Tu és a minha casa

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Mina


               — Ela está praticamente bem, acho que até o final do mês e já volto para aí.
              Sim, eu sei que o mês começou ontem. Lembra-me, para daqui a duas semanas comprar o bilhete de avião...
              Eu não vou comprar agora...
              Não me chateies. Eu sei muito bem que eles estão a aproveitar-se de mim. 
              Chau vai dormir, aí já é tarde.

(...)

Há 3 anos atrás eu saí do meu país natal e fui para a Coreia, arranjei trabalho, um sítio para murar e vivi esta nova, mas monótona, vida até conhecer a jóia da minha vida. Minari, mais conhecida por Mina de Twice.

(Yah, yah é verdade, parece mentira, mas não. Ainda acham que vos estou a enganar? Está bem, eu vou contar como nos conhecemos, mas depois é para continuarmos com o que estava pretendido.
Depois de ter sido despedida do meu primeiro trabalho, pois o tempo do contrato tinha chegado ao fim, enviei o meu currículo para a JYPE depois de ter visto que estavam a contratar para staff, após um bom tempo de espera chamaram me para uma entrevista e no final fui aceite. {quem me dera que fosse assim tão fácil, odeio a vida de adulta}
Designaram-me para a equipa de Twice depois de me ajudarem e indicarem-me no que eu tinha que fazer. Felizmente adaptei-me bem ao trabalho e não foi difícil criar laços dentro da empresa, com o resto da staff e com alguns idols entre eles, obviamente, as meninas de Twice. Elas são extremamente simpáticas, atenciosas e não esquecemos de falar que elas são lindas e gosto imensamente delas, especialmente da Mina. Eu não sei explicar, mas a primeira vez que falamos uma com a outra eu fiquei completamente encantada.
Com o passar do tempo ficamos cada vez mais chegadas até ao ponto que eu não aguentava mais com os meus sentimentos e acabei por explodir. Um certo dia eu declarei-me a ela, depois disso eu comportei-me como um neandertal, mas acabou por correr tudo bem porque ela também sentia o mesmo. E graças a algum ser poderoso, o nosso relacionamento tem durado até agora e eu espero que continue mais forte do que nunca.
Bem, vamos continuar ao que interessa.)

