Yes, captain {jikook}

ⅫⅠ - 𝔰𝔱𝔯𝔞𝔫𝔤𝔢 𝔯𝔬𝔬𝔪 ☠︎

– O que achou de entregar a comida para a vila, Jimin?

– Achei legal... antes eu só entregava pães para as crianças... e as vezes porco.

– Não é muito melhor viver em um vilarejo que te ama... onde não falta nada...?

– É... - segurou em sua nuca. – No reino nós não tínhamos muita comida.

– Eu percebo, você chegou aqui tão magro... - segurou a camisa de Jimin. – Você precisa comer, sim?

– Claro. Eu... só queria andar um pouco pelo vilarejo antes, tudo bem?

– Claro! Claro. - sorria. – Vá ver as pessoas que lhe amam... qualquer coisa que quiser pode pedir para qualquer um daqui!

Jimin sorriu meio sem graça. Incrivelmente não se sentia confortável perto de seu "próprio" pai. Afinal, cresceu acreditando em outras coisas.

Andava pela vila, vendo o sol se pôr, e todas as pessoas ali lhe sorriam largamente, algumas o reverenciavam.
Para alguém que sempre foi um simples garoto em um simples vilarejo. Onde cresceu rodeado de pessoas tão simples quanto, aquilo lhe causava um certo estranhamento.
Era amado por sua família no vilarejo do reino, mas naquela vila... era um amor, estranho.

O povo daquela vila sorriam para si de uma forma agressiva. Não sabia explicar! Alguns já haviam beijado sua mão... bom, afinal deveria ser assim que se sente um príncipe...

Nunca se imaginou de algum de tipo de realeza, e sinceramente? Nunca foi seu sonho.
Gostava de ver o reino, de quando o rei vinha os visitar, de quando recebiam comidas e fartura.
Mas ser da realeza? Jamais.

Poder ser morto, sequestrado, envenenado!?
Jimin tinha pavor da morte! Foi seu primeiro e era o seu maior medo. Não era como se tivesse visto a cara da morte em algum momento de sua vida, mas tinha lá suas questões com a morte.

O mais próximo da morte e do amor que havia chegado, havia sido jungkook... e então aquele nome voltou a ecoar em sua mente.
Não imaginava que podia ser enganado tão friamente daquela maneira.
Como seu primeiro sentimento de amor e de acolhimento se tornou tão... seu primeiro coração partido. 

Chutava uma pedrinha enquanto andava sem compromisso, chegando na beira da praia, olhando aquele vasto mar que refletia o por do sol tão lindo.
Tinha alguns pensamentos que o rondavam, sentimentos de saudade.

Flashback on

– Você não vai sequer descansar?

– Jimin!? O que está fazendo aqui, de novo?

Sorriu. – Pesadelo.

Viu o homem revirar os olhos. – Isso é tão você.

O loiro deu de ombros. – Você nunca teve pesadelo? - chamou a atenção de seu capitão, que tirou os olhos do mar para encarar Jimin sob a luz da lua.

– Já tive, com dez anos. - debochou.

– Eu tenho em noites muito quentes.

– Hum. - Se encurtou, vendo Jimin recuar, ainda sim mantendo seus olhos em si.

Talvez se arrependeria de perguntar. Mas não gostava de reprimir sentimentos.

– Sonhou com o que? - perguntou o homem, ainda de costas para Jimin, segurando o timão.

– Ah você não quer meeesmo saber.

– Conte. - pediu. – Se não for te apavorar de novo.

Jimin riu. – Eu tenho sempre o mesmo pesadelo.

– O mesmo!? E isso é possível?

Assentiu. – Eu sonho com meu escapulário. - o segurou. – Sonho que perco ele... perco toda minha proteção e... um homem me machuca.