou dizer nada! - Se levanta. - Ela vai descobrir por si só, o péssimo homem que Scott é! - Sai da cozinha deixando um silêncio constrangedor.

***

Paramos em frente de casa, não nos falamos o caminho inteiro, Magno está com o maxilar travado, parece bravo. Depois do pai dele sai todo bravo, Íris tentou consertar o clima mandando a sobremesa, quem amou foi o
Rodrigo. Tadinho, parece que já está acostumado.

- Foi legal hoje, né? - Digo, quebrando o silêncio. - Foi a primeira vez que te vi sorrindo. - Dou um leve risinho.

- Tirando a parte do babaca do meu pai. - Me olha. - Foi legal sim!

Ficamos um tempo nos encarando, procurando uma brecha para poder se despedir. Ele começa a se aproximar aos poucos, consigo sentir sua respiração se misturar com a minha. Desvio o meu olhar do dele e me afasto, arranho minha garganta.

- Está tarde. - Olho para baixo com vergonha de olhar para ele.- Melhor eu entrar.- Consigo ver um pequeno sorriso em teu rosto.

- Está sim. - Destranca a porta. - Boa noite.

Abro a porta e saio, me arrependendo mortalmente de ter me afastado.

***

Saímos de uma reunião, Magno e eu não nos falamos o dia inteiro. As únicas coisas que ele comentou comigo, foi com palavras secas e diretas. O de sempre, mas parece que ele está mais ignorante que o normal.

- Camila. - Me assusto com ele me chamando. - Esta surda? - Me encara sério.

- Desculpa, me distrai.

- Você não está aqui para se distrai, e sim para trabalhar! - Chega perto de mim. - Não ache que só porque entrou na casa de meus pais e conheceu minha família que vamos mudar nosso relacionamento. - Seu rosto fica perto do meu. - Continuamos chefe, e empregada.

Solto minha respiração aos poucos e sustento o meu olhar com o dele.

- Não estou confundindo nada, só acabei me distraindo com pensamentos. Mas pode ficar tranquilo que sei qual é o meu lugar. - Meus lábios se esticam em um pequeno sorriso sarcástico.

Sinto suas mãos indo em minha cintura e a apertando, seguro muito para não arfar e entregar o jogo. Me desvencilho dele.

- Acho que quem não sabe qual deve ser o lugar aqui, é você. - Passo por ele e começo a sair da sala, meu telefone toca e eu faço menção de sair da sala.

- Não sai, porque eu vou precisar de você. - Aponta para o celular.- Pode atender se for importante.- Senta na cadeira e liga o computador.

Vejo que Jess está me ligando, atendo.

- Oi, aconteceu alguma coisa? - Sinto a respiração dele exaltada

- Estamos no hospital, Mel não está bem. Me desculpa por ligar no meu do serviço, mas se eu não avisasse você me mataria.

- Não, fez certo! Eu vou ir, me espere.

Desligo o telefone e me viro para Magno.

- Desculpa, eu sei que você falou que ia precisar de mim, mas... Melissa está no hospital. - Ele levanta os olhos em minha direção.

- Tudo bem, pode ir.

Agradeço várias vezes e saio da sala.

Amar ou Odiar meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora