40° Quadragésimo ato!

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Olá amor...

As borboletas morreram!

Joguei fora todas as fotos suas, estou me esforçando confesso, e serei vitoriosa!

Voltei aquele lugar, aquele em que nos beijamos pela primeira vez, passei pelo mesmo caminho, reconstitui a mesma cena, porém desta vez sozinha...

A cada passo que dava me lembrava de nossa última conversa, de nosso último beijo de meu último suspiro...

A cada passo que dava uma cena se formava, as pessoas a minha volta me olhavam vidradas e suas palavras se repetiam...

- Quem está no chão agora?

Você dizia sorrindo vitorioso...

E percebera eu ali minha luta perdida, minhas lágrimas caídas e meus sonhos soprados para longe, de veras nada significou para ninguém se não para mim e o tempo todo estivera dormindo e acordando pensando em outra enquanto eu ali tentava lhe trazer para minha realidade em vão...

Ludibriada me ceguei com curtos momentos, tão breves quanto a brisa, era eu um belo brinquedo de coral, bonita sim, mas não o tipo de mulher que um homem escolheria para passar o resto de sua vida...

Ao menos foi isto que me deu a entender!

Pudera eu ter uma casa luxuosa, e finas vestes, mas só o que tenho a oferecer são versos e sonhos, beijos e cantos, talvez muito mais do que tí, tu que tiveras o tempo todo ego, desdém e desprezo, nada que lhe qualifique, nada que lhe quantifique, e mesmo aquela mulher que amas não faz por merecer, pois seu fim deveria ser escrito ao lado de sua própria máscara que por sua vez não tardara a cair...

Com eterno carinho H.Matos

23/11/47

Cartas ao meu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora