| XIII | A verdade

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- Bom, chega de lágrimas por hoje, vamos continuar. Eu ainda vou tirar essa história a limpo.

Emma e Belle trilhavam pela sombria e gélida floresta, seguindo cegamente as instruções do mapa. Fazia horas que caminhavam sem saber ao certo para onde ou a procura do quê. Sorte que, no desconhecido caminho, encontraram pés de banana, mamão e maçã para se alimentar e também alguns córregos e nascentes para matar a sede.

Passado um tempo, elas notaram por entre as árvores uma claridade opaca vindo de um ponto específico. Também puderam escutar alguns sons de vozes masculinas ao longe. Emma, com uma curiosa Belle no encalço, aproximou-se lentamente e à passos leves até às margens da floresta, de modo a ver melhor o que se passava pela área. Viu então que se tratava dos marujos de Killian montando tendas e assando peixes em espetos na grande fogueira que haviam feito. Na dona da claridade.

Quando Emma viu Killian no meio deles, gritando ordens e apontando para lá e para cá, ela rapidamente puxou Belle pelo braço e se escondeu ainda mais na escuridão da floresta.

- O que foi? - Belle arquejou, mantendo a voz baixa.

- Killian... - Emma apontou com o queixo, mostrando à amiga onde ele estava.

O capitão havia dado às costas aos piratas e agora sentava-se em uma pedra, abrindo um mapa sobre o colo e repousando um archote ao lado, de modo que a claridade deste somada a da fogueira permitisse à ele enxergar melhor os desenhos do papel. Pouco tempo depois, Smee aproximou-se e agachou ao lado dele, não demorando a iniciar uma conversa.

- O que será que eles estão falando? - Belle perguntou, guardando o próprio mapa na bolsa atada às costas.

- Não sei. Mas vamos descobrir - Emma deu um passo pela floresta, mas Belle segurou seu pulso.

- Tem certeza? Eles podem nos ver caso nos aproximarmos mais.

- E eles também podem nos ver se ficarmos aqui paradas sendo mordidas por mosquitos. É melhor se arriscar e ter algo mais do que furos na pele, não acha?

Belle franziu os lábios, incerta. Mas depois suspirou e assentiu. As duas caminharam de fininho por trás das árvores, usando o manto de escuridão como armadura, cuidadosas por não pisar em falso e emitir algum barulho, e também por não tropeçar em galhos caídos e cair. Quando colocaram-se, por fim, no matagal atrás da pedra de Killian, as vozes dele e de Smee ficaram mais claras:

- O senhor ainda não contou para ela, não é?

- Não. Ainda não é o momento certo.

- Acha que ela vai dizer? - Smee questionou, dando uma olhada despretensiosa na floresta à volta. Emma mergulhou mais na escuridão quando os olhos do rechonchudo pirata passaramm por ela.

- Não sei - Killian respondeu, passando a mãos pelos negros cabelos. De onde Emma estava, conseguia ver apenas as costas dele. - O que sei é que se no final de tudo ela quiser ficar comigo, não será na Floresta Encantada, muito menos vivendo em um castelo. Isso se me perdoar pelo que eu estava prestes a fazer.

Emma ouvia atentamente as palavras dele. O que ele está me escondendo?, ela pensava curiosamente. E por que ele odeia tanto a floresta encantada?

- Deve me odiar agora por eu tê-la prendido no navio. Por que eu fui me envolver justo com uma princesa tão teimosa como a Emma?

Meu Amor PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora