Capítulo 5

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Algumas horas haviam se passado desde o momento em que Claire enfiou-se no quarto para poder estudar. Ela ansiava poder conversar com seus amigos da faculdade, sobretudo com Jensen. Temia que ele a procurasse e entrasse em pânico por não encontrá-la. E se ele chamasse a polícia? Seu pai estaria morto - pensou em calafrios.

Em um suspiro longo enfim abandonou o laptop. Seus dedos coçavam para poder acessar suas redes sociais, mas decidiu que seria muito arriscado e não enfrentaria a fúria do seu algoz. Ela já havia sido testemunha do que ele era capaz. Um arrepio a atravessou por inteiro diante da breve lembrança.

Cansada e irritada, Claire se levantou decidida a sair daquele casulo. Seu corpo estava mole e suado em decorrência ao enorme calor e frustração pela situação no qual se encontrava. Por que seu pai tinha que ser tão estúpido? Droga!

Assim que saiu do quarto, caminhou lentamente pelo enorme corredor. Tomou o cuidado para não chamar a atenção para si temendo ser surpreendida por aquele homem... Céus! A pele de Claire arrepiava-se com a sensação do olhar dele sobre ela. Aquilo não era certo... o que ele a fazia sentir não era desejo, era?

Balançando a cabeça ela dispersou aqueles pensamentos tolos e sentiu seu corpo chocar com alguém, contudo respirou em puro alívio ao se deparar com os olhos amendoados de Julie. Ela sorria lindamente.

- Estava indo agora mesmo no seu quarto - disse ela e logo depois olhou para os lados como se estivesse prestes a cometer um crime. - Eu vou emprestar meu aparelho de celular, mas você precisa ser discreta - alertou fazendo o coração de Claire disparar furiosamente. - Sei que algo muito importante está a prendendo aqui e mesmo que isso me obrigue a agir pelas costas do meu patrão, decidi ajudá-la de alguma maneira - concluiu em um sussurro.

Lagrimas de gratidão cobriam os belos olhos de Claire quando ela pegou o aparelho da mão estendida. Escondeu-o rapidamente em seu sutiã.

- Obrigada Julie. - Sorriu abertamente, sua mente trabalhando em um possível dialogo que poderia ter com Jensen. - Você sequer tem idéia do bem que está me fazendo com esse gesto. - Inclinou-se e repousou os lábios na bochecha corada da linda jovem. - Farei um tour pela mansão e prometo que encontrarei um lugar neutro para conseguir fazer uma ligação segura.

- Toma cuidado com os seguranças.

- Eu tomarei - disse Claire com um sorriso que não cabia em seu rosto.

Afastando-se de Julie, ela desceu as escadarias com suavidade e logo mirou o olhar para a porta de saída. Afinal de contas, estava com calor e, além disso, precisava de um lugar discreto para poder ligar para o Jensen.

Ao passar pelas portas duplas da mansão foi parada por dois homens que carregavam uma expressão perturbadora em seus rostos, mas as terríveis armas que enfeitavam suas mãos deixaram-na desesperada de medo.

Gaguejando disse em sua defesa:

- E-eu quero ir a-ao jardim. - O corpo dela estava ao ponto de desfalecer-se. - Henrico não me proibiu de conhecer a propriedade - acrescentou tentando soar altiva.

Ambos se entreolharam e em seguida trocaram mensagens pelo Walkie Talkie avisando-os do pequeno passeio. Claire revirou os olhos diante daquele absurdo.

Enxugando o suor das mãos no tecido do vestido ela atravessou o luxuoso hall de entrada e seguiu com passadas longas, porém precisas na direção dos arbustos que ornamentavam o belo jardim.

Caminhou por alguns minutos até encontrar uma sombra fresca para se abrigar do sol. Paciente observou um momento propicio para poder ligar para o Jensen. Olhou ao redor e esperou até que o segurança no qual a observava se distraísse e então correu para o outro lado e agilmente teclou o numero do amigo no visor do celular.

