twelve (part I)

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Lewie: Só você para me fazer acordar a essa hora num sábado e ainda ouvir o programa do Grimshaw.

Sorrio para a tela do meu celular, lendo a mensagem, talvez pela décima vez nos últimos cinco minutos, enquanto espero Nicholas terminar de arrumar o necessário para começarmos o programa. Quando sua voz chama atenção, eu bloqueio a tela e levanto o olhar para ele.

– Estamos aqui com Harry Styles. – Nick diz ao microfone sentado de frente para mim na enorme mesa de mixagem, me olhando e sorrindo – Bom dia, Harold!

– Bom dia, Grimmy. – Murmuro meio sonolento. Meu relógio biológico diz quw está cedo demais para estar de pé, mas o que a gente não faz por um amigo, certo?!

– Alguém não gosta muito de acordar cedo, uh? – Ele provoca com uma risada.

– Eu estou de férias, cara. Acordar todos os dias depois das dez era parte dos meus planos. – Resmungo, dando um gole no café quentinho e meio amargo que alguém da produção me trouxe antes de começarmos a nos preparar. Deus abençoe essa pessoa.

– Os últimos meses foram intensos, né? O mundo está acompanhando de perto sua ascensão no mundo da moda. É oficial: todos estão apaixonados por Harry Styles, segundo a revista eu.

Suas palavras brincalhonas me fazem rir e eu reviro os olhos, ajeitando os enormes fones no meu ouvido. – Eu fico lisonjeado, mas, francamente, há muitos outros melhores que eu e com uma carreira mais longa. Modelos que se prepararam e desejaram por isso a vida inteira. – Encolho os ombros, tentando transparecer toda a sinceridade no que digo.

– Você estaria fazendo outra coisa agora se pudesse?

Suspiro, brincando com os fiapos do rasgo em minha calça jeans, e tento pensar em uma resposta que não vá soar ingrata ou rude. – Eu gosto do que eu faço, porém nunca foi um sonho, entende? Aconteceu e eu sou, verdadeiramente, muito grato por isso, porque esse trabalho me abriu muitas portas e me deu oportunidades incríveis de me conectar com pessoas, de passar mensagens positivas para o mundo e de poder quebrar alguns padrões, mostrando para as pessoas que elas podem ser o que quiserem.

– Você fez faculdade na London College of Fashion, certo? Qual era O grande sonho?

– Ser estilista e ter minha própria marca de roupas. – Respondo – Ainda é, para ser honesto. Eu não desisti e agora que eu tenho um nome, talvez seja mais fácil de alcançar esse objetivo. Mas não sei... Não sei quais os planos que a vida reservou para mim. Eu não pretendo dar esse passo agora.

– Você está certo, mate. Um passo de cada vez para não tropeçar. – Concorda, brincando com uma bolinha amarela de jogar ela de uma mão para a outra. De onde ele tirou isso? – Qual o trabalho que você mais gostou de fazer esse ano? Até agora.

– Eu amei participar do evento de caridade da BBC em janeiro. Foi divertido estar com tantos outros nomes tão conhecidos e poder ajudar a arrecadar dinheiro, roupas e alimentos para a população de Gana. Foi maravilhoso poder visitar o país, ter contato com toda aquela cultura diferente e poder ter feito um pouco de diferença na vida daquelas pessoas. – Murmuro, sendo atingido pelos flashes de lembranças que fazem um sorriso dançar em meus lábios – Ser o rosto oficial do Support Feminine Boys foi um momento marcante e muito importante para mim também, principalmente por eu ser um garoto feminino. Eu não sei se eu poderia relevar isso, mas a Vogue quer fazer outra edição antes do fim do ano e eu estou mais do que animado.

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