Sr. & Sra. O'Brien

5. É Ele ! / É Ela !

Pov DYLAN

- E aí ? Tem salvação ?

- Ainda não sei ...

Levo o laptop pra Gwen logo em seguida.

Se tem alguém que pode recuperar informações valiosas dessa máquina destruída, é ela.

Gwen costumava ser uma agente nossa, só que agora ela é independente.

Uma pena. Perdemos uma ótima hacker / desencriptadora de códigos.

- E o que que você fez com esse computador ? - Ela olha os circuitos, curiosa. - Jogou ele na churrasqueira ?

- Quantos menos você souber, melhor, G. Estou lidando com um imprevisto e tenho que resolver em menos de 48 horas.

- Você ? Lidando com um imprevisto ?

- Dá pra acreditar ? Acho que eu tô perdendo o jeito ...

- Essas coisas acontecem ... Se quiser ficar com o computador depois disso, desiste. Perda total. É melhor comprar um novo.

- Esse aí tem um valor sentimental pro dono ...

- E quem é ?

- Qual é, G. Eu queria que você me dissesse isso ...

Gwen olha pro próprio computador enquanto hackeia os circuitos.

- Bom, era um ótimo modelo. Memória avançada. Chip chinês. Olha, eu não achei o nome do último dono. - Ela fala, decepcionada. - Mas talvez eu te consiga o endereço.

- Já ajuda.

- É. Realmente, não tem nome. Só o endereço. "Avenida Lexington, 570. Sala 5.003". Nova York. Pronto. Já sabe onde é.

- Valeu, G. Você é a melhor.

- É, querido. - Ela desliga o computador. - Eu sei disso.

Pov HOLLAND

Eu nunca estive tão determinada a matar alguém em toda a minha vida.

Aquele maldito atirador atrapalhou a minha missão e a minha carreira. E vai pagar por isso com a própria vida.

Revejo o vídeo da câmera de reconhecimento pela milionésima vez, à procura de pistas.

Não tinha encontrado nada muito relevante, até agora.

Vejo o atirador, de boné e óculos, mas com uma blusa florida laranja.

Fico olhando bem aquela blusa, lembrando ela de algum lugar.

Eu conheço essa blusa.

- Crystal, por que você não vai pegar um café ? - Sugiro.

- OK. - Crystal levanta do terminal e eu sento na cadeira.

Mexo no mouse, aproximando a imagem ao máximo.

Não consigo descobrir nada, mas ainda fico curiosa.

O homem estava com boné e óculos, então não dava pra identificar com certeza.

Mas eu reconheceria aquele sorriso sarcástico em qualquer lugar.

Não pode ser.

Já sei.

Dou zoom máximo na manga da blusa, que ficou manchada depois que eu derramei vinho no nosso jantar de casamento, há 2 anos.

E lá estava a mancha.

Encaro aquela mancha por vários minutos, ainda sem acreditar.

Era o Dylan.