Rendido pelo amor - Livro 1 (Duologia Rendidos) - DEGUSTAÇÃO

Prólogo

História escrita por mim e pela autora Babi Dameto♥

Responsabilidades e pressão sobre as costas, eram comuns na vida de Claire. Havia dias em que se perguntava sobre suas conquistas ou sobre seus sonhos. Onde estavam em meio a esse tumulto?

Sua forma de ver a vida, apesar de toda a nevoa de terror psicológico que a encobria diariamente, era algo genuíno. Claire sempre se orgulhava de ter um coração bondoso, mas isso a fazia ser frequentemente usada pelo pai, senhor Alfred.

Alfred, havia se separado da mãe de Claire quando a mesma tinha somente dez anos. Movida por uma forte depressão na época, a mulher se obrigou a doar Claire para o pai poder cria-la. Dona Alayna, precisou ser internada e com isso os anos foram passando e Claire foi crescendo praticamente sem a presença feminina em sua vida. Sem os conselhos e abraços da mãe.

Como seria se fechássemos os olhos e com isso, pudéssemos retornar ao passado para modificar os acontecimentos ao nosso bel prazer?

Claire possuía uma eterna gratidão e amor por seu pai, entretanto nos últimos tempos, ele estava transformando sua vida em um verdadeiro tormento. O vício da bebida entrelaçado com o da jogatina, estavam o destruindo, consecutivamente destruindo a ela também. Que tranquilidade teria, ao imaginá-lo quase todos os dias jogado em uma sarjeta? Ou pior, sendo morto por causa de suas dívidas?

- Claire? – A voz de Jensen a despertou de seu martírio. – Está tudo bem?

Respirando profundamente, ela deixou que o ar saísse aos poucos de seus pulmões. A exaustão da intensa rotina a estavam devastando aos poucos. Cuidar da casa, do pai, ter que trabalhar e ainda encarar a intensidade do curso de medicina no final do dia, era... terrivelmente desanimador.

- Estou cansada, Jensen. – respondeu ela, com sinceridade. – E, tenho medo de chegar em casa agora e não encontrar meu pai no quarto dele, sabe? Não sei se aguentarei o turno no meu emprego amanhã, se tiver que procura-lo por sabe-se lá onde.

Jensen juntou as mesas dos dois e se aproximou um pouco mais dela.

- Se quiser, posso ajuda-la. – disse ele. – Na verdade, não consigo entender o motivo de você passar por isso. Por que não aluga uma casa ou um apartamento para você? Ou, por que não mora com sua mãe um pouco?

Claire ergueu os olhos para ele encontrando-o perto demais. Jensen era de uma beleza singela e vivia a assediando.

- Não irei abandonar meu pai, Jensen. – falou ela, convicta. – Fui criada por ele desde quando eu era uma menina e, seria muito cômodo deixa-lo agora, não? Quando estou mais forte e ele completamente perdido?

- Eu...

Claire se inclinou a ele, de modo a sussurrar para que ninguém da sala os ouvisse:

- A minha família é ele e eu nunca me perdoaria por fazer uma barbaridade dessas.

O alarme ressoou, anunciando o termino da última aula.

Claire agilizou seu material em sua pequena mochila surrada. Jensen sentiu-se incomodado com a distância emocional que ela impôs entre eles, interceptou-a, ainda no corredor da faculdade.

- Claire. – tocou-a no ombro. – Eu não quis chateá-la, me perdoe.

Sorrindo, ela o abraçou forte.

- Sei que não fez por mal. – sussurrou e beijou-o carinhosamente na bochecha. – Mas, infelizmente, o amor pelo meu pai é meu calcanhar de Aquiles.