É uma promessa?

Steve tinha ficado eufórico. Tão eufórico que sequer tinha se preocupado em procurar por Bucky e as garotas quando saiu daquela instalação, mas não importava. Tinha certeza de que Bucky estava se divertindo bastante e as garotas... Bem, alguma delas tinha realmente se importado com a presença de Steve? Não fazia diferença! Não mais. Tinha finalmente conseguido, tinha sido aceito como recruta para lutar por seu país na guerra. No dia seguinte seria enviado para seu treinamento assim como Bucky estava sendo enviado à Londres. Se esforçaria em contar ao amigo a novidade antes de partirem.

Chegou em casa e ficou imaginando as caras que Bucky faria ao receber a notícia. Principalmente depois da pequena conversa que haviam tido antes de Steve "tentar a sorte" mais uma vez. Olhou-se no espelho, arrumou a postura e bateu continência. Não era como se não tivesse ideia do que é uma guerra, mas havia algo dentro dele que gritava por isso. Já se via fardado, em ação. Não gostava da ideia de ferir pessoas, mas sabia que a liberdade tinha um custo alto.

Jogou-se no sofá, tirando os sapatos, ainda sonhando com o tão esperado dia em que se tornaria oficialmente um soldado. Ficou esparramado ali até ouvir o barulho das chaves na porta e em seguida:

— Steven Grant Rogers. — a voz de Bucky soou grave e pausada a partir da porta.

— Hey Bucky. — Respondeu o loiro olhando na direção do amigo. — Achei que fosse passar a noite com alguma das garotas.

— E eu achei ter ouvido um "Eu encontro vocês depois." — retrucou o moreno atirando-se no sofá ao lado de Steve.

— Eu não consegui encontrar vocês então, achei melhor voltar pra casa. — essa tinha sido a melhor desculpa em que tinha conseguido pensar.

— Você já pensou em ser ator? — Bucky riu colocando a mão no ombro de Steve. — Que bom que não, porque você é um mentiroso horrível! Foi mandado pra casa de novo?

Steve permaneceu em silêncio por um tempo, o que Bucky entendeu com uma resposta afirmativa à sua pergunta. Levantou-se e foi até a cozinha, de onde voltou com uma bebida.

— Eu me apresento amanhã. Preciso passar por treinamento antes de...

— Woah, woah, woah, woah! Calma aí! — Bucky o interrompeu colocando a bebida que tinha trazido da cozinha sobre a pequena mesa de centro da sala. — Que merda é essa que você tá me dizendo? Eles te aceitaram? Como que...? O que você ocultou do formulário dessa vez?

A expressão no rosto do moreno era de uma preocupação enorme, quase desesperada. Steve não iria discutir. Sabia o porquê de o amigo agir daquela forma e não o culpava por isso. Ao menos não completamente. Apenas algumas horas antes, naquele mesmo dia, Steve tinha conseguido se safar de mais uma briga que só os deuses sabem onde terminaria se Bucky não tivesse interferido. Como sempre, aliás.

Rogers era um rapaz pequeno e franzino. A maioria dos adolescentes que conhecia tinha mais corpo que ele. E ainda tinha a asma e a febre escarlatina. Ok, tinha que admitir que Bucky não exatamente o estava subestimando.

— Nós tivemos essa conversa mais cedo, Bucky. Eu sei que você me conhece o bastante pra entender meus motivos. — Falou com toda a calma que conseguia manter na voz.

A expressão em seu rosto era ao mesmo tempo forte e triste. Tinha conseguido o que tanto almejou, tudo que não queria naquele momento era ter a reprovação do seu melhor amigo a respeito.

Houve silêncio por alguns segundos.

— Ok, eu me rendo! Não há nada que eu possa fazer ou dizer pra você desistir dessa maluquice, então... — respondeu Bucky com um suspiro pesado. — Ah cara... Eu vou chutar essa tua bunda quando a droga da guerra acabar.

Ambos riram e Bucky puxou Steve, que tinha ficado de pé próximo a ele, para um abraço. Apoiou o queixo de leve sobre a cabeça do loiro, era uma das vantagens de ser mais alto. Em seguida afastou-se um pouco e encarou o amigo, mais uma vez deixando o ar sair dos pulmões de forma pesada.

— Você é importante demais pra mim, Steev! — falou quase num sussurro, como se mais alguém além de Steve o pudesse ouvir.

Steve sorriu e abraçou Bucky novamente. Ambos sabiam que o futuro a partir dali era incerto. A ideia de deixar Steve sozinho já causava incômodo a Bucky, saber que ele agora também iria a um campo de treinamento e depois, muito provavelmente seria enviado a alguma das zonas de conflito, o apavorava. Não bastasse temer por sua própria vida, agora temia também pela de Steve. Apertou mais o menor em seu abraço, ao que Steve se esforçou em tentar ver seu rosto.

— Hey cara, vai ficar tudo bem! Só espere por mim e não deixe que vençam a guerra antes que eu chegue. Espere por mim, nós vamos lutar juntos!

— É uma promessa, recruta Rogers?

— É uma promessa, Sargento Barnes!

Naquela noite Steve trouxe todas as almofadas que encontrou em casa e ambos dormiram da melhor forma que puderam no sofá. Não muito tinha sido dito depois da promessa feita.

Na manhã seguinte, Londres esperava pelo Sargento James Barnes e o 107° batalhão. Rogers teria algumas semanas de trabalho duro para convencer seus superiores de que o cientista que lhe tinha recrutado havia feito uma escolha acertada. Se despediram com mais um longo abraço.

Steve sabia que era importante para Bucky e Bucky era tudo o que Steve tinha.

— Eu vou estar com você...
—... Até o fim da linha, parceiro!

*****Notas da Autora*****

Hey!!!

Eu pretendia explorar mais coisas, fazer essa ser uma longfic mas eu acompanho algumas fanfics com a mesma proposta e estou tão satisfeita com elas que não senti mais essa necessidade. Talvez, em algum outro momento eu acabe escrevendo outras fanfics pra eles mas por hora, vcs terão mais dois capítulos curtinhos que eu tinha escrito há mais de um ano e só agora decidi clicar aqui pra publicar, detalhes não mostrados no entretempo dos acontecimentos canônicos e que eu espero que vcs gostem.

É isso, muito obrigada por lerem!

Ps.: "Steev" é proposital, ok?! Haha