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Imaginava-o saindo do apartamento no qual mora com a família. Caminhando até a quitinete onde escreve. Passando por ruas arborizadas, com prédios baixos (muitos com a fachada de tijolos [bem avermelhados] à vista). Na esquina da Sexta rua com a Sétima avenida, uma construção torreada, erguida com pedras cinzentas, chama a atenção. É a Igreja Batista de Greewood. O Paul Auster nunca entra; atravessa a rua e segue pela Sétima avenida, passa por uma unidade do Bank of America (faz tempo que não precisa se preocupar com dinheiro, desde A trilogia de Nova York) e entra numa confeitaria no número 284. No toldo preto consta La Bagel Deligth – Os Prazeres da Bagel –, um nome que ele acha engraçado, quase absurdo, assim como o que ali se vende é absurdamente bom. Pede uma bagel de uvas passas com canela ou um sanduíche de pão de centeio, para viagem, e segue até a quitinete. Então se fecha no tal quarto sem janelas.

Assim eu imaginava, após ter lido suas entrevistas e pesquisado sobre o bairro em que mora e retrata em sua ficção.

FrestaWhere stories live. Discover now