A cidade esquecida, uma linda cidade que parece ter sido desenhada a mão por um grande artista. A lenda diz que há muito tempo atrás, deuses andaram sobre aquelas terras, trazendo paz e harmonia para aqueles que ali habitam.
Mas nem tudo sempre foi...
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Lado Sul da Cidade Esquecida
Meia hora depois.
Narrador.
Charlie tentava explicar a Arthur o motivo do vilarejo das rosas está tão destruído, o garoto acordou a alguns minutos, após Pietra quase o matar afogado. Arthur não lembrava de muita coisa, exceto de Leonard dizendo que seus pais ainda estão vivos e que depende dele trazê-los de volta.
— Eu não entendo, Charlie! – colocou a mão esquerda na testa, estava muito confuso. — Como meus pais podem estar vivos? Eu vi eles morrerem, eu vi quando Diogo enfiou a faca no coração do meu pai e depois no de minha mãe.
Charlie não disse nada, apenas o ajudou a sentar no chão da biblioteca onde não tinha livros espalhados, ou pelo menos no que era pra ser a biblioteca, não restou muita coisa depois que o garoto causou ventos muito fortes, capazes de levar o telhado de muitas casas.
— Quem é aquela garota? – olhou para Beatriz que estava sem consciência, deitada sobre alguns livros, com a cabeça apoiada na coxa de Pietra. — Lembro vagamente dela.
— Em alguns minutos você vai lembrar de tudo, Arthur. – a garota falou se sentindo culpada pelo que fez. — Você perdeu o controle, não é culpa sua, você nem sabia que podia causar uma tempestade dessas.
Um pouco mais distante deles, Beatriz dava sinais de que a qualquer momento poderia pegar fogo, seus punhos estavam fechados e vermelhos, Pietra apoiou a cabeça da amiga com cuidado em um livro e se afastou, pegou seu bastão e se preparou para o que estava por vir.
— Ela já acordou?! – Mateus perguntou se levantando de onde estava sentado. — Por que essa cara?
— Ela não acordou ainda, não sei explicar o motivo de seus pulsos estarem em chamas, precisamos tirar ela de perto dos livros antes que cause um incêndio.
— Você controla o ar, não controla?! Consegue manter ela no alto por quanto tempo?
— E-eu não sei! Eu nunca tentei levitar ninguém antes, nem eu mesma!
— Tenta manter a calma, respira fundo, você consegue.
Pietra olhou para os livros que já estavam pegando fogo e segurou firme seu bastão, fechou os olhos e ergueu os braços para cima bem devagar, quando abriu os olhos ela viu que conseguiu manter Beatriz deitada no ar. Sorriu para si mesma.
Arthur ao perceber o que estava acontecendo, saiu correndo para ajudar Mateus a tirar os livros do alcance de Beatriz, Charlie continuou no mesmo lugar, apenas observando tudo, em questão de segundos de nada adiantaria o esforço deles, e Charlie sabia disso.
Beatriz Clark
Saí correndo por dentro da mata sem me preocupar se eu estava ou não sendo seguida, eu apenas corria, eu sentia meus pulmões ardendo por dentro, meu coração estava tão acelerado que parecia que eu teria um taquicardia a qualquer momento, meus pés se afundavam nas poças de lama que tinha pelo caminho, e foi então, no exato momento em que decidi olhar para trás e voltei a olhar para frente, que bati minha testa no galho de uma árvore e caí no chão com impacto da batida.