Infelizmente eu vou ter que passar um mês ou mais tempo no meu país natal. Pelo o que parece os meus pais vão precisar que eu tome conta do negócio deles até a minha mãe recuperar de uma pequena operação que ela vai fazer, mas eu não quero ir embora e deixar o meu apartamento a ganhar pó, não poder ver os meus amigos e o pior eu não quero abandonar a Mina (eu sei que não é a mesma coisa, mas parece).
              — Mina, eu...
              — Oi, honey ~. — Oh Meu Deus, o meu coração parou de bater, chama o 991. {meme português, peço imensas desculpas}
              — Hey, como foi o teu dia? — Não tenho coragem para lhe dizer que tenho de ir embora.
Depois de uma conversa confortável entre nós, eu tive que lhe dizer.
              — Mina, eu... vou ter que sair da coreia por um mês ou se calhar mais tempo... – O sorriso dela caiu e o meu coração também. Doeu bastante vê-la triste.
              — Como assim? O que aconteceu? Porquê? – Algumas lágrimas já se estavam a formar nos olhos dela, o que me deu ainda mais vontade de chorar.
              — Eu vou ter que voltar para p/n. Os meus pais precisam de mim e eu não consigo negar-lhes ajuda. – As lágrimas começaram a cair. Ela abraçou-me e escondeu a cara no meu pescoço. Deitei a minha cabeça em cima da dela e abracei a com força.
O resto do dia passou calmamente, depois de lhe explicar melhor esta situação desagradável, a não ser pela parte em que o grupo veio ter a minha casa para me baterem, mas acabaram por ouvir da Mina, especialmente as mais velhas.
              — Eu não vou embora para sempre, eu prometo que vai passar rápido. – Eu agarrei as mãos da Mina e cheguei mais perto dela.
              — Nem vais dar pela minha falta. – Beijei a testa dela.
Começaram a chamar para o porto do avião que eu tenho que apanhar.
              — Tenho que ir.... Portem-se mal pessoal! Vai ser rápido. – Antes de ir, beijei-a uma última vez. Enquanto estava a ir para o porto eu ouvi-as a despedirem-se de mim.
Já se passou um mês e sinceramente tem sido desagradável. Desde da primeira semana tenho estado em modo burn out. Não tenho tido algum tipo de descanso psicológico e voltei a sentir-me, como me sentia antes de ter saído daqui, presa.
As chamadas e mensagens das meninas ajudam, mas não é o suficiente. E quando finalmente posso fazer vídeo chamada com a Mina é, infelizmente, durante uns míseros minutos, pois uma de nós tem que sair para fazer alguma coisa.
Estou farta.
Eu preciso de sair daqui o quanto antes.
Uns dias depois recebi uma chamada do WhatsApp.
É a Nayeon. Ou aconteceu alguma ou eu vou ouvir eternamente.
              — Ela já está bem, acho que até o final do mês e já volto para aí.
              Sim, eu sei que o mês começou ontem. Lembra-me, para daqui a duas semanas comprar o bilhete de avião...
              Eu não vou comprar agora...
              Não me chateies... Eu sei muito bem que eles estão a aproveitar-se de mim  
              Chau vai dormir, aí já é tarde. – Desliguei a chamada e simplesmente deitei-me no sofá.
Acordei com o sol a bater na cara, levantei-me com uma certa dificuldade. Não foi uma boa ideia ter ficado no sofá.
Procurei pelo meu telemóvel e vi algumas notificações, emails desnecessários, mensagens desnecessárias... Mina, eu esqueci-me de lhe responder.
Após trocar umas mensagens com a minha Minari, eu arranjei-me para sair.
Antes de entrar no prédio, eu passei uns minutos nas redes sócias.
Enviei algumas mensagens aos meus amigos de cá para nos encontrarmos até que apareceu uma fotografia dos meus pais no meu feed.
Eles tinham aquele sorriso de negócios que eu odeio e estavam acompanhados de um homem que eu não conheço.
Mas a descrição foi o melhor.
"O nosso futuro genro"
              — Eles devem estar a brincar. – Eu entro pelo prédio a dentro e fui na direção do gabinete deles.
Está é a última vez que eles me usam.
Eu entrei no gabinete sem bater e lá estava aquele homem juntamente deles.
              — B-bom dia Y/N. Este é o...
              — Eu não quero saber quem ele é! Para mim já chega! – eu interrompi o meu pai.
              — Com quem é que achas que tu estás a falar?
              — Com os meus pais não deve ser, porque a partir de agora eu não sou mais vossa filha.
Até que vocês tirem a ideia, de que podem brincar com a minha vida, das vossas cabeças.
E já agora, eu tenho uma namorada maravilhosa que eu tenciono casar quando eu tiver a oportunidade.
Vocês têm pelo menos duas semanas para se desculparem antes que eu vá embora para a Coreia.
E tu, vê se creches vai à procura de alguém em vez de fazer este tipo de coisas. – olhei nos olhos dos três e fui embora.
Na semana seguinte, saí com os meus amigos e comprei um bilhete.
Eu vou mais cedo para casa.
Eu me despedi dos meus amigos com a promessa que nos iremos voltar a encontrar.
Acabei por esperar até ao último minuto pelos meus pais, mas eles não apareceram. Era o que eu precisava para saber que eles não aceitam a minha vida.
A viagem foi cansativa e acabei por passar a noite no aeroporto.
De manhã acordei com o meu telemóvel a tocar. Alguém está a telefonar-me
              — Y/N nós estamos cá fora à tua espera. Despacha te.
              — Como assim... — ela desligou a chamada na minha cara...
Despachei-me o mais rápido possível e fui à procura dela.
Estava pronta para ligar-lhe novamente quando vi a Tzuyu e a a Sana.
             — Anda, vamos. Temos uma surpresa para fazer. — a Sana risse enquanto me cumprimenta. Nós vamos para o carro onde está a Nayeon à nossa espera.
Eu perguntei-lhes o que elas estiveram a fazer nestes últimos dias.
Elas perguntaram me o mesmo. Eu acabei por não tocar no assunto dos meus pais.
Chegamos ao prédio delas.
             — Sobe, vai ter com ela. Eu pedi para ela ficar em casa à nossa espera.
Eu sorri e agradeci por me terem trazido.
Eu fui até ao andar do apartamento da Mina. Parei à frente da porta e estava a preparar-me antes de tocar à campainha.
Após tocar, eu ouvi a voz dela.
             — Um minuto.
             — Todos os minutos que quiseres. — falei entre os dentes.
Ela abriu a porta e parou, o tempo simplesmente parou. Ela é tão linda. O pijama dela fica-lhe tão bem, eu não consigo dizer nada.
              — Estás aqui.
Ela agarrou me com uma força doida quase que caía para trás.
              — Eu estou aqui.

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