●• forty three •● [✅]

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Céus, o que aquele garoto fez comigo?

[...]

Chegamos no restaurante.

Meu pai puxou a cadeira para minha irmã e para minha mãe, e apenas me deu um sorriso falso antes de sentar.

Eu ignorei, é minha obrigação puxar a cadeira áfinal quem vai sentar nela sou eu e não ele.

- Eu estou tão feliz. - Minha mãe comentou, e realmente, o sorriso dela estava enorme, o que me fez sorrir também. - Todos estamos juntos. Nós estamos aqui reunidos e dessa vez não é para resolver conflitos, dessa vez é porque somos uma família.

- Sim meu amor. - O Sr. Sung disse acariciando a mão dela.

A Young levou suas mãos até a bochecha dela e acariciou também, mas eu não me senti confortável para fazer o mesmo, então só abaixei a cabeça.

- Sobre o que podemos falar? Sobre nossos momentos juntos? - Sr. Sung sugeriu.

Momentos juntos? Quê? Como assim?

- Se lembra de como nos conhecemos?

- Claro. - O mais velho sorriu. - Você trabalhava na cafeteria que eu frequentava todos os dias e vinha me servir um cappuccino com um sorriso encantador em seu rosto.

- Você estava começando a trabalhar em todos os seus projetos, estava começando a colocar seu sonho em ação. As vezes ficava horas com vários papéis espalhados em sua mesa então quando eu tinha tempo, eu ia até lá te ajudar e bater um papo.

- Eu sempre fui uma pessoa séria, mas não tinha como te ignorar. Eu lembro da vez que aquele cara mexeu com você e eu me levantei para te defender mas você fez isso sozinha acertando um soco em seu rosto. - Ele disse e os dois riram.

- Sério? - Me intrometi na conversa. - Você já bateu em um cara?

- Sim, mas ele mereceu. Tentou se aproveitar de mim só porque eu estava em meu local de serviço.

- Te demitiram depois disso?

- Sim. Infelizmente existem homens machistas nesse mundo e eu fui despedida por me defender, como se eu fosse a culpada.

- E o que você fez?

- Eu não deixei barato é claro, aquilo foi uma injustiça. Eu trabalhava muito lá e recebia pouco, eu fazia até mesmo outras funções sendo que não diziam respeito ao meu cargo, então eu me lembro que antes de ir embora daquele lugar, eu tirei o açúcar de todos os potes, colocando sal no lugar deles, e também fiz outras travessuras. Meu chefe com certeza se prejudicou e eu obtive minha "vingança". - Contou gargalhando, todos estávamos prestando atenção.

- Wow. - Eu também sorri. - Eu teria feito a mesma coisa.

- Eu sei filha, nossa personalidade é muito parecida, eu fazia as mesmas coisas que você quando era adolescente, mas você acrescenta um pouco de loucura a mais.

- Então porque vocês pegam tanto no pé da Yoora? - Young perguntou.

- Porque não é certo que ela seja assim. - Meu pai respondeu.

- Uh, o clima pesou, vou ao banheiro. - Young avisou saindo da mesa.

- Quer dizer que eu era errada por agir como achava certo? Por ser eu mesma? - Minha mãe questionou e eu aguardei ansiosamente a resposta dele.

- Não. Mas ela é nossa filha, precisa de limites antes que se torne uma delinquente.

- E eu me tornei uma delinquente? - Dessa vez ele apenas engoliu em seco. - Você exige demais da Yoora, Sung. Ela é apenas uma adolescente que vive as coisas com intensidade. Claro que não podemos concordar com tudo que ela comete, como por exemplo suas brigas na escola, mas também não podemos julgá-la por tudo como se fosse errado ela ser ela mesma, ela ter sua própria personalidade.

mercy • jjk [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora