Cap. 3 - Os Dois Patetas

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Sinto o celular do meu irmão vibrar, pego-o e vejo que se trata de Helena. Com toda a certeza ela está assustada com tudo o que está  acontecendo, e deve estar suspeitando de Augustus.

Depois de várias ligações dela, eu resolvo atender.

- Alô? - Minha voz sai meio baixa, quase num sussurro.

Antes de dizer mais alguma coisa,  um chiado ensurdecedor acaba cortando a bendita ligação. Resolvo mandar uma mensagem à ela para me encontrar no Parque Central daqui uma meia hora.

Tenho que ser rápido, preciso pegar os dois patetas agora. Por sorte do destino, ou não, os dois idiotas estavam na mesma casa. Vai ser mais fácil do que eu imaginava.

Eles estavam sozinhos na beira da piscina, bebendo e falando de suas proezas com as lindas virgens da cidade. Diziam que elas eram como troféus e que deveriam guardar fotos e vídeos de todos os atos com as moças, isso era doentio de se ouvir. Eles riram bastante, pois a bebida com certeza já havia subido à cabeça.

Pego um pedaço de madeira qualquer que encontro no quintal e dou um golpe certeiro na cabeça de Chris, que desmaia no mesmo instante. Ryan vendo a situação tenta correr, mas está tão bêbado que tropeça em seus próprios pés, caindo com a fuça no chão.

- Quem é você, cara? O quê você quer? - Ele fala colocando a mão no nariz que sangrava.

- Ora, não reconhece mais os velhos amigos? - Digo tirando minha máscara e ele arregala os olhos.

- Vi... Vin... Vincent?

- Acertou! Hahaha.

- Não pode ser... Nós... Você... - Ele mal conseguia falar.

Pego-o pelo pescoço, com uma força descomunal, e enfio sua cabeça dentro da piscina, suja com latas e garrafas de bebidas e restos de comida, provavelmente de alguma festa da noite anterior.

Ele se debatia e debatia, e eu ria bastante com a cena, era a melhor coisa de ser vista. Quando ele já estava sem forças, tiro-o de dentro dágua, faço um corte formando a letra "V" na carne de suas costas.

Escrevo mais uma de minhas frases no muro de sua casa, com seu próprio sangue.

"Gostamos de Travessuras."

Termino de afogar o patife, e deixo-o boiando na água, que agora estava tingida com um vermelho escuro.

Pego o corpo desacordado de Chris e coloco-o em um saco. Arrasto-o até um certa distância do parque e volto para o local do assassinato para observar os curiosos e o sofrimento dos familiares. As sombras malignas estavam por todos os lados, em meio à multidão.

Mais uma vez encontro com os lindos olhos de Helena. Saio rapidamente do local e chego como o vento até o parque, me esquivando dos monstros ao meu redor.

Observo o saco se mexendo, Chris acaba de acordar. Com a pouca luminosidade, abro o saco e ele meio confuso, acha que se trata de alguma brincadeira de mal gosto do dia das bruxas.

- Porra, cara. O quê você pensa que está fazendo? Quase me mata de susto, e essa fantasia ridícula de palhaço assassino? - Ele fala se levantando.

- Mas a intenção é essa mesma. Te matar, meu caro. - Digo e ele me olha assustado, tenta correr, mas tropeça nas enormes raízes das árvores, caindo também.

- Não, cara. Largue de gracinhas.  Por favor, não faz nada comigo e me deixe ir.

- E porquê eu faria isso? Por acaso vocês me deixaram ir embora naquela noite? - Tiro a máscara mostrando parte do meu rosto pálido, como um fantasma.

- O quê? Vi-vinc...? Não é possível. Vo-você está morto. Porque nós...

- Me mataram? Certo, certo... Mas por algum motivo bizarro, ainda estou aqui. - Coloco a máscara novamente e antes dele raciocinar ou dizer algo, pego um facão, que provavelmente foi esquecido pelo  jardineiro do parque, e que agora não iria cortar galhos, mas sim, outras coisas. Dou-lhe vários golpes com o facão, um rasga a garganta daquele idiota, deixando seu sangue jorrar abundantemente.

Termino de arrancar sua cabeça oca do corpo, corto a letra "V" em sua testa, e escrevo no chão outro recadinho diabólico, onde estava mais iluminado.

"Não perca a cabeça hoje."

Coloco-o em meio aos outros enfeites do parque, teriam agora um boneco diferente, um boneco humano. Começo à rir sozinho com minha piada sem graça, pois nem as sombras que estavam atrás de mim iriam entender. Coloco delicadamente a cabeça dele entre suas mãos.

- Segura ela aí, se não vai cair.

Terminando, envio outra mensagem para Helena, vir rápido, pois estarei esperando-a com uma surpresinha.

Assim que a vejo caminhando em nossa direção, trato de me esconder atrás de uma árvore. Quando ela percebe que o enfeite humano se trata de Chris, ela dá um grito de horror. E olha para todos os lados, na intenção de encontrar o assassino, ou possível serial killer. Saio andando por entre as árvores, ela olha pra mim e corre do local.

Vou até o chafariz, meu corpo se dispersa e se mistura com a névoa densa, eu vejo tudo, sinto como se eu fosse o próprio vento e a escuridão da noite fria.

Observo Helena sentada na beira do chafariz, meio atordoada, confusa. Calma minha linda, isso vai acabar logo, logo. Ela ouve o murmúrio daquele trouxa atrás de si e se vira para olhar.

Vejo Augustus se aproximar do local. Droga irmão, acordou cedo demais, você pode estragar os meus planos.

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Um Abração e Até o Próximo Capítulo... 🤡

Gostosuras ou... Morte - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora