Hoje é aniversário daquele amigo que te levei na festa ano passado, há um ano tava morando no teu abraço, me perdendo no teu cheiro, com aquele sentimento que a gente tem vontade gritar pro mundo o tanto que a gente sente. E era muito. Foi muito. Até demais.
Senti tanto que me perdi, mas hoje comemoro, hoje me achei de novo. É esquisito a gente nunca sabe quanto tempo leva pra superar alguém, deixar de gostar é esquecer? Mas não te esqueci, sei muito bem do pedaço da minha vida que você participou, e sou grata. Isso. Sou grata até pelas noites de choro, pelos rolês desmarcados, pelo silêncio na nossa última conversa. Obrigada por me mostrar que eu não precisava de você como salva-vidas pra sair da confusão que tava a minha vida, eu precisava me salvar sozinha.
Foi difícil não nego, quantas vezes quis puxar assunto, te falar daquele filme que amei e do restaurante novo que abriu. Mas hoje, reconheço o bem que você me fez, estando comigo e mais ainda quando foi embora. Você disse que eu pensava demais, sentia demais, essa sou eu, intensa. E olha só o que descobri, não é um defeito, isso não me faz errada, é meu jeito de ser, sou passional, intensa por inteiro.
Me atirei no abismo e você não tava lá pra me segurar, quando dei de cara no chão, limpei a poeira, esperei os machucados cicatrizarem e me levantei, olhei ao redor e me encontrei. Um mulherão da porra. E você que disse que a gente não era pra ser, ta aí puxando assunto, não encontrou o que queria. Mas a gente se perdeu um do outro faz muito tempo, eu sou outra e não duvido que você também seja. Hoje, me dei conta o tanto que mudei em um ano, e tenho muito orgulho de quem me tornei. Pensando bem, isso é sim um texto sobre amor, amor-próprio.
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Contos Banais
Short StoryMinha bagunça interna em forma de um amontoado de histórias aleatórias. Todas escritas na primeira pessoa, confissões de vozes graves, agudas, roucas e mudas.