Imagines Twice

Omma

Jeongyeon

     — Hoje a chuva está pesada... Secalhar vai haver trovoada...

Bem espero que pelos menos este tempo não acorde a minha pequenita.

Ignoro o tempo lá fora e volto a prestar atenção ao que estava a dar na televisão. Pego no Hugo, que estava deitado aos meus pés e deito-o nas minhas pernas para lhe poder fazer carinho.

Reparo que o Hugo começa a tremer nas minhas pernas e logo a seguir ouço um grande estrondo. Começou a trovoada.

2 minutos depois, do barulho estrondoso, ouço pequenos paços pela casa.

Levanto me, depois do Hugo sair do meu colo, e vou à procura da minha pequenita.

     — Eu estou aqui, princesa.

A minha filha corre para perto de mim, eu pego-a ao colo e antes de ir para a sala vou buscar um cobertor para ela.

     — Estou com medo, ma...
 

     — Pronto, pronto está tudo bem... Eu estou aqui.

Limpo algumas lágrimas que já estavam a escorrer pelas bochechas da minha menina.

     — Mama, eu quero a omma!

Ela chora e agarra-me pela camisola.

O súbito pedido deixou-me de olhos arregalados de surpresa. Ela nunca tinha pedido pela omma dela após a nossa separação, eu completamente compreendo ela pedir pela mãe, mas deixou-me espantada por este pedido.

Sendo sincera eu não sei o que fazer ou o que lhe dizer. No fundo eu sinto-me como a minha princesa, também anseio pela Jeongyeon. Não há um dia que eu não pense nela.

Infelizmente após o nacimento da Yoo Sook, nós afastámo-nos, não que seja por causa da nossa menina, mas o stress das duas partes era estrondoso o melhor era cada uma ir para caminhos separados. Eu acabei por ficar com a nossa princesa.

     — Okay, então vamos comer algo primeiro e depois ligamos para a omma Jeon, sim?

Eu beijei a carinha dela até um sorriso aparecer.

     — Sim.

Levantei-me com ela no colo e sentei-a numa cadeira da mesa da cozinha, preparei um pão com manteiga de amendoim com um formato de uma estrela e um iogurte, levei-lhe o lanche ajantarado, dei o resto do pão com ma ao Hugo, e sentei-me ao lado da Yoo Sook.

Deixei-a comer à vontade e dei-lhe o meu telemóvel para ela poder ligar à Jeongyeon. Levantei-me para começar a fazer o jantar e dar lhe privacidade

Após o jantar feito fui procurar a minha pirralha e o meu pirralho peludo e encontrei os dois na entrada. A Yoo Sook em cima de um banquinho para poder olhar para fora da janela e o Hugo simplesmente a assistir ao mundo lá fora.

     — O que estão a fazer?

Ela desce do banquinho e corre para os meus braços, pego nela ao colo e espero para ela me dizer alguma coisa.

     — Mama, abre a porta, abre a porta! Temos uma surpresa para ti.

Eu solto uma pequena gargalhada pela súbita animação. Tal como a minha princesinha demandou eu fui e abri a porta e lá estava ela à nossa porta.

Jeon entrou a abraçou-nos, beijou as bochechas da nossa filha e pegou-a ao colo.

     — J-Jeon, o que viste aqui fazer?

Como assim o que viste aqui fazer? Obviamente que sabes porque é que ela veio cá, a nossa menina precisa dela e ela veio.

Ela deixa a nossa garota fugir dos braços dela e correr pela casa com a Hugo.

A mulher à minha frente aproxima-se o suficiente para termos os corpos colados e pousa a cabeça dela no meu peito, os braços dela circulam a minha cintura e ficam lá.

     — Eu sentia saudades, muitas.

Ela levanta a cabeça e olha me nos olhos com um pouco de esperança.

     — Eu também. Muitas.

Levei uma das minhas mãos à cabeça dela e aproximei-a, gentilmente, até os nossos lábios tocarem.