Capítulo 9

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Respira e não pira Camila.

A porta dele está em minha frente, ela está parecendo um paredão em minha frente. Arrumo a postura, deixo minha ansiedade e medo de lado e bato na porta.

- Entre. - Meu corpo treme.

Deslizo minhas mãos até a maçaneta da porta e a pressiono para baixo e inclino todo o meu peso para frente, forçando-o a entrar nessa sala, que está parecendo mais o meu pior pesadelo.

- Pois não. - Paro de frente a ele com a agenda.

O cenário a minha frente me trava um pouco, felizmente ele está sozinho nem um sinal da loira. - Pode sentar-se. - Ele aponta para a cadeira.

Seus olhos estão presos no computador, eles não recaíram sobre mim, o que eu agradeço muito!

Concordo com a cabeça, mesmo sabendo que ele não está me vendo e vou em direção a cadeira me sentando.

- Bom, sua agenda de hoje. - Começo a pegar o IPad. - Remarquei os compromissos da manhã, gostaria de me falar os melhores horários para o Senhor? - Forço o meu corpo a se inclinar e olhar para ele.

Seus olhos estão sobre mim, e eu queria muito que eles não estivessem. Ele me olha de um jeito muito intenso, mas não para de olhá-lo, dou meu melhor sorriso e espero ele dizer.

- Podem deixar para segunda, esse fim de semana terei compromisso. - Enquanto ele fala eu remarco na agenda.

- Tudo bem, enviei os Email remarcando. - Inclino meu corpo para me levantar. - Mais alguma coisa?

- Sim, e pode ficar sentada. - Ele se levanta e vem andando em minha direção. - Não vou precisar mais do seu trabalho referente aquele nosso acordo. – Ele se senta sobre a mesa em minha frente.

- Tudo bem Senhor Magno, sem problemas. - Um sorriso surge em meus lábios. - Como o Senhor já efetuou o pagamento do trabalho que já fiz, não precisamos mais falar sobre. - Levanto-me da cadeira. - Se não precisar de mais nada, estou indo para a minha mesa. - Me viro em direção a porta.

Eu quero socar ele, consegui bastante dinheiro com isso, mas não o suficiente para pagar o tratamento todo.

- Eu preciso sim. - Acho que respirei com tanta raiva que deu pra ele ouvir.- Como não posso simplesmente aparecer com outra mulher do nada, precisamos fingir mais um fim de semana.- Viro e olho para ele.- Vamos para a casa de praia da minha família este fim de semana, vamos fingir um briga e bum.- Faz um gesto de explosão com suas mãos.- Terminamos.

Eu olho para ele sem acreditar, ele se acha demais. E sim, eu sei que preciso muito do dinheiro, só que como eu já estou com um dinheiro a mais, posso começar a pagar com meu salário, mesmo ficando apertada, até porque, não quero ter que passar um fim de semana inteiro, com esse babaca.

- Não quero. - Ele me olha surpreso. - Não vou para casa de praia nenhuma, e muito menos passar um fim de semana inteiro com você. - Dou meu melhor sorriso cínico.

- Mas você precisa pagar o tratamento da Mel. - Vem em minha direção. - Ou você se esqueceu disso?

- Isso aí. - Aponto em sua direção. - Não é da sua conta.- Meu corpo todo está colaborando com meu deboche.- Eu consegui um outro meio de pagar, e não lhe diz respeito chefe.

Ele parece estar perplexo, surpreso, bravo. Parece que quer explodir tudo que está em sua frente.

- O outro jeito é com aquele médico? - Aponta em direção ao hospital. - Eu o ouvi dizendo que te ajudava a pagar mesmo. - Sorri ironicamente.

- Como eu falei Senhor Magno. - Minha vez de dar o sorriso irônico. - Minha vida pessoal, não lhe diz respeito.- Arrumo minha postura.- Estou indo para a minha sala, com licença.

Amar ou Odiar meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora