Capítulo 4

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    Minha participação no show da Bloomangel foi um sucesso. Tirando tudo que eu chorei depois, claro! O Marcos e a Angel ficaram empolgadíssimos com a reação do público à mim. E decidiram que eu faria mais uma participação na semana seguinte. Mas dessa vez com a banda toda.

    A Bloomangel ensaiava nos sábados e domingos, que era quando os rapazes estavam de folga dos seus trabalhos. Angel, como trabalhava em shopping tinha um dia de folga por semana, em dias aleatórios. Mas ela trabalhava no turno da tarde/ noite. Então, tinha as manhãs livres para os ensaios. Angel, mais uma vez, deixou que eu escolhesse a música que queria cantar, para me deixar o mais confortável possível com a apresentação.

    A manhã de sábado nos brindou com chuva. O tempo frio e emburrado combinava muito bem com meu humor dos últimos tempos. Mesmo tendo dormido tarde para o meu costume, acordei cedo. O silêncio reinava no apartamento, pois as gurias ainda dormiam. Tomei um banho quente tentando aquecer o corpo para o dia. Vesti uma calça jeans e um blusão preto. Ainda de pantufas fui até a cozinha preparar minha dose matinal de cafeína. E munida de uma caneca do líquido escuro e fumegante, fui até a janela contemplar a cidade coberta pelas nuvens cinzentas e pesadas.

    Eu precisava dar um jeito na minha vida. Não dava para me manter nesse declínio depressivo. Quando tomei o chute na bunda na vez anterior o que me ajudou na recuperação foi a academia. E o Bombar. E o King, claro! O que foi um erro! Eu deveria ter me mantido no propósito de ficar longe dos homens.

    Pois bem, eu voltaria a frequentar a academia, coisa que não fiz desde o término. Voltaria a frequentar o Bombar, não só nos dias dos meus shows, mas sempre que a Angel também fosse. Eu iria sair para a balada na folga da Bettina, como ela queria. Mesmo se eu não tivesse vontade alguma. Dançar me faria bem! E agora eu ainda tinha mais os ensaios da Bloomangel para manter minha mente ocupada.

    Eu ia superar mais essa rasteira da vida. Eu era uma mulher forte demais para me deixar abater daquela forma. Eu ia me reerguer, pois o chão não era o meu lugar. E dessa vez eu não precisaria de homem nenhum para isso. Eu ia me restaurar sozinha. Por mim mesma.

    Mais de uma hora depois de ter acordado,eu estava recostada em um dos sofás zapeando nas redes sociais com meu celular quando Angel saiu do seu quartinho, com a cara amassada se arrastando de sono no seu pijama.

    _ Bom dia! _ ela deu um sorriso preguiçoso seguido de um bocejo.

    _ Bom dia! Eu fiz café _ lhe saudei.

    _ Que maravilha! Eu tô precisando! _ ela falou enquanto bocejava mais uma vez. Foi até a cozinha, se serviu de uma caneca e voltou à sala, sentando- se na poltrona próxima à mim _ Já escolheu a música? _ eu confirmei com a cabeça _ Me mostra _ procurei o vídeo da música na internet e entreguei o celular para ela _ Boa! Forte! Perfeita para a banda tocar junto. E ideal para vermos como você se porta. Afinal essa música vai exigir domínio de palco. Eu vou ajudar você, claro! Mas a maior parte do trabalho você que vai ter que fazer.

    _ Eu sei. Vamos ver como fica. Se não prestar, já acabamos com isso logo e vocês não perdem mais tempo comigo.

    _ Não é perda de tempo. É sempre bom dividir o palco com algum amigo. E se caso não der certo, você pode fazer participações, dentro do estilo que você curte, sempre que quiser. Mas eu realmente espero que dê certo! _ ela sorriu esperançosa.

    _ Eu vou me esforçar. Eu quero mesmo que dê certo. Vai me fazer bem. Eu gosto de estar no palco. E descobri que gosto de estar lá em cima mesmo sendo para cantar _ eu sorri.

    _ Beleza! _ ela tomou o restante do seu café _ Vou me trocar e daí vamos para a casa do Guto. É lá que a gente ensaia _ ela foi até a cozinha largou sua caneca e foi para o quarto novamente.

Soberanos - Rainha sem Rei - Livro 2 -  DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora