[8] ... Quero ouvir-te gritar ...

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Harry sobe o placo de tamanho médio. Assim que chamaram o seu nome, todos os rapazes que se encontravam perto da escada, principalmente os que me ajudaram a subir, saíram do local mas sem antes levarem um olhar malvado e debochado do belo rapaz de olhos verdes. Quando Harry acabou de subir o palco, andou na minha direção e colocou-se atrás de mim, posição que, pelo o que entendi, os padrinhos deviam ocupar.

- Olá pequena! Encontramo-nos de novo! - Sussurou e riu-se da própria frase foleira.

- Haha Harry, nem sabes a piada que tens! - Gozei.

- Tu hoje andas muito saídinha da casca menina Horan!

- E tu andas muito chato! - Harry riu-se.

- Sabes quem é aquele menino que está sentado perto de onde nos sentá-mos? - Mudo de assunto.

- Porque Olive? - Harry pergunta preocupado

- Por nada mas, ele ainda não tirou os olhos de mim desde que subi a este palco...

A partir do momento que essa frase saiu da minha boca Harry calou-se e focou o seu olhar no rapaz de cabelo claro e cara pequena que me olha com algum interesse... Esse rapaz que eu desconheço o nome olha-me de uma maneira que me arrepia. O seu olhar não é nada ortodoxo...

- Connor Maynard. - Harry diz no meu ouvido.

- O que? - Pergunto confusa.

- O nome dele. Ele chama-se Connor Maynard. - Olho para o rapaz e uma pontada de um sentimento que eu bem conheço surgiu e subiu pela minha espinha a cima.

- Tenho medo Harry...

- Não te preocupes, não vou deixar que ninguém te toque com um dedo que seja.

***

- Sabes o que na minha terra se faz a pessoas como tu?

O rapaz amarrado à cadeira tremeu ao ouvir a voz da outra pessoa ecoar pelas paredes vazias do quarto onde se encontravam. O outro individuo retirou a fita da boca do rapaz amarrado.

- Quero ouvir-te gritar... - Riu-se de forma maníaca. - Vocês já estavam avisados que deveriam guardar os olhos para vocês mesmos, principalmente com ela. Não te mandei olha-la, não te mandei a ti nem a nenhum dos teus amiguinhos... - Uma faca foi agarrada e levada em direção ao rapaz preso.

- P-por favor, n-não faças isso, eu imploro-te. - Choramingou o rapaz. - Tu conheces-me, podes confiar  em mim, n-não vou voltar a olhar para ela mas, n-não me mates. Imploro-te...

- Chega de conversa fiada. Tu vais ser o aviso...

Quando a outra pessoa acabou de falar o rapaz sentiu algo frio e pontiagudo perfurar a sua barriga. Um grito pode ser escutado enquanto a faca era cada vez mais aprofundada na barriga do rapaz de cabelo espetado. O menino sentiu uma dor aguda junto com uma grande vontade de vomitar tudo o que tinha comido durante o dia mas essa vontade logo foi esquecida quando uma interminável tosse surgiu, expelindo assim uma grande quantidade de sangue. O seu sangue. Nojo era o que passava pela sua cabeça mas não era nojo de si próprio, era nojo da pessoa a quem tinha chamado de amigo e que naquele momento o tinha apunhalado pelas costas, neste caso, na sua barriga.

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