Tudo por Ela - Reign

O que está acontecendo?

Acordei cedo... Mal havia amanhecido, ainda via os últimos traços da noite desaparecendo no horizonte, mas a sensação que vivi ontem ao falar com Francis ainda estava aqui. Era cedo minhas Damas devem estar dormindo ainda, e não vou perturba-las. Sentei na varanda admirando o imenso jardim e penteando meus cabelos, troquei de roupa coloquei um vestido delicado com a saia cinza levemente prateada, justo na cintura e no busto, com detalhes em renda branca, coloquei a mesma tiara com pedrarias vermelhas de ontem, elas haviam me dado sorte, vamos ver se me darão hoje...

Estava feliz, sai de meus aposentos e vi apenas servos nos corredores, que me dirigiam reverências e sorrisos. Quando cheguei ao quarto de Francis, olhei para o corredor, me sentindo derrepente uma mistura de nervosismo e ansiedade, tomei coragem e bati na porta, esperei alguns instantes, e não houve resposta, pensei em deixar pra lá, mas decidi tentar de novo, bati novamente, então ouvi barulhos de passos em direção a porta, meu coração acelerou um pouco.

- Sim, em que posso ajudar? - Perguntou uma jovem moça, que pelos trages devia ter acordado há pouco, estava até com o cabelo desarrumado.

- Ah me desculpe, sou Mary, estava procurando os aposentos de Francis, mas pelo visto me enganei. - Disse com um sorriso.

- Hmmm... Mary? Noiva de Francis certo? - Perguntou a moça com um pequeno sorriso.

- Sim sou, pode me dizer onde fica seus aposentos? - Perguntei a ela.

- Claro posso sim querida. - Disse com uma expressão de vitória em seu rosto. Á princípio estranhei tal atitude.

- Bom onde fica então?

- Aqui. - Senti meu coração cair, abri a boca pra responder, mas não consegui dizer nada, neste momento Francis surgiu a porta.

- O que foi? Quem está ai? - Perguntou Francis a moça, só então notou a minha presença.

- Mary? O que faz aqui? E ainda tão cedo, você, volte para dentro, ou saia logo da minha frente! Já me causou problemas demais hoje. - Disse Francis a moça, que se limitou a olha-lo e entrar novamente no quarto, Francis voltou sua atenção para mim.

- E então? O que quer aqui? - Perguntou sem paciência.

- Estava com outra? Francis como pode... - Disse eu, visivelmente decepcionada.

- Me escute, se algum dia quiser ser rainha da França, terá que aceitar que Reis fazem o que quiserem, e não devem satisfações a suas esposas. - Disse Francis rispidamente.

- Mas isto é um absurdo! Não pode me tratar assim! Sou rainha também, e sua futura esposa... - Disse eu revoltada, sem acreditar no que havia ouvido.

- Não importa, o que importa sou eu, agora saia daqui e não volte sem minhas ordens, ou sem ao menos ser anunciada! - Francis bateu com a porta, me deixando sem chance de resposta.

Fiquei paralisada por alguns poucos instantes, comecei a me afastar aos poucos a passos lentos, não sei ao certo o motivo, mas não queria que Francis soubesse que sai correndo feito uma garotinha assustada, apesar de que era assim que me sentia. Quando tomei certa distância comecei a correr, o mais rápido que podia, com meus cabelos sendo jogados para trás pelo vento, e meu vestido ondulando, no momento só me preocupei em conter as lágrimas, não iria chorar por isso. Peguei meu cachorro Starlin, ele sim poderia me animar, estava com as pedras em minha mão, e as apertava com força. Retornei a margem em que as havia pegado, e fiz um pequeno buraco na areia, coloquei as pedras e as enterrei, coloquei um graveto em pé na areia onde havia enterrado as pedras, querendo enterrar esse sentimento também. Como pude ser tão boba? Olhei ao longe, para o lago, me distrai com a paisagem, quando dei por mim Starlin estava correndo para a floresta, era um cachorro grande, duvido que o alcançaria.

- Starlin! Volte! Venha Starlin! - Gritei inutilmente. - Até você me deixou... - Derrepente senti uma sensação estranha, como se fosse observada. Olhei atentamente para os lados, mas não havia ninguém além de mim.

Voltei para meu quarto, me deitei na cama, derrepente peguei no sono...

- Mary. Mary acorde, já está tarde. - Kenna me chamava.

- Ahm... O que foi... - Disse despertando de meu sono, e veio a mente a lembrança do que acontecera hoje mais cedo.

- Mary? Por que está vestida? Onde esteve? - Disse Kenna trazendo uma bandeja de café da manhã para mim.

- Você não acredita, fui ao quarto de Francis levar as pedras. - Disse desanimada e tomando café.

- Ah! E como foi? - Kenna perguntou animada.

- Horrível, outra mulher atendeu a porta, passou a noite com ele. - Falei encarando o nada.

- Não estou acreditando! Que canalha! O que ele lhe disse?

- Me tratou tão mal, disse que se quiser algum dia ser Rainha da França terei de me acostumar... - Disse me lembrando de suas palavras raivosas.

- Canalha! Pois quer saber de uma coisa! Hoje estará irresistívelmente linda! Faço questão esse Príncipe mimado verá a mulher que deu as costas! - Disse Kenna se levantando e indo ao meu Armário.

- Kenna o que vai fazer? - Kenna remechia os vestidos trazidos da Escócia.

- Te arrumar oras! Hoje estará mais linda que a Noiva! Me aguarde.
Logo as meninas entraram, e contei o que houve a elas.

- Francis disse isso? - Disse Lola de boca aberta.

- Garotos da realeza são arrogantes Mary, sei que é terrível mas terá de ser sábia agora. - Disse Greer.

- Ele pode mudar Mary, de uma chance. - Disse Aylee com um sorriso compreensivo e passando a mão em meu ombro.

- Muito bem após o almoço começaremos a nos preparar para a festa. - Anúnciou Kenna. - Isso quer dizer que estão liberadas, mas quero todas aqui há uma hora! - Então Kenna sorriu. - Que tal uma volta no Jardim?

Saimos e as meninas foram correndo na minha frente, foi quando ouvi um latido.

- Starlin? - Chamei. Então ouvi outro latido. - Starlin! - Corri em direção ao Latido.

- Starlin! Onde se meteu? - Falei para ele. Que estava com sua coleira amarrada em uma árvore, quando me aproximei vi que havia um pequeno saco de veludo vermelho escuro preso em sua coleira.

- O que isso? - Perguntei olhando mais perto. Soltei o saquinho da coleira, e dentro haviam... Ahn, não sei ao certo como, mas haviam as pedras que havia enterrado mais cedo, e ainda um cartão.

- Não beba do vinho...

- Não beba do vinho? O que isto quer dizer? - Olhei em volta mas não havia ninguém aqui, nem sinal.

- O que está acontecendo?...