1 ano antes...
- Anda, rápido com isso. - Enzo dizia aos outros três pamonhas.
- Calma, Enzinho. Por que tanta pressa? Não tem ninguém atrás da gente. - Susan dizia enquanto tomava fôlego.
- Vamos nos livrar dessa faca o mais rápido possível. Se pegarem a gente, estamos ferrados. - Eles corriam por entre o mato alto dos arredores do parque.
Se eles soubessem que eu estava o tempo todo seguindo seus passos.
- Chegamos. - Eles param em frente à um grande e velho chafariz abandonado no fundo do parque onde ninguém ousava passar por perto. - Agora... Vocês têm que me prometer que nunca mais voltarão aqui e que NUNCA contarão à ninguém o que fizemos. Me entenderam?
Todos balançam a cabeça positivamente. Enzo pega um pedaço de pano e limpa suas digitais e os vestígios de sangue daquela faca.
- Pronto. Ninguém nunca vai encontrar isso aqui. - Ele enterra a pequena adaga em baixo de uma pedra.
Logo após o sepultamento da faca, eles vão embora. Continuo ali parado, inerte, tentando entender o porquê do mundo ter sido tão cruel comigo.
Desenterro a arma do meu assassinato, e guardo-a no bolso. Nem eu sabia que era possível fazer algo assim no mundo de cá.
Com isso, apenas desejo trazer justiça aos injustiçados desta noite, nem que eu demore 100 anos.
...
Antes de ir atrás daquela vagabunda e queimá-la viva, fui atrás do meu assassino principal.
Não demorei muito para chegar até sua residência, já que Enzo morava bem perto do parque. Ele estava sozinho na sua garagem, tocando uma guitarra horrivelmente, era de doer os ouvidos. Com o barulho alto, Enzo nem viu quem ou o quê o havia atingido na cabeça.
Arrastei seu corpo inútil para o parque, até o chafariz que ninguém iria visitar à essas horas da noite. Assim que chegamos, ele acorda dando pontapés e socos em quem estivesse por perto.
- Você é um ser desprezível, é menos que um verme. - Digo e ele se assusta.
- Quem é você? O quê quer? Eu não tenho dinheiro, cara.
- E quem disse que eu quero dinheiro? Eu quero sua vida. Vingança. Justiça. Olho por olho, você não acha, Enzo? - Retiro minha máscara, e ele congela ao ver meu rosto.
- Vincent? Não pode ser. Você não é real, você está morto. Eu fui no seu enterro.
- Pois é... Eu também. E sabe, eu vi minha família, meus amigos e meu amado lamentando pela minha perda, e o meu próprio assassino estava lá, olhando pra mim e para o sofrimento deles. Mas agora, chegou a sua hora de pagar pelo que fez.
Parto pra cima dele como um leão faminto, dou-lhe vários golpes e facadas. Espanco aquele inútil com vontade.
- Você vai pedir desculpas à Helena, pelo que fez com ela. Pela humilhação e dor que fez ela passar, seu estuprador de merda. - Faço menção de cortar seu pênis fora, mas acho que deixarei isso para Helena fazer, se ela quiser é claro. - Assim que você pedir desculpas pra minha doce Helena, eu volto pra terminar o serviço, por enquanto, fique quietinho aí.
Dou-lhe uma pancada na cabeça, fazendo-o desmaiar, amarro o verme asqueroso e o jogo no chão, seu sangue já havia tingido todo o pátio do parque.
As sombras e as criaturas que me rodeavam agora me empurravam, para conseguirem chegar até Enzo.
- Tenham calma, daqui à pouco ele será todo de vocês. - Digo aos seres infernais.
Como num passe de mágica, me disperso pelo vento, a sensação era como se eu estivesse voando e fazendo parte da noite.
...
Após toda matança dos cúmplices covardes, eu volto para o mesmo local, quando avisto Helena se aproximando do chafariz, meio confusa, atordoada, ela ouve um murmúrio atrás dela, e vai conferir.
Vejo Augustus se aproximar por entre as árvores. Droga irmão, acordou muito cedo e vai acabar me atrapalhando.
Desço da minha loucura aérea e entro diretamente pra dentro do corpo de meu irmão. Tento caminhar com o corpo dele, mas parece estar pesado, andamos desengonçado, me sinto estranho. Helena acaba de soltar aquele pilantra que agarra ela por trás como se sua vida dependesse disso.
- VEM VINC, SEU BICHINHA. ESTOU PRONTO PRA VOCÊ. - Ele fala gritando e segurando-a com força.
Eles conversam entre si, sinto que Helena está quase sem forças. Digo para ele à soltar, minha voz sai estranhamente grossa, como de uma pessoa que está possuída por um demônio. Talvez seja isso mesmo que esteja acontecendo, e vendo que posso prejudicar Augustus, saio de seu corpo novamente, me transformando em uma névoa densa, arremessando Enzo para longe.
Sou o vento frio de novo, mas ao ver aquele imprestável acertando meu irmão e pegando minha amiga pela segunda vez, uma fúria incontrolável toma conta de mim e reapareço em minha forma original logo atrás deles.
Ouço toda a ladainha e as súplicas daquele miserável. Blá, blá, blá e blá.
Com uma brecha, Helena acerta-o na barriga ferida, mas ele ainda consegue derrubá-la no chão.
Vendo a oportunidade, vou pra cima dele e desfiro várias facadas em seu peito e logo depois lhe corto a garganta de fora à fora, tingindo a água com um vermelho escarlate.
Vou até meu irmão, vejo que ele está respirando. Vai ficar bem.
Sigo até Helena, converso com ela, mas minha amada amiga desmaia, deve ser por causa do clima pesado que eu causava.
Escrevo algumas últimas palavras no chão:
"Gostosuras ou... Morte."
Olho para trás e vejo várias criaturas em cima do corpo de Enzo. Ele terá de pagar aqui do outro lado também.
...
Acabou.
Agora só me resta esperar. Algo ou alguém com toda certeza virá me buscar, mas independente de qual lado, me sinto em paz. Cumpri meu papel aqui nesse lugar.
As criaturas monstruosas estão atrás de mim no limbo, gritando agoniadas um som ensurdecedor, suas mãos secas e compridas tentam me puxar pra debaixo da terra lamacenta.
No meio de toda essa escuridão e medo, vejo uma pequena luz azulada por entre árvores de troncos retorcidos.
Corro até ela, que me chama insistentemente. Os seres ficam paralisados.
Silêncio, é a única coisa que se ouve agora.
Chego mais perto e o azul se torna branco. Não vejo mais nada, apenas o branco... Brilhante.
Finalmente sinto paz.
FIM
🤡🤡🤡~~~✧✧✧~~~
Oie, pessoal!!
Tatu do bem com vocês?
Espero que tenham gostado, e obrigada por ter nos acompanhado até aqui!!Um Abração e Até a Próxima História... 🤡
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Gostosuras ou... Morte - Parte 2
ContoTenha em mente que o mundo sempre dará voltas. Nunca subestime ou humilhe ninguém. Pois se hoje acontece algo de bom ou ruim com qualquer um, amanhã poderá acontecer com você. O capítulo final de "Gostosuras ou... Morte", onde um espírito vingativo...