- Alô? - A voz do Jensen pôde ser ouvida depois do terceiro toque fazendo o coração de Claire acelerar gradativamente. - Alguém na linha?

Claire se desesperou. O que ela falaria afinal? Que havia sido seqüestrada? Que estava nas mãos de um perigoso chefão da máfia?

- Bom, vou desli...

- Não desliga Jensen, por favor. - Claire se apressou em pedir. - Sou eu, a Claire...

- Oh, meu Deus, Claire! O que houve? Onde você está que não apareceu nas aulas?

Um soluço ameaçou escapar dos lábios dela ao sentir a preocupação na voz do amigo e a necessidade de se livrar das amarras que a prendiam naquela situação tenebrosa quis encorajá-la a se abrir com ele, contudo seus olhos avistaram uma Ferrari quando os fixou ao portão. O carro brilhava à luz do sol, uma jóia no meio dos carros comuns. Claire sabia que era de Henrico e apavorada por sua infração, deslizou o aparelho de celular pelo rosto e não pensou duas vezes ao jogá-lo no gramado. Quando o carro estava perto, ele desceu e foi ao seu encontro.

Claire permaneceu no lugar, atônita ante a aparência elegante de Henrico. Ele usava terno cinza, camisa de seda azul que colocava em evidência sua pele dourada. Os sapatos pareciam serem feitos a mão. Sim, ele era um colírio para os olhos, ela reconheceu à contragosto, pois odiava-o.

- Claire...

- Veio para me proibir de caminhar pelo jardim? - Os olhos dele voaram para o corpo curvilíneo, mas não se prenderam nela por muito tempo, logo estavam sobre o gramado.

- Achou mesmo que eu não descobriria? Eu mantenho grampeados todos os aparelhos de celulares dos meus funcionários. - Os olhos dela se arregalaram e tentou dialogar, mas Henrico sequer deu-lhe chances. - Quem é Jensen? - perguntou agressivamente, apertando as mãos.

- E isso importa para você? Você me fez sua prisioneira - argumentou Claire.

Henrico, por sua vez, estava pálido, uma palidez que aparecia sob sua pele bronzeada. Claire permaneceu ali parada, trêmula de ressentimento e angustia, e tentando amaldiçoá-lo com o olhar.

- Precisamos conversar - sussurrou ele.

- A única pessoa que eu preciso conversar é com meu pai. E terei imenso prazer em colocá-lo atrás das grades quando eu me livrar de suas garras seu desgraçado. E, acredite-me, pretendo ir até o fim. Agora, saia do meu caminho.

- Eu não a aconselharia a agir dessa maneira agressiva comigo.

Henrico encarou-a, como se estivesse hipnotizado, os olhos de reflexos dourados fixos nos dela.

- Ora, ora, é claro que não! Mas, afinal, eu estou em uma espécie de prisão não estou? Tornei-me o seu brinquedinho precioso.

Irritada ao extremo, Claire empurrou-o com sua pequena mão para tirá-lo do caminho.

Henrico agarrou sua mão e não saiu do lugar.

- Solte-me! - Claire quase gritou.

Sem a menor cerimônia, e no meio do jardim, ele segurou-a pela cintura e ergueu-a, de modo que ambos os lábios se tocaram. E Henrico beijou-a com uma fome que provocou nela ondas de calor.

Um gemido abafado escapou dos lábios dela. De modo inesperado, Henrico a colocou novamente no chão, mas bem devagar agora, fazendo com que o corpo dela deslizasse sobre o seu, usando de toda a sensualidade naquele ato.

A cabeça girando, sentindo-se entorpecida, a mente conturbada, Claire descobriu o que provocara o súbito assalto. Seu rosto ruborizou ao sentir a inconfundível excitação masculina. Sentiu-se desconcertada.

- Dio! - ele disse num agitado sussurro. - Desejo você tanto! Sinto até dor...

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Rendido pelo amor - Livro 1 (Duologia Rendidos) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora