Cristiano V

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DEZ FRASES DE KURT COBAIN:

Nada a incomoda realmente

Ela só quer a amar a si mesma.

Tomo café porque minha mãe obriga. Ela vive dizendo que sou muito magro e hoje esta pauta chegou bem cedo. São seis e meia e ela esta me avisando que vou desmaiar se não terminar o meu sanduiche.

Eu o termino, então não desmaio.

Estou com um frio na barriga como quando eu ia para algum festival de música. Estou com medo. Medo de estar apenas dando um passo para frente porque o abismo é depois dele. A mão da minha mãe esta massageando meus ombros e isso em alivia a tensão, mas não basta. As malas de couro estão na frente de casa e eu temo a hora de erguê-las.

Mas, ela chega. Dou um beijo na bochecha de minha mãe e percebo que esta é a mais triste despedida- eu volto e você sabe disso.

- sim, eu sei.

Eu pisco para ela e ela pisca para mim. Eu entro no taxi e peço para ele por na Itapema, uma rádio da qual eu gosto muito. As ruas vão se tornando iguais ao longo do tempo e eu acabo caindo no sono.

O motorista me acorda e eu fico com vergonha de ter adormecido, mas o homem não liga. Ele mastiga um chiclete com veemência e me entrega as malas que estavam no porta- malas quando eu saio do carro.

Estou na frente de um hotel três vezes mais caro que o que eu fiz a entrevista. Agradeço o taxista e entro, logo que dou o primeiro passo uma moça bem vestida sai atrás do balcão de metal alto da entrada, batendo com pressa seus saltinhos no piso de mármore e sorri para mim.

- você é Cristiano Costa?

- sim.

- me acompanhe.

Nós dois entramos em um elevador e ela não parava de sorrir para mim. Devia ser uma qualidade especial para seu trabalho. Vejo no seu crachá que seu nome é Seullen. Com dois eles mesmo.

A porta do elevador abre e há apenas cinco quartos nesse andar, ela abre a porta do meu e avisa antes de estica-la por inteiro- você não pode sair desse quarto em hipótese alguma. Para emergências e pedidos ha o telefone na cabeceira. Temos TV, temos livros...

- o que acontece se eu sair?

Ela parou de sorrir- você ta fora. Quando ela abre a porta, eu me esqueço das suas palavras como algo aterrorizante, eu não ia querer sair desse quarto por nada. Aquele quarto era o quarto mais fanático por Kurt que eu encontrei em minha vida- e olha que eu já vi muitos.

Havia uma grande foto dele na parede. Havia os discos de ouro. DVDs e CDs estavam empilhados com cuidados em prateleiras. Era tudo encantador. E eu estava plenamente consciente da minha expressão infantil de adoração naquele momento.

- devo sair?

- sim- eu respondo sem nem olha-la.

Depois de tocar as coisas assistir a DVD, eu resolvo ver TV. Péssima escolha. Só o que passa é series que eu não conheço, reality que só me enervam e documentários que me entendiam.

Acaba que eu leio. É um livro sobre música antiga e eu me sinto lendo a bíblia. Mas, eu adormeço.

Quando acordo, sei que anoiteceu. Sinto dores em meu corpo por ter dormido de mau jeito. Há marcas dos botões do meu casaco em minhas bochechas e listras das almofadas em meus braços, eu tiro o casaco e a camisa e estou tão entorpecido por tantas horas de sono que só percebo que estou abrindo a porta, quando a abro.

Os plagiadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora