"Oh, Morte– JenTitus
Oh, Morte, oh Morte, Oh, morte
Você não vai me poupar por mais um ano?
Mas o que é isto, que eu não posso ver
com as mãos geladas tomando conta de mim
Quando Deus desaparecer e o Diabo tomar conta
quem terá piedade de sua alma
Oh, Morte, oh Morte, Oh morte
Não há riqueza, não há ruína, nem prata, nem ouro
Nada me satisfaz além da sua alma
Oh, Morte
Bem, eu sou a morte, ninguém pode fazer melhor
Vou abrir a porta para o céu ou para o inferno
Oh, Morte, Oh morte
meu nome é Morte e o fim é aqui."
Mamãe estava feliz naquela tarde, ela cozinhava uma lasanha deliciosa que nós íamos comer na janta. Eu mal podia esperar por isso! Fazia um tempo que não comia a lasanha dela. Ela sempre cantarolava enquanto cozinhava e sempre fazia toda a comida com muito carinho. Enquanto escutava sua voz desafinada, eu pintava minhas unhas. Estava acabando de me arrumar para ir ao aniversário de minha prima: Julieta.
Julieta estava com dez anos e era um terror de criança, naquela idade já estava falando de namoradinhos e que queria casar com vinte e cinco anos. Sinceramente, essas crianças de hoje estão deixando a infância de lado e querendo crescer muito cedo! Vinte e cinco anos? Sério?! Eu tinha vinte e dois e não conseguia me imaginar casada! Aliás, nunca sequer tive um namorado para considerar tal possibilidade!
Mamãe acabou de cozinhar e eu de pintar minhas unhas, papai lia o jornal e logo pegou as chaves do carro para irmos para casa da minha tia Claudina. Eu sempre gostei de festas de criança, eram as melhores! Sempre tem salgadinho, docinho, pipoca, cachorro-quente, batata-frita... E bolo, lógico. Tem coisa melhor do que comer em festa de criança? Ok, vocês devem estar me imaginando uma pessoa esfomeada e gulosa, até mesmo uma daquelas garotas gordinhas que só pensam em comida... Mas pior que eu nem sou.
Eu sou considerada até magra por muitos e não me acho gorda. Acho que estou muito bem! Não que eu tenha um corpo de miss, top model nem nada, não vamos exagerar.
Quando chegamos à casa de tia Claudina, tudo estava cor de rosa e cheio de babados. O tema da festa era Barbie e tocava I'm a Barbie Girl nas duas versões: a estrangeira e a da Kelly Key. Sério, será que minha prima sabia quem era a Kelly Key?!
Meus pais ficaram conversando com Claudina e eu me sentei em um canto, isolada. Então fiquei observando as crianças brincando.
─ Alyssa! ─ disse de repente a criatura espevitada correndo em minha direção, ou seja, minha prima. ─ Lucas disse que quer te namorar.
─ Mas hein?! Quem é Lucas? ─ fiquei confusa, algum moleque queria me namorar? Que história doida essa garota estava inventando?
─ Você tem namorado?
─ Não.
─ Você vai namorar ele?
─ Quem é Lucas?! ─ protestei olhando para os lados para ver quem seria esse e se estaria por perto.
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A ceifeira de almas
FantasyApós uma trágico acidente de carro, a jovem Alyssa de vinte e dois anos perde toda sua família e agora se vê obrigada a viver de forma diferente. Após sua morte, Alyssa se torna uma ceifeira de almas. Agora, separada de sua família e em busca de re...