Escape! Fear! Love?! (Camren)

Escape I

"- ENTÃO PORQUE FICOU COMIGO?

- Me desculpa Lauren, eu não sabia que você estava levando isso a sério. Foi tudo uma brincadeira para mim.

- Não estava levando a sério?! Não foi o que pareceu naquela noite que você estava na MINHA CAMA.

- CHEGA! Para de ser idiota. Eu só fiquei com você porque você fazia e me dava tudo que eu queria. Eu nunca gostei de você. Entende isso."

***

O suor escorre pela minha testa, minha camiseta está completamente encharcada com o mesmo. Sento apoiando meus braços nos joelhos e enterrando meu rosto ali. Meu corpo está trêmulo e meu peito dói. Lembrar dessa palavras me arrasa, sem que eu perceba lágrimas começam a escorrer pelos meus olhos arrancando pequenos soluços da minha garganta.

Já faz dois meses que eu acordei do coma, ao amanhecer eu vou receber alta, e saber isso está me proporcionando esse pesadelo/lembrança. Já é a terceira vez que eu acordo nessa situação.

Levanto da cama e caminho até a janela do quarto. Embora seja madrugada a rua continua movimentada, talvez por eu estava em uma das melhores clínicas de Miami. Minha mãe disse que o cara que me atropelou fez questão de arcar com todas as despesas do meu tratamento. Coitado dele. Sim coitado. Eu fiquei desacordada durante oito meses, depois entrei em um tratamento pós coma. Ou seja muita grana.
Não que dinheiro Seja problema pra minha mãe, até porque ela é sócia de um dos escritórios de advocacia mais requisitados de daqui. 

Algumas pessoas ficam impressionadas por eu não guardar rancor do cara lá, por ter "pausado" minha vida por todo esse tempo, a resposta sempre é e vai ser não. Aliás se eu o encontrar irei agradecer.

Outra pessoa que também foi prejudicada por esse acidente foi a minha mãe. Ela ficou esses oito meses do meu lado, foram oito meses sofrendo, oito meses chorando, oito meses deixando a vida passar por ficar aqui comigo. E mas esses dois meses acompanhando meu tratamento. Se eu pudesse voltar no tempo eu tentaria mudar muita coisa. Essa semana eu, finalmente, consegui convencer ela a ir para casa. Ela só foi porque disse que iria arrumar algumas coisas para minha volta.

Voltar. Eu não quero voltar. Eu sei que é covardia da minha parte. Mas eu não tenho forças pra encarar minha vida novamente.

Solto uma exagerada lufada de ar e levo minhas duas mãos até meu rosto seguindo para meus cabelos jogando-os para o lado. Sigo para a porta do quarto a destrancando com cuidado. Coloco minha cabeça para fora olhando para os dois lados. Preciso evitar as enfermeiras chatas. Não tem ninguém. Saio e fecho a porta atrás de mim devagar, e sigo para o quarto do Zayn.

Zayn Miller, um amigo que eu fiz aqui. Conheci ele pouco depois que despertei do coma. Ele sofreu um acidente de moto e teve que fazer uma cirurgia do joelho, ainda está se recuperando mas logo terá alta também.

Quando nos conhecemos eu estava em meu quarto remoendo minha vida, ele passou a frente da porta na cadeira de rodas e me viu, puxou papo comigo e logo nos tornamos "melhores amigo de hospital". Palavras dele.

Seu quarto é no fim do mesmo corresor que o meu. Não sei se ele vai estar acordado mas não custa nada tentar.

Paro a frente de sua porta, agora um pouco indecisa entre chamar ou não. Até que ouço um barulho no começo do corredor e resolvo não bater e simplesmente entrar.

- Opa.- diz ele fechando um livro, que ele devia estar lendo, e o pousando em seu colo.- Visitinha no meio da madruga.- senti a malícia em seu tom de voz.

- Sorry lindo. Mas você não faz meu tipo.- sento na beira de sua cama com um risinho debochado  nos lábios.

- Nem você o meu, palmito.