Sem saída - Taehyung × Jennie

Six

A água quente caia forte contra a minha pele, me ajudando a aliviar a tensão nos músculos.

Eu ainda estava nervosa com a minha última conversa com Lisa e sobre o assunto que falávamos, mas pelo menos o banho quente me ajudava a relaxar.

Ficamos a tarde inteira e início da noite debatendo as consequências de termos nos aproximado dos Kim, e de como poderíamos provar "inocência" para eles sem complicarmos ainda mais as coisas.

Nossa decisão foi unânime em negar até a morte que sabíamos a verdade sobre eles e a família, caso alguém perguntasse. Manteríamos silêncio, e acima de tudo, distância. A propósito, eu nem sequer queria ir mais na festa, mas Lisa me impediu de desistir, alegando que:

"Se você não quer chamar mais atenção para si, você não pode acender uma suspeita na cabeça de Tae. Ele está te esperando, se você não for, ele vai notar e ainda por cima, vai querer saber o motivo."

Eu infelizmente tive que concordar com a Loira. O que ela me falou foi tão óbvio que imediatamente comecei a me sentir mal. Parece que eu estava perdendo a visão sobre a situação.

Era quase como se meu próprio cérebro estivesse me induzindo à esquecer. Desde que eu entrei no livro, sinto que muitas atitudes minhas foram inusitadas e imprevisíveis. É como se a história quisesse que eu parasse de agir por conta própria e seguisse o rumo em que ela estava.

Isso estava me fazendo pensar muito. Tanto que eu até perdi a noção da hora e me assustei ao ouvir batidas fortes na porta.

"Chegar atrasado às vezes é chique, mas desse jeito vamos acabar perdendo a festa toda. Sai logo daí." Uma voz feminina esganiçada gritou do outro lado da madeira.

Suspirei desligando o registro e me enrolando na toalha emprestada. Abri a porta sem um pingo de ânimo, mas me empolguei e tive que rir ao ver a loira parada no meio do quarto, apenas de roupa íntima e com vários pedaços de papel higiênico dentro do sutiã.

Ela também estava com dois cabines envoltos no pescoço, com as roupas penduradas sobre o corpo. Eram dois vestidos, um preto e um azul escuro, ambos batiam na altura das coxas e possuíam a alça fina.

- Qual você acha mais bonito?- Lisa me perguntou, girando um pouco o corpo para me mostrar bem as peças.

- Amiga, eles são praticamente iguais...- Disse baixo e me aproximei de uma muda de roupas na cama. Parece que minha personagem vem muito na casa da Manoban, porque até roupas íntimas próprias ela já tinha aqui.

- O preto combina mais comigo, não é? Eu concordo. - Ela falou, ignorando totalmente minha resposta. Vestiu rapidamente a roupa e andou até o espelho para ajeitar. - Sua mãe ligou. Ela parecia bem preocupada no telefone, e disse que você não respondeu nenhuma das mensagens dela.

- Meu celular descarregou, mas fica tranquila que depois eu me resolvo com ela. - Falei baixo e suspirei. Havia esquecido totalmente da "minha" mãe. Maneei a cabeça de uma lado para o outro e comecei a me trocar.

Lisa havia separado um dos vestidos dela para mim. Era um vinho escuro curto, com uma gola canoa baixa, deixando bem a mostra os ombros e clavícula.

Me apaixonei assim que fechei o zíper da peça. O tecido era leve e elegante, mas não passava um ar de seriedade, sendo perfeito para a festa que iríamos.

[...]

A música soava alta e vibrante que contagiava todo o quarteirão de casas. O cheiro de álcool e cigarro barato eram tão fortes que, mesmo de dentro do carro, eu pude sentir com clareza.

Jin fazia baliza em uma das poucas vagas que haviam sobrado na calçada. Ele comentou que normalmente nunca conseguiria estacionar tão perto da festa, mas como a maioria do pessoal convidado era de uma fraternidade da rua de cima, muitas pessoas simplesmente vieram a pé.