16 - São Cornélio e São Cipriano

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Cornélio nasceu em Roma

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Cornélio nasceu em Roma.
Foi eleito para o pontificado, depois de um período vago na Cátedra de São Pedro, devido à violenta perseguição imposta pelo imperador Décio.
O Papa Cornélio foi eleito quase por unanimidade, menos por Novaciano, que esperava ser o sucessor do anterior, martirizado por aquele cruel tirano.
Assim, Novaciano se consagrou Bispo e se proclamou Papa, isto é antipapa. Nesta condição se criou o primeiro cisma da Igreja.

Nesta ocasião a Igreja se debatia internamente para tentar uma solução definitiva quanto à conduta a ser adotada em relação a um dos seus maiores problemas da época, referente aos “lapsos”, nome dado aos sacerdotes e fieis, que renegavam à fé e se separavam da Igreja, durante as perseguições que se impunham aos cristãos.

Segundo os partidários de Novaciano, Cornélio teria adotado um discurso e postura muito indulgente, boa e compreensiva, para com os desertores da fé católica.
Atitudes essas que lhe valeram grandes atribulações e incompreensões.
Mas à toda essa oposição contou sempre com o apoio incondicional e fiel do Bispo Cipriano de Cartago, Argélia, norte da África.

Entretanto o imperador Décio morreu em combate sendo sucedido por Galo, que voltou com as perseguições.
Assim, o Papa Cornélio acabou preso e exilado para um lugar que hoje se chama Cività-Vecchia, em Roma.

No exílio, o Papa Cornélio passou os últimos dias da sua vida.
Onde encontrava um pouco de alegria nas cartas que recebia do Bispo Cipriano, seu admirador e amigo de fé, muito preocupado em lhe mandar algumas palavras de consolo.

Morreu em junho de 253, sendo sentenciado ao martírio por daquele imperador, por não aceitar prestar o culto aos deuses pagãos.
Foi sepultado no cemitério de São Calixto.
A festa litúrgica do Santo Papa Cornélio foi colocada calendário da Igreja no dia 16 de setembro, junto com à de Santo Cipriano, que depois também foi martirizado pela fé em Cristo.

 A festa litúrgica do Santo Papa Cornélio foi colocada calendário da Igreja no dia 16 de setembro, junto com à de Santo Cipriano, que depois também foi martirizado pela fé em Cristo

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Cipriano era filho de uma nobre e rica família africana de Cartago, capital romana no norte da África. 
Foi considerado um dos personagens mais empolgantes e importantes do século III.
Primeiro pelo destaque alcançado como advogado, quando ainda era pagão.
Depois por ser considerado um mestre da retórica e defensor irrestrito da unidade da Igreja.
Mas o fator principal foi sua conversão ao cristianismo, já na maturidade, entre os trinta e cinco e quarenta anos de idade, causando um grande alvoroço e espanto na sociedade da época. 
 

Cipriano não deixou apenas sua vida de pagão, mas também distribuiu quase toda a sua fortuna entre os pobres, renunciando à ciência profana da qual se alimentara até então.
Com muito pouco tempo, foi ordenado sacerdote e, por eleição direta do clero e do povo, imediatamente substituiu o bispo de Cartago logo após sua morte.
Cipriano o fez contrariando seu próprio desejo, mas em obediência à Igreja. 
 

Nos anos de 249 a 258, durante o episcopado de Cipriano, a Igreja africana passou por sérios problemas.
Os imperadores Valeriano e Décio empreenderam uma perseguição sem tréguas aos cristãos.
Além disso, uma grande e terrível peste atacou o norte da África, causando muitas mortes e sofrimento.
Como se não bastasse, a Igreja ainda se agitava com problemas doutrinários, internamente. 
 

Durante a perseguição do imperador Décio, em 249, grande número de fiéis e sacerdotes, até mesmo bispos, fraquejaram perante as torturas e renunciaram à fé cristã.
Por esses atos ficaram conhecidos como "cristãos lapsos". 
 

A Igreja, então, mergulhou, definitivamente, na polêmica do "lapso", criando o seu primeiro grande cisma, isto é, uma divisão entre o clero.
Não se sabia que atitude tomar contra os fiéis que abandonavam a fé e depois desejavam voltar para o seguimento de Cristo. 
 

Em Roma, fora eleito o papa Cornélio, com amplo apoio dos bispos liderados por Cipriano, que apreciava muito a conduta de seu colega bispo, com o qual trocava muita correspondência. 
 

Mas havia Novaciano, em Roma, que se elegeu antipapa e começou uma forte corrente a favor da não-reconciliação dos desertores.
Já na África, um certo Felicíssimo era completamente contra tal atitude, rogando pela clemência e reintegração do rebanho desgarrado.
Assim, liderados, novamente, pelo bispo Cipriano, Novaciano foi perdendo força. 
 

Uma outra controvérsia, que assolava a Igreja na época, era a validade ou não dos batismos realizados por hereges.
Essa era a única divergência que existia entre o papa Cornélio e o bispo Cipriano.
O papa, seguindo a tradição da doutrina, considerava válidos os batismos, já o bispo dizia que "não se pode dar a fé a quem não a tem". Assim, a questão permaneceu sem solução. 
 

Em 258, ainda com a perseguição contra a Igreja, Cipriano foi denunciado e sentenciado à morte por decapitação.
As atas escritas revelam que nesse dia, quando o pró-cônsul determinou a sentença, as únicas palavras proferidas por Cipriano foram "Graças a Deus!" 
Foi executado no dia 14 de setembro de 258. 
 

São Cipriano deixou-nos inúmeros escritos, entre os quais oitenta e uma cartas que se tornaram uma fonte de informação preciosa da vida eclesiástica daquele tempo.  Igreja declarou-o padroeiro da África do Norte e da Argélia, sendo sua festa litúrgica marcada para o dia 16 de setembro, quando se comemora a festa do santo papa Cornélio, o amigo de fé que ele tanto defendeu.

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