41°Quadragésimo primeiro ato

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Olá amor...

Se é que assim ainda devo lhe chamar, que seja... 

Já não me importo, contento-me com estas cartas como refúgio e respeito seu silêncio mas não suas ironias, és hipócrita, egoísta e tolo se pensas ser simplesmente um homem incrível...

Ouso lhe dizer que não é tudo isso!

Parando para analisar, percebi que pessoalmente quer parecer delicado, na frente das pessoas e chamar a atenção toda para você, mas distante não passa de mais um como tantos outros, arrogante e mimado, se exibe pelo pouco que sabe e pode fazer, pudera, tens tantos defeitos escondidos que não se pode saber quem és realmente...

Tentei mudar, ajudar, convencer, pensar e analisar a melhor forma de lhe curar, mas há pessoas que não tem concerto melhor que a vida, pois ainda há de perceber, porém sinto pena de tí quando chegar este dia...

Aprendi com o tempo a me dar valor, não sou uma má pessoa, gosto de dar carinho aos que me cercam e passei a me preocupar mais com os outros que comigo mesma...

E sabe o que ganhei com isso?

Exatamente nada! Mas isso não significa que deixarei de ser assim, sei que deveria me amar em primeiro lugar,  mas ainda  não aprendi a ignorar o mundo a minha volta, passarei a evitar muito sofrimento em vão por pessoas como você que não merecem a própria existência, isso não significa também que eu tenha direito de lhe odiar, mas quero poder um dia ter certeza de que te esqueci mesmo que me lembre de você eternamente . 

Com carinho H.Matos

24/11/47

Cartas ao meu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora