(a música ajuda a entrar no clima da história)
Ainda era domingo quando eu acordei. A chuva tinha piorado. O dia estava muito melancólico.
Tive dificuldades para abrir os olhos. Mas depois de algumas tentativas, consegui.
Uma luz muito forte me fez franzir a testa: eu estava num hospital.
"O... quê...?", tentei dizer algo.
Comecei a tentar me mover, mas só consegui sentir mais dor ainda.
Com a minha movimentação, Carlos acordou imediatamente e tentou me acalmar.
"Calma, Malu! Vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar com mais nada. Só descanse!", ele disse carinhosamente.
Lembro de ter visto meus pais levantando e ficando de pé ao meu lado com lágrimas nos olhos. Não disseram nada. Apenas me olhavam.
Acreditei em suas palavras e fechei novamente os meus olhos.
⁂
Dois dias depois, acordei muito melhor.
Meu braço estava enfaixado e minha cabeça com alguns pontos.
Eu não lembrava exatamente o que tinha acontecido.
Precisava que alguém me contasse. Mas não tinha ninguém no meu quarto.
Quando fui tentar levantar, uma enfermeira entrou.
"Ei, mocinha! Você já está bem melhor! Mas não é por isso que já pode sair da cama. Tenha paciência, pois em breve você sairá daqui", ela disse enquanto me ajeitava novamente em minha cama.
"Vou chamar sua visita. Só um momento", disse antes de sair.
"Pronto... Se forem meus pais, antes de eu dizer que não sei o que aconteceu, já vou levar esporro, [...]", comecei a pensar.
Mas, para a minha surpresa, quem entrou no quarto foi o Pablo.
"Pablo??? O que esse garoto está fazendo aqui?", eu pensei.
"Oi, Malu! Como você está se sentindo?", ele perguntou preocupadamente.
"Eu não sei. Por que você está aqui?", perguntei impaciente.
"Você não se lembra do que aconteceu?", ele perguntou.
"Não. Por que você está aqui???", disse enfaticamente.
"Bem, é difícil dizer, mas você sofreu um acidente no domingo de manhã. Um carro te atingiu em cheio na rua principal. Algumas pessoas disseram que você parecia estar alcoolizada", ele explicou.
Suas palavras me fizeram esquecer a sua curiosa visita. Eu precisava de respostas. Então, vagamente, comecei a me recordar do que havia acontecido e tentei desmenti-lo quanto ao fato de estar alcoolizada.
"Eu não estava alcoolizada, Pablo. Eu estava saindo da igreja! Como você pode falar isso?", eu disse tentando deixá-lo sem graça.
"Malu, você não esteve na igreja...", ele disse com um olhar de dúvida.
"Como assim eu não estive na igreja, ô garoto? Você nem estava lá! Lembro de ter dado falta sua no meio dos jovens", eu retruquei.
"Malu, você não foi à igreja! As pessoas que te encontraram na rua disseram que você parecia estar alcoolizada e sob efeito de drogas. Você estava com roupas de festa. É só olhar ali no canto", ele apontou.
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A caminho da Eternidade
Mystère / ThrillerEssa é uma história que contará sobre uma jovem de 19 anos chamada Malu. Ela estava vivendo uma ilusão dentro do mundo cristão por achar que sua vida poderia ser vivida de acordo com a sua própria vontade. Sem perceber, ela se afasta cada vez mais d...