Capítulo 3

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Bom dia♥


Mais tarde, na mesma noite. Claire não sabia mais como controlar seu tédio. Passou o dia trancafiada em seu, respectivo, quarto. Sabia de cor cada peça de roupa que continha naquele closet, até mesmo brincou com algumas combinações para matar o tempo. Olhou pela janela na tentativa de um plano de fuga, mas quem ela queria enganar? Era humanamente impossível. Havia seguranças para todos os lados, os muros altos também dificultavam. Aquilo era uma verdadeira fortaleza e ela estava condenada a 30 dias naquele inferno.

Era o seu segundo dia e já estava beirando a loucura. Assim que entardecer se fez presente, seu peito comprimiu-se. Estava perdendo aula, se Henrico não concordasse a sua bolsa de estudos tão sofrida, iria por água abaixo e seus planos e futuros também.

— Ah, papai. Veja em que nos meteu. Veja o que toda essa droga de bebida nos fez... — murmurou cabisbaixa enquanto vestia-se após um banho na tentativa de relaxar. — até que essas roupas são legais — disse ao seu olhar no espelho. Ainda perguntava-se como Henrico havia providenciado tudo aquilo com tamanha rapidez. Mas claro, o homem era um magnata, ele tinha poder para tudo o que ele desejasse. Menos, Claire.

Involuntariamente, ela passou a mão em seu pescoço, lembrando-se do calor no local onde sua língua havia passado.

— Isso é loucura, Claire. Enfrente-o — exigiu para seu reflexo no espelho.

Pronta e com os cabelos ainda úmidos, ela saiu do quarto. A mansão estava tão silenciosa como na noite em que ela chegou.

Caminhando e observando cada cômodo com portas trancadas, ela não ousou abrir nenhuma, afinal, não queria ser pega bisbilhotando e acabar sofrendo alguma retaliação por isso. Rumou direto para o local mais óbvio, o escritório onde esteve mais cedo.

A porta estava entreaberta, a luz transpassava a pequena fresta. Henrico gritava lá dentro.

" Não importa! Mate-o. Eu preciso ouvir." — ordenou. Claire levou a mão à boca. Ele era frio. Meticuloso. Um verdadeiro bandido — pensou aterrorizada. "— Ótimo, sim. Consegui ouvir o tiro. Limpe o local e coloque Hunter em nossa folha de pagamento. Apareça aqui pela manhã, lhe darei as coordenadas para buscar o carregamento — pausou. — Não me importa Hunter, eu quero esse carregamento em minha posse até as seis da tarde de amanhã. O espero bem cedo."

Ela o observou jogar o celular sobre a mesa e caminha até o pequeno bar, servindo-se de uma bebida na cor âmbar.

Henrico fora frio o suficiente para querer ouvir o tiro que retirava a vida de alguém? Cristo, ela estava mais ferrada do que havia imaginado. A bile subiu em sua garganta, mas o terror se apossou de seu corpo quando ela o ouviu dizer:

— Eu disse que iria chamá-la quando estivesse com uma decisão formada. Sabe, eu não aprecio você me espionando, Claire. Mas já que veio até aqui, entre — ditou.

Claire empurrou a porta com a mão trêmula e entrou no cômodo. Ele estava de costas, bebericando sua bebida.

— Feche-a — ele ordenou, referindo-se a porta.

O corpo de Claire tremeu, mas ela fez o que ele havia dito. Por um instante, ela ficou imaginando que aquele homem o qual acabara de perder a vida poderia ser seu pai e o pensamento lhe fez nausear. Queria perguntar-lhe, mas o medo a impedia.

Ele virou-se e fitou seus olhos aflitos.

— Não é o porco do seu pai, minha cara. Aprenda a não bisbilhotar, não gosto da ideia de saber mais do que eu quero que você saiba. Acredite, é para o seu próprio bem.

Rendido pelo amor - Livro 1 (Duologia Rendidos) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora