O que você faz?

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» Kyungsoo «

Eu fiquei chorando no banheiro durante todo o horário da terceira aula. Nem sei porque eu estava na assim, na verdade. Chanyeol e eu nunca chegamos a conversar de verdade, nem um beijo rolou. Mas, não sei, ele foi o primeiro menino dessa escola que eu tive interesse, e acho até que estou apaixonado por ele. Nunca senti algo assim.

Sempre que ele está perto, rindo e conversando, eu sinto meu estomago embrulhar, é como se eu fosse vomitar a qualquer momento. É tão absurdo. Como posso me sentir assim? Por que sinto esse mal estar? Gostar de alguém é assim? Se for, eu não quero.

Como que faz pra parar? Eu não pedi isso...

Depois que o sinal tocou, ouvi umas batidinhas na porta da cabine. Tratei de pegar um pouco de papel higiênico e enxugar as minhas lágrimas. Funguei algumas vezes e dei descarga pra disfarçar.

– Soo? Você tá aí? – Era LuHan.

Respirei fundo antes de abrir a porta, já que seria impossível ele não se deparar com o óbvio. Droga, por que estou chorando por coisas idiotas? É algo tão bobo e eu estou me comportando como se alguém muito importante tivesse morrido.

– S-sim... – Respondi baixinho e abri a porta.

Assim que LuHan me viu, ele se aproximou de mim e segurou meu rosto com as suas duas mãos. Encarou bem meus olhos, que deveriam estar super vermelhos, já que passei esse tempo todo chorando.

– Por que seus olhos estão assim? Kyungsoo, você estava fumando maconha?! – LuHan perguntou com os olhos arregalados e eu senti que ele já estava pronto pra me bater ali mesmo.

Claro que eu não deixei de dar uma risada fraca. Será que ele nunca imaginou que eu poderia estar chorando? Nem o culpo, eu sou tão sério na maior parte do tempo, que é meio difícil eu derramar algumas lágrimas, certo?

Errado.

Eu sou uma manteiguinha derretida, só não gosto de chorar na frente dos outros. Mas, desde que conheci LuHan, eu comecei a demonstrar mais emoções, e por isso eu sei que ele não iria me julgar.

– Não, Lu, eu não estava fumando maconha, tá? Tá doido? – Ri da sua inocência, mas, logo meu sorriso morreu. – Eu só... estava chorando. – Falei a última palavra tão baixinho, que acho que ele nem escutou muito bem.

– Chorando? Como assim? Me fala.

É, ele ouviu.

– É que... – Droga, eu já estava começando a chorar de novo. LuHan imediatamente se sentou no sanitário, que estava com a tampa fechada, e me puxou para sentar em seu colo. Se fosse qualquer outra pessoa, eu estaria super envergonhado, mas, como eu disse, com LuHan é diferente. Com ele, eu me sinto mais à vontade. – Hannie... e-eu sou estranho?

Ele arqueou as sobrancelhas, demonstrando-se confuso. Eu o entendo. Quem faz esse tipo de pergunta? Realmente, eu sou estranho. Logo me arrependi de perguntar, mas, LuHan abriu um sorriso de um canto da orelha ao outro.

– Você não é estranho, Soo! Só se você tiver algum parentesco desconhecido comigo, porque, aí sim, você seria estranho.

– Mas eu sou falando sério! A minha personalidade é tediosa.

– E? Ter uma personalidade "calada" não significa que você é estranho. É o seu jeito. – Ele falava calmamente enquanto acariciava minha bochecha. – Olha, imagina só se todo mundo nessa escola gostasse de comer somente o salgadinho de frango? Não ia restar nenhum pra mim! – Ele falou sorrindo e eu sorri junto. – O que eu quero dizer, é que cada um tem seu jeito, seus gostos, suas inseguranças... isso é completamente normal. É o que nos faz especial e de certa forma "diferente". Você é especial, Do Kyungsoo.

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