Capítulo 26

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Andamos por um longo corredor, com pouca claridade. Até que entramos em uma sala fechada e escura. Lá estava meu pai. Ele estava sentado em uma cadeira. Estava algemado nas mãos e nos pés e tinha dois guardas atrás dele. Ele estava acabado. Seu cabelo estava calvo e sua aparência era assustadora. Suas rugas e seus olhos fundos assustavam. Um coringa derrotado pelo estado de loucura. Sua feição estava acabada. Seu rosto estava mais magro. E ele parecia doente. Se parecia com um verdadeiro psicopata. Naquele momento eu senti medo. Sentei-me de frente a ele e o encarei com repulsa. Ele me olhou com um brilho em seus olhos verdes.

– Você veio! Pensei que não fosse vir. Você veio! - ele falava parecendo um doido.

– Sim! Eu vim! E então o que tem pra falar? - eu disse sem algum sinal de amor.

– Você só quer saber disso? Você não veio me ver? - ele fez cara de dor, como se houvesse ganhado um soco.

– Depois de tudo o que fez você acha que eu vim aqui para te vê-lo?

– Tem razão, me desculpe. Eu não fui um bom pai, não mereço seu carinho. - ele fitou as mãos.

– E então por que matou mamãe? - eu falei direto. Pois sabia que ele não falaria.

– De novo essa conversa! Por que todo mundo fala isso! Você quer saber por que eu matei a vagabunda da sua mãe! Quer! - ele gritava com os olhos arregalados. As lágrimas apareceu sobre meus olhos.

– Quero! - a raiva tinha tomado conta de mim. - Fale! Vamos! - eu gritei.

– Então vamos lá! Eu matei sua mãe por que ela me traiu! Pronto! Esta satisfeita? - ele ainda gritava.

– O que! Não consigo acreditar ainda nisso. Não pode ser por isso. Explique direito essa história! - eu disse com a voz entre cortada pela raiva.

– Eu peguei sua mãe com outro homem. Você acha que eu conseguiria viver com aquela cena. Imaginando sua mãe com outro homem! 

– Por que não foi embora! Não pediu o divórcio? Por que fez isso! Você sabe o quanto eu sofri! - eu agora gritava. - você é um doente! Não, você é um monstro! É isso que você é! - eu chorei.

– Calma! Eu ainda não terminei! - ele me fitou com o olhar duro e frio e continuou. – No dia seguinte aquela cena eu fui embora. Pensei em bater em sua mãe até ela perder a consciência. Mas não fiz. Em vez disso resolvi fugir com a Laura. - ele sorriu e deu de ombros.

– seu cretino! Você não presta! - eu tentei bater nele, mas os guardas me deteve.

– Está satisfeita agora! Eu vivi por sete anos com aquela cena na minha cabeça. Eu simplesmente não conseguia esquecer. Eu então fui atrás de sua mãe e acabei com a vida dela. Eu tinha de dar um fim aquilo! - ele falou ainda com raiva.

– Eu não acredito! Eu simplesmente não consigo entender. - eu disse chorando. - Eu sofri tanto quando o senhor foi embora. Me perguntava todos os dias por que o senhor havia ido embora e deixado eu e mamãe. Mas agora tanto faz, não é? Por que o senhor nunca se importou, não é verdade? - eu falei enquanto secava as lágrimas.

– Como eu nunca me importei? A única coisa que eu mais queria era seu bem. Se eu não gostasse de você, você acha que eu não teria deixado aquele maluco do Evan te matar? Eu não mataria você e nem aquele homem. O Evan iria matar vocês dois e depois iria se matar.

– O que! Do que está falando? Evan iria matar eu e Daniel? - eu fiquei pasma.

– Sim! Esse era o plano. Eu só tinha que distrair você. Mas fiz o contrário do que ele pediu. Não podia matar minha única filha. Eu sei que machuquei você e tudo, mas eu não iria lhe matar.

Eu fiquei sem palavras, pois não sabia se poderia acreditar no meu pai. Ele parecia um pouco debilitado. Resolvi perguntar sobre as outras mortes.

– Mudando de assunto. Por que você matou mais duas pessoas. - eu o encarei séria

– Também não sei o que dizer sobre isso. Eu matei um homem quando eu tentava roubar um carro e o outro eu matei em uma briga de bar. Depois disso eu vivi só pra fugir da polícia. Agora eu já estou pagando pelos meus pecados. - ele estendia as mãos algemadas ao alto em sinal de redenção.

– E quanto a Laura? O que fez com ela?

– Ela foi embora. Ela disse que eu era muito louco e foi embora pra outro estado. - ele riu como se lembrasse de uma memória engraçada.

– Então é só isso. Parece que nossa história está resolvida. - eu disse me levantando da cadeira.

– Mas só isso? Não vai me contar como tem passado? - ele continuava a me fitar. Como ele era cínico.

– Há quatro meses, eu estava em um coma profundo. Eu poderia ter morrido, mas não morri. Quando acordei me lembrava de pouca coisa. Graças a isso perdi Daniel. E agora estou tentando viver uma vida em paz! Passar bem Sr. Ryan, já que não tenho mais coragem de chamá-lo de pai! - eu fui grossa

– Tudo bem, não mereço seu perdão mesmo. Vá ser feliz.- ele sorriu e eu senti mais raiva ainda.    

Trilogia Fatal - Furacão ( Livro 02 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora