Algodão doce (Versão Cody)

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Blurred all the lines

You intoxicate me 

Just like nicotin, heroin, morphine 

Sundely, i'm a fiend and you're all i need 

Never be the same - Camila Cabello


Eu e Lucy estávamos sentados na roda de gigante,  eu estava olhando pro céu quando de repente senti que ela estava me encarando. Eu já percebi que ela tem essa mania irritante de ficar encarando as pessoas, eu realmente não gosto disso, quando ela fica me encarando eume sinto muito exposto...

-O que foi? Tem alguma coisa no meu dente?- falo e tento tirar um suposto pedaço de algodão doce dos meus dentes.

- Não é nada.- Ela fala pensativa.

-Sabe, quando eu te conheci eu não gostava muito de você.
Na verdade eu não gostava do jeito que olha pras pessoas, me deixava meio intimidado. Hoje eu ainda não me acostumei com seus olhares tão intensos, mas eu descobri, naquele dia do elevador, que você é uma pessoa boa.- Falo isso e só me dou conta da besteira que falei quando vejo sua cara de surpresa.

-Ok, eu vou tentar levar isso como um elogio.- Ela fala num tom brincalhão.

-Na realidade eu nem sei por que te falei isso, mas é que você disperta alguma coisa em mim me obrigando a ser sincero com você, entende?- Eu falo isso tudo de uma vez, enquanto  a encaro.

Ela me olhava surpresa, eu aproveitei para  observa-la  por um tempo. Seus olhos como sempre, grandes e expressivos, brilhavam devido ao reflexo da lua e das estrelas sobre os mesmos. Suas bochechas eram rosadas no ponto certo, e sobre elas uma linha quase imperceptível de sardas, que davam pra ela um ar de inocência que ela por si só não tinha, e os lábios, ah meu Deus que lábios! Que agora estavam quase sem batom devido ao algodão doce e a correria, apresentavam um tom meio rosado que me faziam ter uma vontade de beijá-la loucamente. Comecei a me aproximar lentamente, e ao olhar em seus olhos percebi que ela também queria aquilo. Quando nossas respirações estavam quase se encontrando, recitei um trecho de romeu e julieta:

-E lábios, vós que sois a porta do hálito com um beijo legitimo selai este contrato.- Ao falar isso a beijei.

Lucy narrando

Ele me beijou.

Eu já fui beijada várias vezes, mas nenhuma foi como aquela. Minha mãe, quando eu entrei na adolescência, teve comigo uma conversa estranha, na qual eu não prestei muita atenção, mas que agora me veio à cabeça. Ela disse que com todo mundo só existem dois tipos de beijos, aqueles que acontecem com a pessoa  que você ama e aqueles que não são com ela. Ela também falou que com a gente, leitoras, o primeiro passa a ser bem mais intenso do que ele já é, pois enquanto entre as pessoas normais ele é uma coisa mais carnal, entre nós ele passa a ser uma coisa de alma. Ela disse que quando nós beijamos alguém que amamos, acontece uma espécie de encontro de almas, como se nossas almas se conectassem.

Depois de beijar o Cody, descobri que a sensação era realmente essa, como se beijar ele não fosse uma ação, e sim um estado de espírito. Era como se eu precisa-se estar ali pra estar viva. E acho que ele sentiu o mesmo, pois ele só me largou quando estava sem ar.

-O que foi isso?- Ele perguntou sem acreditar
-Você também sentiu?-Eu perguntei confusa, ele não deveria sentir isso, só leitores podem sentir um encontro de almas desse nível.
-Sim!! Foi como se eu e você estivéssemos colados ou algo do tipo, eu sentia como se eu saísse de perto você,eu poderia morrer.- Ele fala meio preocupado.-O que foi isso?
-Eu não sei, mas só tem um jeito de descobrir.-Me esquivei de suas perguntas, beijando-o.

Olhos da almaOnde histórias criam vida. Descubra agora