4º Capítulo

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Nessa segunda-feira a escola estava meio abandonada. Já tinham passado 2 semanas desde que a Samantha tinha ido a prisão visitar a mãe do Julian. Ainda não teve tempo de ir ao cinema  ver o outro motivo, estava ansiosa para o saber mas teve muito exames durante essas semanas sem ter tempo nem sequer de acabar o livro.

Samantha encontrava-se no pátio da escola a ler os resumos de geografia antes de entrar para fazer mais um teste. Ao acabar este estaria livre para ir ao cinema.

- Preparada? - Ouviu aquela voz grossa e irritante do Jonathan. Ultimamente não o andava a suportar.

Ela pensou bem e apesar de não o tolerar, ela podia leva-lo para o cinema e assim a mãe não acharia a situação tão estranha.

- Vou tentar... Não sei nada da matéria.

- Dizes sempre isso e tiras 16 ou até mais...

- Não significa nada. Bem.. Olha depois do teste queres vir comigo ao norte shopping? E assim vamos ao cinema juntos. Que tal?

-Claro que sim!! Já faz algum tempo que não saímos os dois sozinhos. - A Samantha forçou um sorriso e continuou focada no que estava a fazer no início.

*

- O que vais querer comer? - perguntou com segundas intenções como o fazia sempre.

A Sam decidiu não responder, quanto menos falassem melhor seria para os dois.

O filme não foi nada agradável, também a amiga do Julian não teve hipótese de escolher que filme ver e o Jonathan escolheu o pior de sempre para assistirem.

Enquanto ele ia a casa de banho a Sam tentou procurar onde podia encontrar a pista. O seu amigo era mais uma pessoa que não podia saber o que ela andava a fazer por uns motivos que ela preferia não recordar.

Sentou-se num banco a chorar pelas saudades que tinha do Julian, estas cartas estavam a mata-la lentamente. Lembrou-se o momento em que ele a levou ao cinema ver um filme de comédia romântica, lembrou-se o divertido que era e da maneira em que se conheceram nesse dia.

- Estas bem?

Uma rapariga loira com olhos verdes apareceu a sua frente mesmo preocupada com ela. Ela era bastante parecida com alguém que conhecerá a bastante tempo, a sua cara era muito parecida a alguém só que a Samantha não a chegou a reconhecer.

-Sou a Sofia, já agora - sentou-se ao seu lado.

- Eu conheço-te dalgum lado? Sou a Sam - A Sofia sorriu-lhe.

-Não que eu saiba ! Porque estás a chorar?

- Tenho imensas saudades duma certa pessoa.

-Podes sempre falar com ela.

-Essa pessoa morreu.

A outra rapariga não respondeu, mesmo assim ficou a sua beira até o Jonathan aparecer.

- Demoraste algum tempo. - disse a Sam.

-Bem... Eu tenho que ir trabalhar.

A Sofia acabou por se levantar e lançou um olhar de desprezo ao seu acompanhante sem nenhuma razão aparente. Ao ir-se embora caiu-lhe uma folha de papel, como o rapaz já se encontrava longe da Sam pegou nele e começou a chamar pela Sofia. Por sorte, ela reparou que tinha escrito na parte da frente "3ºRazão", guardou-o imediatamente na sua mochila.

- Sim Sam?

- Nada! Só te queria dizer que gostei muito de te conhecer- tentou dar uma desculpa rápida apesar de ser verdade o que disse.

Seguiu um caminho diferente pois não queria voltar a casa junto ao seu colega. Por isso agarrou o metro para voltar a cidade e dessa forma podia ler a carta em paz.

" Um lugar lindo. Não é? Parece que todos são uns amores, certo? De facto não posso discordar com isso que falei.

O lugar era perfeito. Era onde me sentia melhor, onde podia sempre saber a estreia dos filmes novos dos livros que já tinha lido, onde as pessoas interessavam-se por mim e me tratavam bem. Era o meu porto seguro.

Quando trabalhava no centro comercial adorava ver a cara de felicidade de todas as pessoas presentes, todos os dias eram novas caras, outra história, diferentes maneiras de ser feliz, tudo era diferente, era tudo tão agradável...

Até que um dia toda essa felicidade destruiu-se, esse horrível dia nunca tinha saído da minha cabeça... Fui despedido. Despedido porque pensaram que eu tinha roubado alguma coisa que nunca cheguei a saber o que era. Eu? Roubar algo? Roubar num lugar onde me sentia bem? Passei cerca de 8 meses nesse paraíso, onde me sentia feliz, para tudo acabar no final.

Naquele dia voltaram as memorias do que aconteceu com a minha mãe, a situação era bastante parecida.

Como iria arranjar um trabalho novo que me deixasse o mesmo prazer que aquele me deu? Era o único sitio que me dava felicidade depois de tudo.

Agora já não há volta a dar. Não é?

A minha próxima pista se encontrará no meu cacifo da escola, se ainda se encontram ai os meus materiais... Nunca vou chegar a saber..."

Acabou de ler a carta quando chegou ao seu destino. Respirou fundo e saiu, tentando pensar positivo ao lado dele para não se lembrar das malditas cartas.

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Agora que vai começar a escola posso demorar mais tempo a publicar. Espero que continuem a gostar e a segui-la !




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